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quinta-feira, 28 março, 2024

Carlos Júlio, entrevistado da ES Brasil dá palestra para Seleção Brasileira

Carlos Júlio, entrevistado da ES Brasil dá palestra para Seleção Brasileira

Nosso entrevistado da Edição 104 da ES Brasil, palestrou para a Seleção Brasileira nessa segunda-feira.

Carlos Júlio ministrou uma palestra sobre comportamento, postura e processos decisórios, formas de encarar grandes desafios e a importância de ter um grupo unido para alcançar resultados.

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Leia novamente a entrevista concedida por ele à ES Brasil onde ele destaca os pontos necessários para se tornar um profissional de sucesso. 

Entrevista: Carlos Júlio – “Tão importante quanto você sonhar, é materializar esses sonhos”

* Por Yasmin Vilhena

Filho de imigrantes portugueses que sempre se dedicaram ao comércio, o palestrante Carlos Alberto Júlio sempre foi apaixonado pelo mundo do trabalho. Seu interesse pelos negócios começou quando ainda era pequeno, ao observar as técnicas de fidelização de clientes aplicadas pelo seu pai, José Julio. Considerado como um dos maiores palestrantes do Brasil, Carlos Júlio é sinônimo de conhecimento no campo da Administração de Negócios. Com mais de 30 anos de experiência dentro das salas de aula, o entrevistado do mês da Revista ES Brasil possui um currículo profissional de dar inveja, atuando como professor nas mais renomadas escolas do país como FGV, ITA, ESPM e FIA-USP.

Administrador, especializou-se na Harvard Business School, na London Business School e no IMD de Lausanne, na Suíça. Além de palestrante, empresário e consultor, Carlos Júlio é colunista da Rádio CBN e autor de diversos best-sellers na área de negócios. Questionado sobre o grande sucesso obtido ao longo de sua carreira, o entrevistado afirma que o segredo para a realização profissional é a paixão pelo que se faz.

– Quando e como surgiu o seu interesse pela área de Administração de Empresas? Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.
Eu sempre fui uma pessoa ligada aos negócios e envolvida com o comércio, tanto que com treze anos de idade eu trabalhava no varejo de fotografia e som. A partir daí foi um pulo para as vendas, algo que fez com que eu me interessasse muito pela área de negócios. Durante 15 anos fui trader, vendendo produtos brasileiros no exterior, e em seguida, eu me interessei em trabalhar não só com a área de vendas internacionais, como também na área de gestão. Acabei recebendo o convite para ser vice-presidente de uma multinacional e a partir daí, eu entrei definitivamente na área de gestão dos negócios em si. Vale a pena lembrar que desde que eu me formei, recebi o convite para lecionar na área de administração, o que me leva hoje a ter 34 anos interruptos em sala de aula. Hoje me dedico 100% ao desenvolvimento de pessoas e empresas.

– Você começou a trabalhar desde cedo passando por vários empregos até se tornar presidente de multinacionais. Qual seria a chave desse sucesso?
A paixão pelo que se faz. Imaginem uma pessoa que não faz o que gosta e que trabalha contrariada, olhando o relógio para ver se hora passa? Isso deve ser muito frustrante. Quando você trabalha só pelo dinheiro e você não consegue conjugar essas duas coisas (o prazer com a questão financeira) não há um perfeito equilíbrio. Se você não se diverte no trabalho e não acha que está cumprindo uma missão diferente daquela de só ganhar dinheiro, eu acredito que sua vida esteja sendo desperdiçada. Viver bem a vida é trabalhar com aquilo que você gosta.

– Você sempre foi apaixonado pelo mundo do trabalho? Puxou essa característica dos seus pais?
Sem dúvida. O imigrante tem um desafio maior de se dar bem fora da sua terra e longe da proteção dos seus pais e da sua família. Acho que essa garra e determinação que eu tenho vieram tanto do meu pai quanto da minha mãe. Eu também sempre gostei de ler biografias e acredito que elas dão um sentido de que a vida só vale a pena se for bem vivida.

