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quarta-feira, 1 maio, 2024

CBV diz que punição do COB ‘prejudica’ preparação para Olimpíada

As punições foram anunciadas pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na terça-feira

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) criticou as punições anunciadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), no caso Wallace, e afirmou que as sanções poderão afetar diretamente a preparação da modalidade para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Além disso, vão impedir, segundo a entidade, a participação das seleções brasileiras nos Jogos Pan-Americanos deste ano, em Santiago, no Chile.

“A decisão do CECOB prejudica gravemente a preparação do vôlei brasileiro para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, e impede a participação das equipes nos Jogos Pan-Americanos, nos Mundiais de base e nas etapas do Circuito Mundial de vôlei de praia”, afirmou a CBV, em nota.

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A entidade, contudo, assegura que se esforçará para manter as seleções nos torneios pré-olímpicos. Ao menos em tese, a CBV, estando suspensa, não poderia inscrever jogadores nas competições que definem os classificados para a Olimpíada do próximo ano. Estes torneios serão disputados entre setembro e outubro deste ano.

“A CBV garante que empenhará todo o seu esforço e seus recursos para manter a preparação dos atletas, de quadra e de praia, para estas importantes competições. E espera que o COB respeite seu estatuto e a legislação vigente, e não tome qualquer medida sem que a CBV tenha direito amplo e irrestrito à defesa.”

As punições foram anunciadas pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na terça-feira. E se referem à escalação e utilização do oposto Wallace de Souza em quadra pelo Cruzeiro na final da Superliga masculina de vôlei, no domingo. O jogador estava suspenso desde abril e só poderia voltar a jogar nesta quarta.

O conselho, então, suspendeu a CBV por seis meses; o presidente da CBV, Radamés Lattari Filho, por um ano de todas as atividades esportivas vinculadas ao COB. E ainda recomendou que o Banco do Brasil e o Ministério do Esporte cortassem todos os repasses financeiros à CBV por seis meses.

Radamés é vice-presidente da CBV, mas comandava a entidade interinamente desde que o presidente Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, se afastou do cargo em janeiro deste ano em decorrência de problemas de saúde. Agora, quem assume é Igor Ribeiro Dantas, presidente da Federação do Rio Grande do Norte.

O Conselho de Ética do COB também decidiu aumentar consideravelmente a pena de Wallace, que antes sido punido com 90 dias para clubes e de um ano em relação à seleção brasileira. Agora, o oposto, caso seja mantida a punição, pode encerrar sua carreira aos 35 anos, visto que está suspenso por cinco anos nos dois cenários. Outra sugestão do CECOB é para o Tribunal de Contas da União (TCU) fazer uma tomada de contas especial sobre os valores públicos federais investidos na CBV.

“Desproporcional”

Em nota, a CBV disse que punição do COB é “absurda” e “desproporcional” e prometeu “medidas jurídicas”. “A CBV recebeu com perplexidade a decisão do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB)”, afirmou a entidade. “A decisão chega ao absurdo de determinar a suspensão do repasse de recursos do COB à CBV e recomendar que entidades públicas ou privadas retirem seus patrocínios e apoios.”

A CBV rebateu os argumentos apontados pelo CECOB para aplicar as punições. Um deles era o de que Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) não teria legitimidade para fazer a intermediação entre as partes.

“Na decisão, totalmente desproporcional e pouco razoável pela total ausência de responsabilidade da CBV no ato que desencadeou o processo, o CECOB não observa as regras do próprio estatuto do COB, ao não considerar a decisão do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), instância arbitral eleita pelo COB conforme ata de seu Conselho de Administração. Na decisão divulgada nesta terça-feira, o CECOB se contradiz ao pedir o descredenciamento do CBMA como instância arbitral, admitindo que hoje o órgão é competente para atuar nestes casos”, argumentou a entidade responsável pelo vôlei nacional.

Na mesma nota, a CBV disse estar “segura” de suas decisões sobre o caso Wallace e prometeu “medidas jurídicas”. “A CBV se vê obrigada a tomar todas as medidas jurídicas cabíveis para garantir seus direitos, diante da ameaça à participação das equipes de quadra e de praia em importantes competições internacionais, e do risco aos patrocínios e parcerias que dão tranquilidade para o crescimento profissional de jogadores, para a realização de eventos de quadra e de praia, e para o desenvolvimento do voleibol como esporte e como instrumento social.”

Tiro em Lula

A punição do medalhista olímpico com a seleção brasileira de vôlei aconteceu depois que Wallace sugeriu um “tiro na cara” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em publicação nas redes sociais em janeiro deste ano.

Wallace só entrou em quadra no domingo e foi campeão da Superliga pelo Cruzeiro, graças a uma liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Depois do jogo, ele disse que errou ao perguntar aos seus seguidores quem daria um tiro em Lula e agradeceu as pessoas que o apoiaram. “Cometi um erro fora de quadra, do qual me desculpei, me arrependi. Não desejo que nenhum atleta passe por isso”, afirmou.

Em janeiro, o Sada Cruzeiro lamentou a atitude de Wallace e anunciou seu afastamento da equipe por tempo indeterminado, ressaltando a necessidade de cautela em manifestações nas redes sociais por causa do momento “delicado” do País. O atleta é apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas pelo petista nas eleições de 2022 e entusiasta da ampliação do acesso a armas pela população.

Com informações Agência Estado

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