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sexta-feira, 19 abril, 2024

Meu amigo, o cartão de crédito

Utilizar o “dinheiro de plástico” de forma correta é garantia de vantagens e benefícios na hora de consumir

Meu amigo, o cartão de crédito

Parcelar o valor da compra, acumular milhas aéreas ou quilômetros de vantagem e, sendo mesmo seu ano de sorte, até ganhar um carro ou ainda curtir a Copa do Mundo na Rússia, por meio de “números da sorte” obtidos a partir de determinado valor consumido. Muitos são os benefícios oferecidos quando o cartão de crédito é utilizado de forma correta.

Mas, para usufruir dessas comodidades, é fundamental que o portador evite as armadilhas de despesas que extrapolam o orçamento pessoal. É preciso, por exemplo, tomar cuidado com cartões que condicionem a isenção da anuidade à obrigação de uso mensal. Também não adianta se descontrolar e trocar o rotativo dessa modalidade pelo cheque especial, como se o limite fizesse parte da renda. Isso porque esses juros também são extorsivos e podem levar ao endividamento.

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Uma fatura em atraso traz mesmo como consequência as taxas mais caras do mercado. Em contrapartida, o cliente que sabe gerir esses gastos com responsabilidade enfrenta menos percalços, destaca a economista e professora do Insper Juliana Inhasz. “Defendo muito a linha de que o cartão de crédito pode ser um grande aliado. O ponto central está no fato de as pessoas entenderem que ninguém dá nada de graça a ninguém. Então o cartão é apenas a possibilidade de você postergar um pagamento, ter melhores condições de parcelamento e também alguns benefícios com o uso contínuo. O segredo é não gastar um dinheiro que não tem e ainda não terá no próximo pagamento”, explica.

Diferentes opções
Nailson-Dalla-Bernadina
“Usufruir de taxas mais baixas, ganhar produtos e ter participação nos lucros são algumas das vantagens oferecidas aos associados que utilizam o cartão do Sicoob” – Nailson Dalla Bernadina, diretor executivo do Sicoob ES

Superintendente de Cartões, Distribuição e Rede do Banestes, Ivalino Andreão compartilha da argumentação da especialista. “O cartão de crédito pode ser um aliado para o usuário? Com certeza! Mas é preciso ter disciplina financeira para isso. Muita gente já descobriu isso e administra o cartão de forma correta, tornando-o um auxiliador nos gastos mensais”, observou.

Entre os motivos que o faz classificar essa opção como excelente estão a praticidade e a segurança. “Saiu de prática andar com notas de dinheiro na carteira. Com um simples plástico nas mãos, você paga desde um lanche na rua a um carro novo na loja.”

cartão de crédito
Fonte: Abecs

Outro ponto positivo citado é a possibilidade de efetuar compras fora do país, centralizar os custos em um único local, fazer o acompanhamento real dos gastos e parcelar sem pagamento de juros. A participação em programas de pontos é também um atrativo. “No Banestes, por exemplo, é possível usar os pontos acumulados para pagar impostos como IPVA e IPTU, contas da Cesan e seguros Banestes e trocá-los por viagens, produtos, milhas etc. Além disso, o cartão Banestes Visa Platinum tem a melhor pontuação do mercado, com 2,2 pontos acumulados para cada dólar gasto”, detalha Andreão.

Para se ter ideia da importância do cartão de crédito para o brasileiro, em 2017 foram movimentados R$ 508 bilhões por esse tipo de transação financeira, o que representou 12,6% a mais que no ano anterior. Dados do Banco Central mostram ainda que os quatro maiores conglomerados bancários – Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – detinham, no fim daquele ano, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país, além dos 76% dos depósitos.

O passo inicial é verificar todas as condições do contrato. “Usufruir de taxas mais baixas, ganhar produtos e ter participação nos lucros são algumas das vantagens oferecidas aos associados que utilizam o cartão do Sicoob. A taxa média de juros do rotativo dos bancos, por exemplo, é de 334,60% ao ano (a.a) – 13% ao mês (a.m) –, enquanto que a do Sicoob é de 149% a.a (7,9% a.m). Em relação ao parcelado, a média nacional dos bancos é de 169,2% a.a (8,6% a.m), e em nossa instituição é de 91% a.a (5,5% a.m)”, destaca Nailson Dalla Bernadina, diretor executivo do Sicoob ES.

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Fonte: Abecs

Ele complementa que o Sicoobcard possui diferenciais competitivos se comparados a outros produtos do mercado. “Ao fim de cada ano, parte da receita gerada com o cartão volta ao associado. É a chamada participação nos resultados. Além disso, o sistema de pontuação contribui para a realização de viagens de negócio e de lazer”, explica Nailson.

O dirigente acrescenta que, no programa de recompensas Sicoobcard Prêmios, o portador do cartão pode trocar seus pontos – acumulados nas compras na função crédito – por vários produtos, milhas aéreas ou crédito na fatura. Também são menores a anuidade e os juros, em comparação com o mercado, e, quanto mais o associado utiliza o cartão, maior será o desconto na anuidade. Quanto mais o cartão é utilizado, maior será o desconto na anuidade.

Entre outras medidas adotadas por algumas instituições estão o controle dos gastos em tempo real, a definição de limite de gastos por categoria e a geração de cartões virtuais que permitem mais segurança nas compras on-line. E a atenção do cliente deve estar também nas condições de negociação e renegociação dos débitos. “A renegociação da dívida pode ser feita diretamente nas agências do Sicoob, através do aplicativo Sicoobnet celular ou do internet banking, o que traz mais agilidade e comodidade para o associado”, aponta Nailson.

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Fonte: Abecs

Por fim, é preciso que o cliente também se certifique sobre a cotação do dólar adotada pela instituição no caso de compras internacionais, uma vez que a conversão pode considerar o valor do dólar comercial no momento da transação (o que é melhor para o cliente) ou o do dólar turismo na data do fechamento da fatura, o que deixará o montante maior.

Novas regras

Em 27 de abril deste ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) – formado pelo Banco Central e ministérios da Fazenda e do Planejamento – anunciou novas medidas para o mercado de cartões de crédito, que passaram a valer em 1º de junho. Uma das principais alterações é o fim da regra que fixava o pagamento mínimo das faturas em 15% do valor total. Todo banco, lojista ou empresa de seguro que emite cartões pode definir um percentual de pagamento mínimo de acordo com o perfil e o relacionamento de cada cliente com a instituição.

Essa possibilidade dos bancos pode impor aos clientes iniciais uma negociação que não necessariamente será tão boa para eles.
Por exemplo, um estudante universitário com renda baixa pode ter uma taxa inicial de 40% determinada pela instituição e, diante de uma situação de descontrole financeiro, talvez ele tenha o valor para honrar os 15% de mínimo cobrado a um cliente de longo prazo, mas não consiga pagar um percentual maior.
“Por outro lado, a gente entende que talvez isso seja interessante, uma vez que deve educar um pouco mais o consumidor, que terá de se planejar melhor economicamente”, avalia a economista Juliana Inhasz.

“Usufruir de taxas mais baixas, ganhar produtos e ter participação nos lucros são algumas das vantagens oferecidas aos associados que utilizam o cartão do Sicoob” – Nailson Dalla Bernadina, diretor executivo do Sicoob ES

Outra mudança é que os bancos passarão a cobrar apenas uma taxa, a do rotativo regular, definida em contrato. Foram extintas, portanto, as taxas maiores nos casos de inadimplência. A ideia é reduzir o “prejuízo” para o cliente, embora o CMN tenha autorizado a aplicação de juros de mora e multa.

Para ela, ainda é muito cedo para avaliar os impactos concretos dessas mudanças. “A taxa de juros que chega ao cliente realmente tende a ser menor, mas o impacto disso na macroeconomia ainda será muito pequeno, porque os juros ainda são altos. Estamos falando de taxas que podem ultrapassar 300% ao ano. Vamos precisar de quatro ou cinco meses, contados a partir da efetivação das mudanças, para uma avaliação mais acertada. Isso porque, ainda que se observe uma diminuição na inadimplência, não se pode afirmar que a causa única seja essa mudança nas regras do cartão de crédito, uma vez que também os indicadores de mercado sinalizam uma melhora econômica, ainda que tímida”, disse Juliana.

Segurança

Em 2017, os brasileiros fizeram R$ 1,36 trilhão em compras com cartões, incluindo crédito e débito, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).  Se considerarmos apenas as compras não presenciais (comércio virtual), o valor chegou a R$ 167,6 bilhões, o que representa uma alta de 16,5% em relação a 2016 e 20% de todo o volume das transações por meio de cartões de crédito.

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Mas, à medida que cresce o uso de cartão no ambiente virtual, aumentam também as tentativas bem-sucedidas de fraude. Até março deste ano, foram registrados 77.300 casos de vazamento de dados de cartão de crédito das principais instituições financeiras do país, aponta um levantamento realizado pela UPX Technologies, especialista em segurança digital.

Denize Izaíta, diretora-presidente do Procon-ES, reforça que o consumidor precisa estar muito atento aos sites que visita e realiza compras, especialmente diante de ofertas tentadoras, a fim de minimizar os riscos de fraude. “Desconfie sempre de sites que oferecem preços bem abaixo do mercado.
É preciso investigar o site antes de se cadastrar. A chance de essas páginas terem sido construídas apenas para roubar dados do cartão de crédito do consumidor é muito grande. Jamais clique em um link recebido por meio eletrônico. Com muita frequência, você pode ser direcionado a um site malicioso. E ao realizar uma compra por e-commerce, é fundamental manter o antivírus do computador atualizado”, comenta.

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Fonte: Abecs

Por se tratar de uma fraude, quando identificar uma cobrança suspeita na fatura, o consumidor precisa não só reclamar na administradora do cartão, mas também fazer uma ocorrência na delegacia. Se a empresa não resolver o problema, a melhor opção é procurar os órgãos de defesa do consumidor.

O cliente tem duas alternativas quanto ao pagamento da fatura: quitar o valor integral e depois reclamar; ou relatar a queixa primeiro e pagar apenas as cobranças que ele reconhece. Em ambos os casos, é fundamental guardar o número de protocolo da reclamação. Se bancar a fatura integral, os valores pagos sem ter sido gastos, normalmente, são devolvidos em forma de crédito nas faturas seguintes.

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