24.4 C
Vitória
terça-feira, 8 DE outubro DE 2024

Consumo de álcool está presente em 50% das mortes no trânsito em 2024 no ES

Detran informa aumento de 17% nas vítimas fatais, com 643 óbitos registrados no estado

Por Kebim Tamanini

O aumento de 17% nas mortes no trânsito até agosto de 2024, com 643 óbitos registrados em comparação aos 547 do mesmo período do ano passado, segundo o Observatório da Segurança Pública, tem gerado grande preocupação entre especialistas e autoridades. Para piorar, 50% das vítimas desses acidentes fatais haviam consumido bebidas alcoólicas antes do ocorrido, afirma Fernando Stockler, diretor de Segurança no Trânsito do Detran-ES.

- Continua após a publicidade -

Stockler ressalta que o álcool é uma das principais causas de fatalidades nas estradas capixabas. “Esse dado é alarmante e reflete a imprudência que ainda impera no trânsito”, afirmou. “Cada uma dessas vidas perdidas representa uma tragédia para famílias e amigos. Se as pessoas entendessem a gravidade de suas ações ao dirigir após beber, poderíamos salvar centenas de vidas”, completou.

Além da associação direta com o álcool, outras infrações recorrentes, como o excesso de velocidade e o avanço de sinal vermelho, continuam entre as principais causas de acidentes. Um dos casos mais trágicos deste ano ocorreu em Vila Velha, onde uma criança foi fatalmente atropelada por um condutor que avançou o sinal vermelho.

Outro dado preocupante é o aumento de mais de 20% nas mortes envolvendo motociclistas, que já representam mais de 50% das vítimas fatais no estado. “Os motociclistas são extremamente vulneráveis no trânsito. Quando a motocicleta é mal utilizada, pode se transformar em uma arma”, alertou Stockler.

O perfil das vítimas fatais no trânsito capixaba continua majoritariamente masculino, com homens representando 82% dos óbitos, contra 18% das mulheres. Os dados mostram ainda que 20% dos acidentes fatais ocorrem aos sábados e 17% aos domingos, com os horários críticos concentrados ao meio-dia e no fim do expediente, às 18h.

As rodovias estaduais e municipais permanecem como as mais perigosas, concentrando cerca de 73% dos acidentes fatais, enquanto as rodovias federais somam 26%. A faixa etária mais afetada é a de 25 a 44 anos, que responde por 38% das mortes.

LEIA MAIS
ES registra em setembro o menor número de homicídios em 28 anos ES registra em setembro o menor número de homicídios em 28 anos - No último mês foram registradas 55 mortes, o que representa 20 assassinatos a menos que no mesmo período em 2023 Por Letícia Santos* O Espírito…
De iniciativa governamental, os PLCs 46 e 47/2019 versam, respectivamente, sobre a criação do Fundo Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Fesp) e a reformulação do Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Coesp) Segurança pública teve recorde de investimentos em 2023 - Recursos foram aplicados em políticas de proteção para as escolas, infraestrutura e equipamentos

Campanhas de conscientização e fiscalização

Para enfrentar o problema, o Detran-ES tem intensificado campanhas educativas e projetos de conscientização, com foco especial nos jovens. Iniciativas como o “Agente Mirim”, que busca ensinar educação no trânsito para crianças de 5 e 6 anos, são exemplos de como a educação pode ser uma ferramenta de longo prazo para reduzir o número de acidentes.

Além disso, a fiscalização foi reforçada com o programa “Força Pela Vida”, que reúne diversas instituições de segurança para combater infrações. “Estamos intensificando as operações e ampliando a fiscalização. A sociedade precisa entender que cada vida perdida no trânsito é uma tragédia evitável”, concluiu Stockler.

Saiba mais…

Confira a entrevista completa concedida à ES BRASIL em maio deste ano pelo diretor-geral do Detran, que aborda a situação das mortes no trânsito, infrações, entre outros assuntos.

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA