De janeiro a agosto deste ano, foram vendidos mais de 59 mil de carros usados por dia, segundo Fenauto
Por Victória Araujo
Com o impacto da pandemia no poder de compra do consumidor e dificuldade de encontrar carros zero quilômetro, a procura pelos modelos seminovos aumentou consideravelmente nos últimos meses. A Federação Nacional de Revendedores de Veículos (Fenauto) aponta que foram vendidos mais de 59 mil carros usados por dia no primeiro semestre. Número é 7,8% maior em comparação com 2019, antes da pandemia de covid-19.
Em agosto, foram negociados 913.812 carros seminovos ou usados em todo o Brasil. No estado do Espírito Santo tendência foi a mesma: segundo o gestor de indicadores e especialista na área Eugenio Jesus, carros seminovos se tornaram uma boa moeda de troca na hora de comprar um novo.
- Procon de Vitória multa empresas de internet em R$ 235 mil
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
O baixo estoque dos carros novos e consequente aumento dos preços fez com que consumidores procurassem mais por seminovos. “Com a desvalorização do real e a pandemia, as peças importadas ficaram mais caras”, disse Eugenio.
O especialista disse ainda que muitos compradores de carros seminovos perderam o emprego na pandemia, e viram nisso uma oportunidade para trabalhar fazendo transporte por aplicativo.
10 carros mais negociados
1 | Gol | 81.778 |
---|---|---|
2 | Palio | 49.210 |
3 | Uno | 74.962 |
4 | Celta | 28.813 |
5 | Onix | 25.439 |
6 | Fox | 25.341 |
7 | Corolla | 25.166 |
8 | KA | 23.070 |
9 | Fiesta | 23.070 |
10 | Corsa | 22.714 |
Fonte: Fenabrave
Falta de “chips” semicondutores prejudica mercado
A indústria automobilística tem sofrido quedas na produção nos últimos meses. O último levantamento mensal realizado em agosto pela ANFAVEA, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, demonstrou uma redução de 2% na produção de automóveis entre os meses de julho – quando foram produzidas 163,6 mil unidades – e junho.
Produção foi ainda 4,2% menor em comparação com julho de 2020, e a pior produção para um mês de julho desde 2003.
O motivo é falta de semicondutores, componentes eletrônicos usados para diversos mecanismos dos carros, que estão sendo entregues com dificuldade pelos fabricantes por decorrência da pandemia.