Desde 1989, o ditador comandava com mão de ferro o país que agora será governado por conselho militar de transição
O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi deposto do cargo por um golpe militar nesta quinta-feira (11). Após 30 anos no poder, Bashir, de 75 anos, foi preso e um conselho militar de transição foi estabelecido.
Em um pronunciamento televisionado, o ministro da Defesa Nacional e primeiro vice-presidente desde fevereiro de 2019, Ahmed Awad Ibn Auf, afirmou que as Forças Armadas vão supervisionar o período de transição de dois anos. Ele também anunciou o início de um estado de emergência de três meses de duração.
O gabinete governamental foi dissolvido assim como a Assembleia Nacional e os órgãos municipais. A Constituição do país foi suspensa. O espaço aéreo do Sudão ficará fechado durante 24 horas, e as passagens de fronteira interditadas até segunda ordem. O Judiciário, embaixadas e outros órgãos diplomáticos continuarão a funcionar normalmente, segundo Ibn Auf.
Todos os presos políticos detidos pelas forças do governo desde que protestos contra o presidente começaram no país serão libertados, completou o ministro. Os militares também decidiram impor um toque de recolher noturno no país.
Nesta quinta, milhares de pessoas antigoverno saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-Bashir. Os manifestantes se reuniram nas proximidades de instituições governamentais, gritando que não vão sair até que saibam o que realmente está acontecendo. Grande parte dos manifestantes, apesar de comemorar, pediram por um governo civil e disseram que não querem uma administração liderada por militares.
*Da redação com informações das agências