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sexta-feira, 19 abril, 2024

Crise hídrica: alternativas, inovações e tecnologias são fundamentais

A disponibilidade de água em muitas regiões do planeta, passou a ser impactada por essas variações climáticas em proporções nunca imaginadas – Parte 1

Por Luiz Fernando Schettino

Com a percepção pela população das consequências da crescente degradação ambiental e de seus impactos sobre a vida de modo geral, incluindo a qualidade de vida humana, o que vem trazendo dificuldades ou inviabilizando algumas atividades socioeconômicas. O tema sustentabilidade fica cada vez mais no foco das atenções, mesmo que alguns governantes e partes da sociedade, por fundamentos ideológicos, ajam com descaso, desconsiderando a ciência e os efeitos ambientais adversos, por interesses imediatos, sem pensar no futuro.

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Porém diversos segmentos da sociedade, por meio de inúmeros eventos técnico-científicos, debatem a questão da sustentabilidade, em face dos alertas dos cientistas e das visíveis e crescentes consequências da degradação ambiental e dos problemas que estão gerando em todo o planeta. Assim, uma parcela importante da sociedade trabalha para buscar soluções para haver mais racionalidade no uso dos recursos ambientais e, com isso, proteger os ecossistemas, a qualidade de vida e permitir o sonhado desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Nesse sentido, parcelas importantes da população, dos meios científico e empresarial mais conscientes, tem pressionado governantes que não fazem seu papel na proteção ambiental para estabelecerem ações e políticas que levem a um modelo de desenvolvimento que atenda às demandas humanas, que venha a frear as mudanças climáticas, permitam a continuidade do funcionamento adequado dos ecossistemas, a manutenção da biodiversidade e da qualidade de vida da população. Cabe ressaltar que há uma parte importante de governantes, empreendedores e de setores da sociedade que entendeu os alertas dos cientistas sobre as consequências da degradação ambiental, especialmente das mudanças climáticas, que são reais e precisam de atenção urgente, até porque os resultados dos impactos já batem no bolso e na vida de muitos.

Fica claro neste entendimento de que o único caminho para viabilizar o desenvolvimento socioeconômico de forma duradoura é se passando a viver de uma forma diferente, sustentavelmente. Mas, para isto, há desafios enormes para a humanidade ultrapassar nesta quadra histórica. E provavelmente o maior deles pela urgência da necessidade de que ações significativas e concretas sejam feitas, com certeza são as mudanças climáticas. Alterações estas, cientificamente confirmadas pelo excesso de emissões de gases estufas das ações humanas e que estão acelerando um aumento exponencial de temperatura no planeta, levando à mudanças nos regimes de chuvas, entre outros impactos. Assim a quantidade, localização e distribuição das chuvas são afetadas e, consequentemente, levam à mudanças nos regimes hidrológicas, à alterações no funcionamento dos ecossistemas e a impactos nas atividades humanas.

Desse modo, a disponibilidade de água em muitas regiões do planeta, passou a ser impactada por essas variações climáticas em proporções nunca imaginadas. Ocasionando, com isso, inundações dramáticas em todo o mundo, secas cada vez mais intensas, onde já era seco e, até mesmo, em áreas antes mais úmidas . Com isso, aumentando o número e proporção dos incêndios florestais em todo o mundo, o que agrava ainda mais a situação de degradação ambiental, desaparecimento de espécies e impactos na água e nas emissões de gases estufa.

Neste sentido é fundamental haver a construção de um diálogo para que haja uma ação concreta sobre a água, no plano regional, nacional e global, visando ao uso racional e sustentável deste recurso fundamental para a existência de vida e funcionamento das atividades produtivas. O que deve ser baseado em planos, programas e ações concretas, transparentes e democráticas que permitam haver contribuições por todos que assim o possam fazer e levem a soluções afetivas e adequadas na proteção ambiental de modo geral e, consequentemente, na proteção das águas, por meio do estabelecimento de políticas públicas democráticas, participativas e permanentes.

O cenário atual torna claro a necessidade de mudança de atitude de governantes, população e setores produtivos, urgentemente, ou seja, é vital haver conscientização de que é urgente a necessidade de mudar a forma de se relacionar com o meio ambiente, principalmente em relação aos desmatamentos, queimadas, uso do solo e proteção da biodiversidade e, com uma racionalidade ainda maior no uso de água, energia e demais recursos naturais. Significando isto, que precisa ser buscado de forma célere e cooperativa o uso de inovações e das melhores tecnologias disponíveis; assim como de meios e processos mais eficazes e alternativos para atendimento das demandas das atividades produtivas, logicamente da forma mais sustentável possível, diante da necessidade de mudar os rumos da degradação ambiental em função dos efeitos negativos que se aceleram em todo o mundo, causando dor, sofrimento e perdas ambientais, sociais e econômicas enormes.

O que, faz tempo, tem sido alertado pelos cientistas que cobram atitudes urgentes, para mudar esse quadro de degradação ambiental e amenizar os efeitos prejudiciais das ações antrópicas sobre o planeta como um todo, especialmente das mudanças climáticas, antes que se tornem irreversíveis. A ciência diz que ainda há tempo, mas não muito.  Que todos possamos ouvir este clamor e cooperar para as soluções, especialmente os governantes, pois é bíblico este chamamento: “aquele que tiver ouvido, que ouça!”

Luiz Fernando Schettino é Engenheiro Florestal, Mestre e Doutor em Ciência Florestal Ex-Secretário de Meio ambiente e dos Recursos Hídricos do Espírito Santo/SEAMA

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