Essa futura inovação nos métodos de chamada faz parte do macro projeto: a construção do novo Ciodes, localizado na Avenida Leitão da Silva
Por Kebim Tamanini
Já pensou em pedir ajuda emergencial à polícia, aos bombeiros e ao Samu por meio das redes sociais, como Telegram, WhatsApp e até mesmo Instagram? A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp) está planejando introduzir novas formas de acionamento que vão além das tradicionais ligações telefônicas até o próximo ano, tornando o estado o primeiro do país a oferecer este tipo de serviço aos seus cidadãos.
Atualmente, os chamados de emergência são feitos pelos números 190 (Polícia), 193 (Bombeiros), 181 (Disque-Denúncia) e 156 (Prefeitura de Vitória), todos acessíveis por linhas telefônicas fixas ou móveis. No entanto, essa dependência exclusiva de chamadas telefônicas tem suas limitações, especialmente quando as linhas estão ocupadas ou fora de serviço.
Inspirada por experiências internacionais, como nos Estados Unidos e no México, onde métodos alternativos de acionamento são empregados, a secretaria estuda a implementação de videochamadas e o uso de plataformas de comunicação modernas como Telegram, Instagram e WhatsApp. Essas chamadas serão enviadas ao Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), que está comemorando 20 anos desde sua criação.
A inovação visa garantir que a população tenha acesso contínuo aos serviços de emergência, mesmo quando enfrentam dificuldades com a telefonia tradicional.
“Precisamos nos preparar com treinamentos e sistemas para atender às necessidades da população. […] Estamos estudando essas possibilidades e elaborando os termos de referência para esses serviços”, explica André Có, coronel dos Bombeiros e subsecretário de Comando e Inovação, pasta responsável pelo Ciodes na Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
De acordo com o subsecretário, o primeiro passo desta transformação já foi dado com a criação de um canal de videochamada dedicado à comunidade surda. “Este serviço permite que pessoas com deficiência auditiva se comuniquem diretamente com a polícia, bombeiros ou a Central de Emergências (CESP), ampliando significativamente a inclusão e a acessibilidade”, pontua o coronel.
Em uma visita recente ao México, representantes da Sesp tiveram a oportunidade de observar de perto a utilização dessas tecnologias avançadas.
“Entre os mexicanos, é amplamente utilizado não apenas nos serviços normais, mas também no SAMU local, conhecido como atendimento pré-hospitalar. Há um médico de plantão que atende até 20 chamadas simultâneas, onde ele pode identificar a lesão ou condição médica e orientar o solicitante para autoajuda monitorada. Eles utilizam uma plataforma do Google para facilitar essa comunicação entre o cidadão e o serviço médico, o que foi uma experiência muito interessante para nós. Vimos que funciona e é viável implementar em nosso estado”, explica o subsecretário.
O projeto já foi aprovado pelo Banco Mundial e aguarda apenas a aprovação final do Congresso Nacional, prevista para até o final do ano. A assinatura do acordo permitirá o lançamento do termo de referência e a contratação dos serviços necessários para a ampliação dos métodos de acionamento.
A introdução dessas novas formas de acionamento não só diversifica os métodos de contato em emergências, mas também promete aumentar a eficiência e a rapidez na resposta aos chamados, reduzindo o tempo necessário para verificar a veracidade das chamadas e evitando trotes, uma vez que a localização do solicitante estará registrada.
Parte de um pilar
Essa futura inovação nos métodos de chamada, que poderão ser realizadas até pelas redes sociais, faz parte de um macro projeto: a construção do novo Centro Integrado de Defesa Social, localizado na Avenida Leitão da Silva.
“Com instalações mais amplas e maior capacidade de processamento e armazenamento, o centro integrará diversas agências de defesa social, melhorando a coordenação e a eficiência dos serviços prestados à população”, finaliza André Có, coronel dos Bombeiros e subsecretário de Comando e Inovação, pasta responsável pelo Ciodes na Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).