– Considera-se um workaholic? Como busca conciliar o lado profissional com o pessoal?
Já fui. Mesmo trabalhando longas horas, como eu me divirto, eu não sinto tanto. A partir do momento que eu deixei de ser executivo para ter os meus próprios negócios, acho que me sinto dono da minha própria agenda. Nada me impede de ir às 16h no cinema e depois retomar o meu trabalho às 20h, essa é a parte boa. Mas isso exige uma disciplina muito maior do que aquela de trabalhar pelo relógio. Você pode ir ao cinema às 16h, mas depois vai ter que trabalhar das 20h à 00h para repor.

– No seu site você afirma que desde muito jovem sempre teve uma ideia muito clara do que desejava: uma condição profissional que desse segurança e estabilidade para a sua futura família. Como a sua rotina naquela época influenciou o que você é hoje?
Tão importante quanto você sonhar, é materializar esses sonhos. Quando você conhece as suas metas acaba fazendo escolhas do dia a dia para que elas sejam cumpridas e é isso que te leva a bons resultados. É importante ter uma meta e fazer as boas escolhas para chegar até ela. Isso que é ter uma boa estratégia e um bom planejamento dentro do mundo corporativo.

– Você é autor de best-sellers na área de negócios. Do que se trata a série ‘Gestão Descomplicada’?
Tenho uma coluna há dois anos na Rádio CBN que se chama ‘Gestão Descomplicada’, na qual eu pego um assunto por dia para descomplicá-lo. Tento usar uma linguagem mais acessível para falar de temas como marketing, vendas, pessoas, talentos, processos e estratégias – algo que vem das características das minhas aulas que visam facilitar o entendimento. Acredito que quando você facilita esse entendimento, o aluno fica estimulado a aprender cada vez mais. Como isso deu certo nesses 30 anos de docência eu resolvi vir para o rádio com essa coluna, além de criar uma coleção que leva o mesmo nome, em que cada livro temático tenta descomplicar um assunto. Em ‘Você é um grande negociador’ mostramos como ter negociações efetivas, como entender o cliente e como se comportar de acordo com as expectativas de cada um deles. Temos ainda o segundo título da série com o ‘Você é um grande estrategista’, e o terceiro, com o ‘Você é um grande empreendedor’ que também possui as regras de ouro de como empreender bem.

– O que seriam as Regras de Ouro e as Regras de Diamante?
Em cada um desses livros eu coloco as dez regras de ouro – que são as que eu observei nos bons negociadores – e as três de diamante – aquelas que no final do dia acabam decidindo o jogo. Na regra de diamante, por exemplo, mostramos que quem domina a negociação é quem pergunta e não quem responde. Isso já desmistifica um pouco aquela ideia de que o bom vendedor é o falador. Na parte do estrategista, damos uma regra fundamental: se você não sabe para onde ir, não adianta saber onde você está, ou seja, é importante determinar quais são os seus objetivos. Outra regra de diamante é dos empreendedores que eu chamo de 29 por 1: durante 29 dias do mês o bom empreendedor precisa ser um gestor, e só uma vez por mês, que ele vira dono da empresa e analisa se os esforços dele estão dando certo ou não. Sempre quando ele inverte essa regra e passa a ser mais dono do que gestor, o negócio dele fica em risco.

– Fale um pouco sobre ‘A magia dos grandes negociadores’. Por que resolveu transformar essa palestra em livro? Que magia seria essa?
O livro ‘A magia dos grandes negociadores’ virou na sua edição revisada o livro ‘Você é um grande negociador’. A ideia surgiu por meio de aulas de negociação que viraram palestras e que depois, viraram um livro.

– Como o profissional pode traçar estratégias pessoais para que tenha uma carreira de sucesso? 
O primeiro passo para alcançar os seus objetivos é ter um objetivo. O grande problema das pessoas é que elas não sabem para onde ir. Então se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve. Tem que pensar o seguinte: o que você espera do seu negócio? O que você quer para a sua carreira? Esse é o primeiro grande desafio que nós temos. É preciso saber onde você está para determinar aonde você quer ir.

