Vitória e Linhares já acumulam 35 dias sem chuvas significativas, segundo o Incaper; veja outras regiões afetadas
Por Kebim Tamanini
Diversas cidades do Espírito Santo estão enfrentando longos períodos sem chuvas significativas, gerando preocupação entre a população e especialistas. A capital, Vitória, por exemplo, já acumula cerca de 35 dias sem precipitações relevantes, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O início da primavera, no dia 22 de setembro, também não traz grandes esperanças de alívio imediato.
De acordo com o coordenador de meteorologia do Incaper, Hugo Ramos, as expectativas para os próximos dias indicam um possível atraso no início do período chuvoso. “Estamos acompanhando os prognósticos, e para os próximos 15 dias não há previsão de chuvas significativas, principalmente na Grande Vitória e no sul do estado. O acumulado de chuva para o centro-norte, especialmente na faixa litorânea, deve variar entre 10 e 20 milímetros até o final de setembro, o que é insuficiente para reverter o quadro de seca”, afirmou.
A situação é alarmante, considerando que o último registro significativo de chuva em Vitória foi no dia 5 de agosto, quando a estação meteorológica da Ilha de Santa Maria marcou um acumulado de 16,4 mm, segundo o Incaper.
Cidades vizinhas, como Vila Velha, também registram períodos prolongados de seca. O último registro de chuva em Vila Velha foi de 3,4 mm no dia 25 de agosto, totalizando 17 dias sem precipitação expressiva.
No interior do estado, os efeitos da estiagem são igualmente preocupantes. Venda Nova do Imigrante e Alegre, no sul do Espírito Santo, estão há 15 e 16 dias, respectivamente, sem precipitações. No norte, São Mateus enfrenta 20 dias de seca, enquanto Linhares já está há 35 dias sem chuvas consideráveis, revelando um cenário crítico em diversas regiões.
Hugo Ramos alerta que a situação pode se agravar. “Normalmente, esperamos que as chuvas comecem na segunda quinzena de outubro, mas há chances de que elas só se regularizem no início de novembro”, explicou.
Além disso, a falta de precipitações pode aumentar as temperaturas, que já estão acima da média. Ramos destacou que, desde o início do ano, o Espírito Santo vem enfrentando ondas de calor intensas e temperaturas elevadas, refletindo um fenômeno global que afeta o Brasil e outras regiões. “Esse cenário, aliado à seca, trará desafios ainda maiores nos próximos meses”, concluiu.
Diante da estiagem, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) já estuda implementar um cronograma de restrições no uso da água para grandes setores, como a agricultura e as indústrias, para mitigar os impactos da seca.