A Abrasel alega que, nos últimos 12 meses, a inflação dentro do lar ( 16,12%) foi maior do que fora dele (6,63%)
Por Amanda Amaral
Representantes de bares e restaurantes afirmam que há um deslocamento do preço praticado pelo setor em relação ao aumento da inflação. Isso porque, considerando a inflação oficial do país de 1,06% em abril, a diferença de custo entre a alimentação dentro e fora de lar continua menor.
As informações são da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que utiliza os números do último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
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Diferença de Custo
A diferença de custo entre a alimentação dentro e fora do lar continua ficando menor, segundo a Abrasel. Em março, a inflação dentro do lar nos últimos 12 meses foi de 13,73%, enquanto a alimentação fora do lar foi de 6,22%. Já em abril, a inflação dentro do lar nos últimos 12 meses foi de 16,12%, enquanto a alimentação fora do lar foi de 6,63%.
Quando analisada a inflação dos alimentos e bebidas, que são os principais insumos para os bares e restaurantes, também há diferença, segundo a Associação. Os alimentos e bebidas aumentaram 13,47% no acumulado de 12 meses. Em abril, os alimentos subiram 2,06%. A média da inflação na alimentação fora do lar foi de 0,62%.
Segurando os Preços
“O Espírito Santo segue a tendência nacional de segurar os preços, buscando não repassar ao consumidor final essa inflação. Os dados reforçam que os bares e restaurantes são alternativas viáveis para a alimentação do consumidor”, aponta Rodrigo Vervloet, presidente do Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares) e da seccional capixaba Abrasel no Espírito Santo.

Ele complementa: “É importante destacar que os desafios que o setor enfrenta vão além da inflação: ainda estamos nos recuperando dos períodos de restrição de funcionamento e muitos estabelecimentos seguem endividados”.
Política Pública para o Setor
Segundo o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, os dados revelados pelo IPCA mostram que o setor precisa de uma política pública específica de ajuda, pois não vem de hoje essa perda de margem dos estabelecimentos. Ele diz ainda que esta é uma tentativa do empresário de bares e restaurantes atrair de volta os clientes: “Seja segurando o repasse e até mesmo baixando os preços”.
E continua: “Se por um lado isso torna mais vantajoso para o consumidor comer fora de casa, em termos relativos, por outro diminui as margens de um setor que ainda está buscando uma recuperação. O caso da cerveja é exemplar, nos supermercados o preço para o consumidor subiu 9% nos últimos doze meses, enquanto nos bares foi menos da metade disso”.
Com informações da Abrasel.