Terceiro município de nossa séria – 100 dias de governo, Cariacica tem uma população de quase 350 mil pessoas e registra um PIB per capita de R$ 22.478,14, segundo dados do IBGE (2014).
O prefeito Juninho, que havia ficado em segundo lugar no primeiro turno, venceu as eleições com 91.631 votos, que equivale a 52,51% do total de votos válidos. Em sua campanha, prometeu a informatização das unidades de saúde, criação de vários programas e ampliação do Programa de Saúde da Família (PSF). Também apresentou como proposta a valorização dos profissionais do magistério.
Como estavam as contas públicas do município no encerramento do primeiro mandato e o que foi possível mudar nesse cenário nos 100 primeiros dias de gestão?
Encerramos o ano fiscal de 2016 enfrentando muitas dificuldades, com queda de receita e agravamento da crise econômica, mas com a perspectiva de melhora em 2017. Mesmo assim, por precaução, iniciamos o ano de 2017 com a estimativa de um contingenciamento de 20% do orçamento. Infelizmente, com um início atípico de ano que acumulou greve da PM e risco de epidemia de Febre Amarela, nos três primeiros meses registramos arrecadação R$ 9 milhões a menos que no mesmo período anterior.
O que tem sido feito para aumentar a entrada de dinheiro nas contas da municipalidade?
Entre as medidas para melhorar a arrecadação estamos com uma nova política de atração de empresas. Nestes meses já se instalaram na cidade Alladin, Cobra Rolamentos e Itaipava. Este cenário em plena crise é possível pois criamos uma interlocução com empresas que facilita a instalação na cidade. Além disso, Cariacica conta com sua natural potencialidade logística, já que é perpassada pelas rodovias Federais BR-262 e BR-101, e pela estadual Rodovia José Sette. Temos também alguns programas de recuperação fiscal para serem executados durante o ano.
A demanda por melhoria na área de Saúde é uma das principais reivindicações do morador de Cariacica. Há ação positiva nesses 100 primeiros dias do segundo mandato? O que está sendo planejado para mudar essa realidade?.
Estamos finalizando o processo de cabeamento ótico que possibilitará colocar em rede todas as Unidades de Saúde, informatizando o sistema de saúde municipal. Dessa maneira, teremos num futuro próximo prontuários eletrônicos, controle de medicamentos e insumos em tempo real, dando mais agilidade e melhor atendimento aos pacientes. Temos ainda obras que ampliarão os atendimentos com a UPA de Flexal II e a Unidade de Saúde de Nova Rosa da Penha II, que estão em estágio avançado de execução.
Existe algum previsão para que Cariacica consiga ter o orçamento necessário para implantar uma Guarda Municipal? Que outros projetos foram estruturados ou já estão em andamento em busca de melhorias na segurança?
Com o cenário econômico e realidade fiscal que vivemos em Cariacica e no Brasil, a iniciativa de criar um Guarda Municipal não é viável. Sabemos que a prerrogativa de trabalhar a segurança pública ostensiva, com patrulhamento, é do Governo do Estado, mas o município vem cumprindo um papel de apoio importante, mesmo sem contar com efetivo de guardas nas ruas. Temos uma central de videomonitoramento moderna e totalmente integrada ao Ciodes e uma interlocução com as polícias Militar, Civil e Federal, além de uma parceria direta com o Corpo de Bombeiros, cujo Batalhão abriga nossa efetivo da Defesa Civil.
A diminuição na burocracia do serviço público é uma das principais demandas do cidadão. O que tem sido feito nesse sentido?
No mês de abril estamos realizando o Planejamento Estratégico para os próximos quatro anos de gestão e, dentro deste trabalho, estamos buscando soluções para dinamizar estes processos. Já tomamos, ao longo dos últimos anos, algumas medidas que contribuíram para uma melhorias em alguns procedimentos. A junção de secretarias com assuntos próximos, por exemplo, além de gerar economia, abreviaram o tempo de alguns processos por estarem subordinadas apenas a um gestor. Este é o caso das secretarias de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente que, unidas, deram mais celeridade nos processos de licenciamento de empreendimentos.
O trânsito de caminhões pesados por dentro de alguns bairros, como Porto de Santana e Flexal, para acesso à Rodovia do Contorno, também é motivo de muita reclamação dos moradores locais. Existe algo a ser feito pela Administração para mudar esse cenário nas vias municipais?
O assunto mobilidade urbana, no qual se enquadram estas reclamações coerentes, estamos trabalhando principalmente nas mesas de discussão da Região Metropolitana e em parceria com o Governo do Estado. Isso principalmente pelas características da nossa cidade pois, como disse, é perpassada por rodovias estaduais e federais, além de fazer divisa com Vitória, Vila Velha, Serra e Viana. Entre os projetos que já podem ser considerados com avanço estão as obras da Leste-Oeste, José Sette e corredor Sudeste, que desafogarão o trânsito na maioria dos bairros da cidade, criando corredores de acesso rápido para grandes caminhões.
Qual a principal conquista nesses 100 primeiros dias, o principal desafio que a gestão pretende vencer ainda este ano e a meta até o final do mandato?
A manutenção das contas equilibradas num cenário de incertezas e, apesar disso, conseguir avançar com obras e serviços como os que temos hoje, é uma grande conquista. Cito, como exemplos, a ordem de serviço para as Cmeis de Jardim América, Morrinhos e Porto Belo , drenagem e pavimentação de diversas ruas em Nova Rosa da Penha e entrega da primeira fase da geomanta de Alto Lage, na BR-262. Além disso temos as frentes de trabalho na UPA de Flexal II e na Unidade de Saúde de Nova Rosa da Penha II, entre outros serviços.
100 dias de governo
Nossa série trazendo o balanço dos gestores municipais sobre os 100 primeiros dias de gestão, após o resultado das eleições 2016, será interrompida nesta sexta-feira (14), sábado (15), e domingo (16) irá aproveitar o feriado para se divertir e recarregar a energia. NA segunda-feira, estaremos de volta com o balanço do prefeito Gilson Daniel, de Viana.