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quinta-feira, 25 abril, 2024

Codesa: Primeira privatização portuária no Brasil sai por R$ 106 milhões

O vencedor foi o consórcio FIP Shelf 119 Multiestratégia e os investimentos previstos são da ordem de R$ 850 milhões

Por Amanda Amaral

A Companha Docas do Espírito Santo (Codesa), Vitória, agora será administrada pelo consórcio do Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Shelf 119 Multiestratégia, vencedor do leilão da primeira desestatização portuária do Brasil. A outorga foi de R$ 106 milhões. O certame foi realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, e foi disputado em vários lances com a Vinci Partners. 

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A concessão vale para 35 anos. O investimento do consórcio está estimado em pelo menos R$ 850 milhões, sendo R$ 335 milhões na ampliação dos portos de Vitória e de Barra do Riacho, administrados pela Companhia.

Investimentos Previstos

No primeiro momento o vencedor deverá aportar R$ 55 milhões na recuperação estrutural de todo o complexo portuário, R$ 34 milhões na recuperação dos berços dos terminais Peiú e de São Torquato e mais de R$ 270 milhões na modernização do canal de acesso. Também estão previstos R$ 10 milhões como contrapartida na reforma de armazéns e em melhorias urbanas no acesso ao porto.

Atração de Novos Empreendimentos

Para a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, o investimento que, ampliará a capacidade e eficiência dos Portos de Vitória e Barra do Riacho, depende essencialmente de uma maior participação do setor privado e do destravamento de novos contratos de terminais portuários de ponta no Espírito Santo.

“O Porto de Vitória, requalificado em seus acessos rodoviários, ferroviários e marítimos, tem o potencial de cumprir um importantíssimo papel na atração de oportunidades de novos empreendimentos ao Estado, bem como na ampliação da atividade produtiva já existente e do volume de exportações”, afirmou.

Ela complementa: “O Porto de Barra do Riacho já tem sido, há vários anos, anunciado como possuidor de todas as características para assumir a posição de um dos complexos industriais mais importantes do país e também traria mais dinamismo e competitividade para o Estado.”

Codesa: Primeira privatização portuária no Brasil sai por R$ 106 milhões
Cris Samorini é presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo. Foto: Divulgação/Findes

Aumento da Movimentação de Cargas

A aplicação dos recursos deverá dobrar a movimentação de cargas do Porto de Vitória de 7 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas por ano.

Para Barra do Riacho, há a possibilidade de exploração de novas áreas, uma vez que 522 mil metros quadrados, de um total de 860 mil metros quadrados, são greenfield – ou seja, para projetos que começam do zero – e poderão ser destinadas a novas atividades na zona portuária.

Comércio Exterior

O coordenador do Comitê Técnico de Logística do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), Breno Sasso Alighieri, ressaltou a importância da área portuária atuar com excelência de serviços e alta produtividade para oferecer agilidade e soluções as empresas do setor de comércio exterior e toda cadeia logística que opera no porto e entorno.

Para ele, é fundamental um ambiente favorável e competitivo possamos estruturar operações e negócios, aumentar o potencial do Estado e atrair novas empresas e investimentos.

“A área portuária tem papel fundamental neste processo, estaremos sempre prontos para participar e contribuir. Se a privatização vier para trazer esses benefícios, por meio de melhorias de produtividade, prazos e custos para a operações de nossos associados e parceiros da cadeia de logística, estaremos indo ao encontro de nossos objetivos”, comentou.

Vedação de Demissões na Codesa

Codesa: Primeira privatização portuária no Brasil sai por R$ 106 milhões
Breno Alighieri integra o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo. Foto: Divulgação/Sindiex

A desestatização da Codesa também prevê a vedação de demissões do atual quadro de funcionários sem justa causa por 12 meses e apresentação de um Programa de Incentivo ao Desligamento Volutário (PIDV) a ser custeado por até 10% das ações vendidas pela União (cerca de R$ 32,6 milhões).

“A bem-sucedida desestatização da Codesa nos mostra que o futuro da infraestrutura de transportes está cada vez mais próximo da gente. Com os investimentos previstos, será possível dotar os portos de Vitória e de Barra do Riacho das melhores práticas e tecnologias existente no mundo hoje. Na prática, é desenvolvimento, empregos e aprimoramento de toda a cadeia logística brasileira”, afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Corredor Centro-Leste

Cris Samorini também salientou que julga fundamental que os portos capixabas estejam conectados a sistemas ferroviário e rodoviário eficientes.

“Por isso, é tão importante consolidarmos o Corredor Centro-Leste para escoar a produção que vem do Brasil central. A partir de uma infraestrutura moderna, poderemos receber grandes embarcações, que vão ter um importante papel para nos tornar mais competitivos e sustentáveis, uma vez que ao movimentar navios de grande porte, reduziremos a quantidade de embarcações e, portanto, reduziremos a emissão de gás carbônico na atmosfera”, explica.

Com informações da Agência Brasil. 

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