– Por muitas vezes o empresário sente dificuldade de se adaptar às metamorfoses do mercado? De que forma ele pode superar esse problema?
A mudança é uma coisa tão velha quanto a história da humanidade. No novo existem ameaças, mas também existem oportunidades. O que diferencia a mudança em cada pessoa é o olhar que ela tem: quem olha para o novo com um certo otimismo irá achar um monte de oportunidades, já quem olha com medo, não vai aproveitar efetivamente essa mudança.

– Como estar atento às transformações decorrentes no campo do comportamento e da cultura?
Só tem uma saída para isso: interesse genuíno e muito estudo. Enquanto você for curioso, sempre estará em um estágio de aprendizado multidisciplinar, o que te leva a acompanhar o mercado e as novas tendências. Isso é fundamental. E claro, que por trás de tudo isso, está a capacidade que cada um tem de aprender. Percebo que quando você pergunta algo a uma pessoa sobre a área de domínio dela, essa pessoa tem prazer de falar. Isso faz com que você acabe ganhando conhecimento e conteúdo de graça.

– Por que alguns profissionais conseguem se tornar grandes empreendedores e outros não? Como saber a hora certa de aproveitar uma oportunidade?
Primeiro é preciso entender a diferença de oportunismo para oportunidade. Teoricamente falando, o oportunismo é tudo aquilo que o mercado te oferece. Já a oportunidade é um oportunismo que se converte em valor, ou seja, algo que você pode aproveitar e fazer mais do que a média das pessoas.

– Qual a importância que você vê na Educação Executiva? 
É fundamental aprender sempre. Em um mundo cheio de mudanças não dá para você achar que já sabe de tudo. A empresa é a maior escola da vida. A pergunta é: o que você aprendeu hoje? No que você melhorou?

– Quais são os principais erros cometidos por empresários que não alcançam o sucesso profissional?
A primeira coisa que falta para muitos empresários é a visão, ou seja, o que eu quero para o meu negócio e para a minha carreira. Acredito que o primeiro motivo para grandes falhas é não determinar exatamente aquilo que você quer. O segundo erro pode ser encontrado na execução e a maioria dessas falhas está relacionada em você planejar uma coisa e fazer outra. Portanto, falta disciplina. O terceiro ponto é não estar cercado das pessoas certas, pois tem gente que ainda não entendeu que uma andorinha só não faz verão. Você tem o seu time certo? Você motiva essas pessoas? Você consegue desenvolver talentos?

– Você diz em seu site que a formação intelectual debilitada não deve ser considerada como uma barreira profissional. Como enxergar oportunidades ao invés das dificuldades?
Vamos citar um exemplo bem simples do desenho ‘Lippy the Lion & Hardy Har Har’ do Hanna Barbera. O Lippy é um leão otimista e o Hardy é uma hiena pessimista. Eles acordam no parque e o Lippy fala: nossa, que dia lindo, vamos sair para pescar! Já o outro acorda e fala: isso não vai dar certo. Ó céus, ó vida, ó azar! A questão é o seguinte: como duas pessoas que se encontram em um mesmo ambiente podem enxergar duas coisas tão diferentes? É essa a diferença das pessoas.

– Como os profissionais podem agregar valor aos seus serviços e produtos? De que forma podem ficar mais competitivos?
Uma empresa competitiva é aquela que tem profissionais competitivos. O verdadeiro êxito está na gestão dos detalhes: comprar, produzir, vender, receber e atender de forma eficiente para transformar esse cliente em freguês. Dentro de tudo isso, podemos citar ainda as melhorias contínuas – que é fazer o dia cada vez melhor – e a inovação – que é a missão primordial de um bom estrategista.

– Você afirma em seu site que um dos maiores erros do gestor é misturar o caixa pessoal com o da empresa. De que forma o empreendedor pode se planejar para que esse tipo de erro não seja cometido?
É bem simples: não misture. Lembre-se que o caixa da empresa tem limitações e talvez a sua habilidade para gastar não tenha as mesmas limitações. O caixa da empresa é finito e talvez os seus desejos de consumo não sejam finitos. Esses dois fatores quando se juntam são explosivos para você quebrar.
 

– Gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores?
Acredite nas técnicas de gestão, porque a teoria na prática funciona. Menos empirismo e mais técnica: isso vai te ajudar a ir mais longe.

 

 

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