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quinta-feira, 7 DE novembro DE 2024

Cinco filmes sobre eleições para pensar os processos políticos

Lentes de diferentes diretores e diretoras retratam processos eleitorais e políticos e sua conexão com as lutas que ocorrem na esfera do cotidiano

Por Mariah Friedrich

Bob Roberts

Neste Mockumentary, narrativa de ficção em formato de documentário, dirigido por Tim Robbins em 1992, o processo eleitoral americano é representado a partir da jornada do cantor folk coservador, Bob Roberts (interpretado por Robbins), que anuncia sua candidatura para o Senado dos Estados Unidos pelo estado da Pensilvânia.

Ao longo dos acontecimentos, o personagem revela seu lado desonesto e enganoso, chegando ao extremo de simular uma tentativa de assassinato contra si mesmo para para apelar aos eleitores e ser eleito. outra característica marcante no filme é o excesso de acontecimentos, que dificultam às pessoas a entenderem a situação política e pensarem em ações menos reativas, e isso é usado em favor de interesses políticos para certas coisas passem despercebidas.

Assista ao trailer a seguir:

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As Sufragistas

A partir da luta das mulheres pelo direito ao voto na Inglaterra no início do século XX, o filme As Sufragistas, dirigido por Sarah Gavron e lançado em 2015, destaca a importância das eleições como meio de alcançar representação e mudança social.

As sufragistas eram um grupo diversificado, composto por mulheres de várias classes sociais, origens e profissões que se envolviam em várias formas de ativismo, incluindo protestos, desobediência civil e campanhas para chamar a atenção para a necessidade de mudanças legislativas que permitissem às mulheres votar.

O filme retrata a resistência enfrentada por essas mulheres e como o governo e as autoridades reagiam de forma agressiva às manifestações das suffragistas e culmina na realização de mudanças legislativas que eventualmente levariam ao reconhecimento do direito de voto feminino.

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Selma

Selma (2014), dirigido por Ava DuVernay, retrata a histórica marcha que reuniu milhares de pessoas pelo direito ao voto para os afro-americanos e cobriu uma distância de aproximadamente 54 milhas (cerca de 87 km) entre a cidade de Selma e a capital do Alabama, Montgomery.

Aclamado pela crítica e recebeu várias indicações a prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme e Melhor Canção Original, por “Glory”, interpretada por Common e John Legend, o filme mostra que a luta por participação no processo eleitoral era um passo importante para construir uma sociedade mais justa e mostra que o voto não foi garantido sem luta.

A marcha de Selma a Montgomery começou em 7 de março de 1965, conhecido como “Domingo Sangrento”, quando os manifestantes foram brutalmente atacados pela polícia na ponte Edmund Pettus em Selma. O evento gerou indignação nacional e levou à mobilização de mais ativistas e apoio a nível nacional, culminando em uma manifestação em Montgomery, onde os líderes dos direitos civis, incluindo Martin Luther King Jr., Malcolm X e Lyndon B. Johnson (presidente dos Estados Unidos na época) fizeram discursos para uma grande multidão.

A narrativa na mobilização das comunidades negras que enfrentavam discriminação e violência ao tentarem se registrar para votar e retrata como o movimento ajudou a pressionar o governo dos Estados Unidos a promulgar a Lei do Direito ao Voto (Voting Rights Act) em agosto de 1965, que visava eliminar barreiras que impediam os afro-americanos de terem seus direitos eleitorais assegurados.

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A Candidata Perfeita

“A Candidata Perfeita” (2019), dirigido por Haifaa al-Mansour, narra a trajetória de Maryam, uma jovem médica saudita que decide concorrer a um cargo nas eleições municipais em uma sociedade altamente conservadora, onde as mulheres ainda enfrentam várias restrições. Maryam inicialmente enfrenta dificuldades e preconceitos por ser mulher, além de contar com a resistência da sua família e da comunidade local.

Maryam usa sua campanha como um espaço para discutir mudanças sociais e inspirar outras mulheres a assumirem papéis de liderança, além de defender melhorias na infraestrutura e nas condições de saúde da cidade, áreas que ela conhece bem devido à sua profissão. A obra foi aclamada em diversos festivais internacionais, incluindo o Festival de Veneza, e indicado como representante da Arábia Saudita para o Oscar de Melhor Filme Internacional.

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No

Com enredo centrado no plebiscito de 1988 no Chile, que decidiu o futuro do regime de Augusto Pinochet, o filme “No”, dirigido por Pablo Larraín e lançado em 2012, retrata um evento crucial na história do Chile, quando seria determinado se Pinochet continuaria no poder por mais oito anos ou se haveria uma nova eleição.

A trama acompanha a construção da campanha “No”, que se opôs à continuação de Pinochet no poder, liderada pelo protagonista René Saavedra (interpretado por Gael García Bernal) e ilustra os desafios como a censura e a manipulação da informação enfrentados pelos opositores à propaganda do “Si”.

A eleição se torna um símbolo da resistência contra a opressão e um chamado à ação ao longo da campanha, que adotou uma abordagem focada em mensagens positivas e otimistas, usando técnicas inovadoras de marketing e publicidade para mobilizar e engajar a população, contrastando com o tom sombrio do regime.

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Terra em Transe

O filme “Terra em Transe”, lançado em 1970 e é dirigido por Glauber Rocha, é ambientado no estado fictício chamado Eldorado marcado por uma luta entre facções políticas que buscam se eleger e garantir o controle sobre a administração. O protagonista, Paulo Martins, é um intelectual e político que se envolve na campanha eleitoral, testemunhando e participando das manobras políticas e da corrupção que permeiam o processo eleitoral.

A trama expõe a superficialidade das campanhas, ilustrando como as decisões são frequentemente baseadas em interesses pessoais e alianças traiçoeiras, em vez de um verdadeiro compromisso com a sociedade. Com um clima de tensão constante, o filme mostra como a luta pelo poder pode levar a confrontos, protestos e até assassinatos, refletindo a realidade da política autoritária.

As cenas de manifestações populares e o envolvimento do povo simbolizam a esperança de mudança, mesmo que esta esperança seja frequentemente frustrada.

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