Município amplia oferta de vagas e mantém programa de escolas cívico-militares mesmo após desmonte do governo federal
Por Robson Maia
O município de Cariacica, assim como grande parte das cidades brasileiras, sempre enfrentou desafios significativos na área da educação. Contudo, ao longo dos últimos quatro anos, a cidade da região metropolitana do Espírito Santo tem vivenciado uma revolução silenciosa que transformou o cenário educacional local, elevando os índices de qualidade e abrindo novas perspectivas para seus jovens.
Início da transformação
A “virada de chave” teve início ainda em 2021, quando o poder público ampliou os investimentos no sistema educacional. O salto entre os anos de 2020 e 2021 foi de 44% nos recursos destinados para a educação do município. O objetivo era claro e foi apresentado pelo atual prefeito, Euclério Sampaio (MDB), ainda durante o período eleitoral: modernização das escolas, construção de novas unidades, capacitação de professores e adoção do modelo cívico-militar, sucesso na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O primeiro passo foi melhorar a infraestrutura. As unidades de ensino, ano após ano, receberam melhorias em materiais, qualificação de salas de ensino, bibliotecas equipadas com livros atualizados, laboratórios de ciências e informática montados, além de cozinhas industriais e quadras poliesportivas revitalizadas. A transformação física dos espaços escolares foi fundamental para criar um ambiente mais acolhedor e estimulante para os alunos.
Somente no primeiro ano da atual gestão, em 2021, 84 escolas receberam reformas no espaço físico, além da entrega de seis novas escolas (CMEIs Vanda Derli Rangel Teixeira, Bernadete Barbosa Lemos, Vila Prudêncio, Jardim América, Alzira Ramos e EMEF Itanguá).
As ações permitiram a ampliação do atendimento. Hoje, na rede municipal e nas escolas estaduais localizadas no município, são mais de 50 mil vagas ofertadas, de acordo com a secretária municipal da Educação, Luzian Belisario.
“Com essa nova reorganização da rede de ensino de Cariacica todos os direitos de alunos e profissionais de educação estão garantidos. Reforçamos nosso compromisso primordial em oferecer uma educação de qualidade para nossos mais de 50 mil alunos”, apontou Belisario.
Capacitação dos professores e parcerias
Paralelamente, a Secretaria de Educação realizou investimentos na capacitação dos professores e demais profissionais que atuam na rede de ensino do município. Foram promovidos cursos de atualização pedagógica, workshops sobre novas metodologias de ensino e programas de modernização do ambiente escolar.
Entre os principais cursos ofertados estão o de qualificação do conteúdo escolar, utilização de ferramentas tecnológicas no ensino, como o laboratório de ciências móvel, além de cursos de formação de professores especializados na área de deficiência visual, auditiva, Síndrome de Down, do Transtorno do Espectro Autista.
Além disso, as parcerias com instituições públicas firmadas pela gestão resultaram em projetos de sucesso no município. Com a adoção de unidades de ensino cívico-militares em 2021, a prefeitura firmou convênios com a Polícia Militar (PMES) e Corpo de Bombeiros (CBMES) que permitiram à cidade manter o sistema em funcionamento mesmo após o encerramento do programa pelo Governo Federal, em 2023.
O prefeito Euclério Sampaio frisou que as ações são voltadas para um olhar do futuro do sistema de ensino e da formação cidadã.
“Quando você investe em educação, você está investindo no futuro do país. Está investindo em saúde, em segurança. Então a gente investe maciçamente na qualidade do ensino, na estrutura física e também nos professores”, declarou o gestor.
Resultados e impacto
Os resultados não tardaram a aparecer. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), indicador de resultados de dois conceitos (fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações do município), conquistou números positivos na avaliação já em 2021.
Nas chamadas séries iniciais (1° ao 5° anos), o resultado foi de 5,6, mantendo o mesmo número de 2019. A avaliação é positiva em função da pandemia da COVID-19, que afastou estudantes das salas de aula ao longo de 2020. Já nas séries finais (6° ao 9° anos), foi registrado um aumento substancial, saltando de 4,3 em 2019 para 4,5 em 2021.
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