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quarta-feira, 24 abril, 2024

Coronavírus: crescimento exponencial de casos. Entenda!

Mudança na metodologia do diagnóstico explica aumento dos números de casos do coronavírus

Nas últimas 24 horas foram registradas 242 mortes na província chinesa de Hubei, epicentro do novo coronavírus. Nessa quarta-feira (12) foi o dia em que mais pessoas morreram desde o início do surto da doença. E também houve uma subida vertiginosa no número de casos diagnosticados, com mais 14.840 pessoas infectadas.

As mudanças de metodologia na identificação dos casos explicam o rápido aumento. É um crescimento dramático no número de mortes e casos registados desde o início do surto.

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Segundo autoridades de saúde, esses números surgem devido a uma “definição mais ampla” da infecção, por meio de mudanças na forma de diagnóstico. Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mencionou que o número de infecções na China estava a se estabilizar, mas que era ainda cedo demais para apurar se a epidemia estaria a se abrandar.

DIAGNÓSTICOS

O número de casos e mortes era calculado com os kits de diagnóstico, por meio dos testes padrão de ácido ribonucleico (RNA). Agora, passa a ser suficiente um diagnóstico do vírus por uma tomografia computadorizada (TAC) dos pulmões.

Esses casos “clinicamente diagnosticados”, que são confirmados apenas por tomografia computadorizada, não constavam em contabilizações anteriores.

Das 242 mortes registadas em Wuhan, 135 foram contabilizadas segundo a nova metodologia. Dos 18.840 casos registados nas últimas horas, 13.332 foram diagnosticados segundo os novos critérios.

A Comissão Provincial de Saúde de Hubei explicou que as mudanças ao nível de diagnóstico vão permitir um tratamento mais rápido. Mas também poderá afetar a credibilidade dos números apresentados ao longo das últimas semanas e amplificar as críticas à China.

ASCENSÃO DE CASOS 

O país tem sido acusado de esconder a dimensão completa do surto, sobretudo, após a morte de um médico oftalmologista que denunciou o início da epidemia, o que lhe valeu uma repreensão da polícia.

“Qual é que foi a taxa real de infeção desde o início de janeiro? As outras cidades e províncias também vão rever os números apresentados? Suspeito que muitos na China vão olhar para isto como uma nova razão para não acreditar no governo”, diz Sam Crane, professor de política e filosofia chinesa, ao jornal The Guardian.

David Heymann, professor de epidemiologia de doenças infecciosas na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, diz que a China veio alterar a própria definição de doença. “As mortes são preocupantes e há de fato um aumento no número de mortes registadas. Se olharmos para a totalidade do número de mortes e de casos, a taxa de mortalidade continua a ser o mesmo que tem sido”, acrescentou.

METODOLOGIA 

A mudança no método de diagnóstico poderá também ter origem num problema prático: escassez de kits de diagnóstico por meio dos testes padrão. Os responsáveis de saúde já tinham apelado às autoridades para que os parâmetros de diagnóstico do vírus fossem alargados para tratar mais pacientes.

Os testes padrão de RNA poderiam demorar vários dias até um diagnóstico, enquanto a tomografia computadorizada pode mostrar mais rapidamente infecções nos pulmões.

Qi Xiaolong, professor de medicina em Gansu, China, considera que a mudança poderá ajudar a uma detecção e consequentemente o isolamento mais rápido e efetivo. Não só devido à falta de kits e de pessoal médico, mas também por possíveis erros de diagnóstico nas amostras recolhidas para análise.

“Uma pessoa que tenha acusado negativo nos testes pode ser uma fonte de infecção para uma comunidade”, apontou.

*Com informações de Agência Brasil. 

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