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quarta-feira, 24 abril, 2024

Desequilíbrio e raiva: o que levou o filho a matar os pais?

“Foi um momento de raiva, mas a pessoa poderia estar passando por uma batalha espiritual”, afirma a psicóloga Cíntia Oliveira

Por Priscilla Cerqueira 

Um crime que chocou o Espírito Santo na madrugada dessa quarta-feira (04). O jovem Guilherme Heringer Cesar, 22 anos, matou os pais a facadas e depois se suicidou. Antes de morrer, ainda na casa dos pais – onde o crime aconteceu – ele mandou uma mensagem à familiares: “fiz bobagem”.

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Moradores ficaram aterrorizados e disseram que “pai, mãe e filho eram tranquilos e ótimos vizinhos”. O pastor Simonton Araújo, da Missão Praia da Costa, de Vila Velha, onde a família frequentava, disse que a mãe do jovem era muito piedosa.

Mas a pergunta que fica é: qual teria sido a motivação para tamanha barbaridade? Pessoas que conheciam e conviviam com a família de perto relataram que o jovem era muito amado pelos pais.

Em um áudio publicado em grupos de WhatsApp, a doutora Nilzane, que é ligada à família, relata estar muito abalada com a situação e pede orações. “Esse menino foi muito desejado pela mãe, que era muito amável. Eles têm uma filha que foi adotada e hoje mora no Canadá. Deve ter acontecido algum distúrbio que nós não sabemos. Éramos muito próximos da família. Todos estamos muito tristes e meio perdidos. Não quero buscar a resposta: só quero trazer à memória aquilo que nos dá esperança”, destacou.

Desequilíbrio ou raiva?

Parentes da família disseram à polícia que Guilherme nunca tinha agido de forma incomum, mas que era um rapaz mais reservado. Para o psicólogo e pastor Erasmo Vieira, essas coisas lamentavelmente acontecem. “Provavelmente o rapaz sofria de algum tipo de desequilíbrio mental. A Bíblia já previa isso como um sinal do final dos tempos”, argumenta.

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Psicóloga cristã, Cíntia Oliveira. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, a psicóloga Cíntia Oliveira, especialista em psicopedagogia clínica, afirma que a atitude de Guilherme é de raiva e fúria. “Ele estava com muita raiva. Alguma coisa aconteceu com esse menino para ter tomado essa atitude. Ninguém toma uma atitude como essa do nada. Pode ter tido alguma discussão, ou os pais não estavam permitindo algo que ele queria fazer, aí, ou descobriram algo que ele tenha se sentido acuado. E aí teve esse ímpeto de ‘resolver’ o problema”, disse.

A profissional complementa que algo poderia estar acontecendo e ele deu sinais. “A pessoa vai ficando mais isolada, pode ficar mais calada, não interage como antes, fica quieto e o pensamento está inquieto”, explica. E nesse caso, pode não ser desequilíbrio mental.

“Acredito que tenha sido raiva mesmo. Ele pode ter tido algo mais pontual e não soube lidar com a raiva, tomando esse caminho. Mas também não descarto a possibilidade dele realmente estar endemoniado. A pessoa estava passando por uma batalha espiritual, uma opressão muito grande”, acrescenta. “Resta-nos orar pelos parentes, igreja e pedir a proteção de Deus”, completou o pastor Erasmo.

Alerta para a família

O caso de assassinato na família traz um alerta para os pais em casa. Segundo a psicóloga, é preciso ter atenção redobrada aos filhos e nas atitudes deles.

“Filhos que estão calados demais, que estão quietos e passam muito tempo nas redes sociais pode indicar algo. São sinais que há algum problema. Ou que tenha mudado o comportamento. A irritabilidade também pode acontecer, então precisamos ficar atentos”, aconselhou.

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