Moro autorizou o ex-diretor da Petrobras a ser escoltado até Curitiba para audiência da Lava Jato. Já condenado, Cerveró será testemunha de acusação em processo da 38ª fase da operação.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou escolta para Nestor Cerveró. A solicitação havia sido feita pela defesa do ex-diretor da área Internacional da Petrobras.
Nestor Cerveró irá do Rio de Janeiro a Curitiba para participar de uma audiência na Justiça Federal do Paraná no dia 26 de maio.
Segundo Sérgio Moro, os advogados alegaram que ele foi hostilizado em outros momentos e, por essa razão, pediu escolta à Polícia Federal (PF), que exigiu determinação judicial.
Cerveró foi intimado como testemunha de acusação do processo originado na 38ª fase da Operação, batizada de “Blackout”, e que tem Jorge Luz e Bruno Luz entre os réus.
Condenado pela Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras cumpre – desde junho de 2016 – prisão domiciliar, sob monitoramento da tornozeleira eletrônica. O benefício se deve ao acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Ele foi preso em janeiro de 2015.
38ª fase
Jorge Luz e o filho Bruno Luz foram presos nos Estados Unidos, um dia após a Operação Blackout ser deflagrada em fevereiro de 2017. Ambos são acusados de serem lobistas, com atuação em prol do PMDB, no esquema de corrupção e desvio de dinheiro da Petrobras.
Além dos dois, presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, outras sete pessoas também são citadas na denúncia. Eles vão responder pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com Moro, a denúncia relaciona vários contratos da Petrobrás, ligados à Área Internacional, nos quais teria havido pagamento de vantagem indevida a agentes da Petrobras ou a agentes políticos.
Valores
“Seis milhões de dólares do montante da vantagem indevida teriam sido direcionados a agentes políticos por solicitação de Nestor Cerveró e dos referidos gerentes da Petrobras. Jorge Antônio da Silva Luz e Bruno Gonçalves Luz teriam intermediado os valores para os agentes políticos”, afirmou o juiz no despacho de recebimento da denúncia.
À época da prisão Moro disse que embora ainda haja a necessidade de se fechar “lacunas” existentes sobre a titularidade das contas descobertas no exterior usadas para lavar o dinheiro, já é possível comprovar que várias delas tinham como titulares algumas das pessoas acusadas.”Além disso, consta ainda a confissão de algumas das pessoas que participaram dos crimes, como Júlio Gerin de Almeida Camargo, Fernando Antônio Falcão Soares e Nestor Cuñat Cerveró.