Desempenho da indústria teve reflexo no PIB de 1,4% registrado no segundo trimestre de 2024
Por Kikina Sessa
A divulgação feita nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de toda a riqueza produzida no país, teve crescimento de 1,4% no segundo trimestre deste ano em comparação ao primeiro trimestre surpreendeu o mercado, já que no início do ano a projeção feita pelo Boletim Focus, do Banco Central, apontava para uma aceleração de 1,59% em todo o ano de 2024.
Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o crescimento foi de 3,3%. O destaque da economia entre abril, maio e junho deste ano ficou com o desempenho da indústria, com alta de 1,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro, seguida pelo setor de serviços, cujo crescimento foi de 1%.
“As projeções muitas vezes não se confirmam. Em 8 de janeiro, o Boletim Focus estimava que o Brasil ia crescer 1,59% em 2024. Já errou, e muito, ainda bem”, comenta o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Claudeci Pereira Neto. Na avaliação do economista, os setores de indústria e serviços têm crescido e isso é importante para o país, pois são mais empregos e isso aumenta a massa salarial da população.
“A taxa de desemprego está baixa, batendo recorde, o que vem reforçar que a economia está aquecida e vai crescer muito acima da projeção do Banco Central feita no início do ano. Já falam em cerca de 3%, o que há muito tempo o país não tem.”
A massa salarial maior reduz a vulnerabilidade social e a necessidade de assistência do governo. Essa massa salarial maior tende a dinamizar o setor de serviços, onde as famílias gastam mais.
O desempenho da indústria foi atribuído aos setores de eletricidade e gás, água, esgoto, atividade de gestão de resíduos, com alta de 4,2%, seguida pela construção, 3,5%, e das indústrias de transformação, com alta de 1,8%. As indústrias extrativas recuaram 4,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
No setor de serviços, as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados cresceram 2%; informática e comunicação 1,7%; comércio 1,4%, transporte, armazenagem e correio, 1,3%; administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, 1%; atividades imobiliárias, 0,9% e, por fim, demais atividades do comércio, 0,8%.
A agropecuária recuou 2,3% na comparação entre o segundo e o primeiro trimestre de 2024 e 2,9% em relação ao mesmo período de 2023. Com o resultado de hoje, o PIB totaliza R$ 2,9 trilhões neste ano, sendo R$ 2,5 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 387,6 bilhões aos impostos sobre produtos. A taxa de investimento no segundo trimestre, indicador que sinaliza o bom desempenho da economia, foi equivalente a 16,8% do PIB, acima dos 16,4% verificados no segundo trimestre de 2023.
Na quinta-feira (5) o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) vai realizar uma apresentação da leitura dos dados do PIB do segundo semestre voltados para o Espírito Santo. Na ocasião, serão revelados os setores que mais contribuíram para o PIB capixaba de abril a junho. A Federação das Indústrias (Findes) também vai fazer um estudo sobre o PIB capixaba, regionalizando as informações do IBGE.