Caixa vai distribuir R$ 8,1 bilhões do FGTS. Valor será proporcional ao saldo do trabalhador em 31 de dezembro. Quanto maior o saldo, maior o lucro recebido
Por Samantha Dias
A Caixa Econômica Federal depositará, até o próximo dia 31 de agosto, R$ 8,129 bilhões nas contas dos trabalhadores vinculadas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A previsão é que os depósitos atinjam cerca de 191,2 milhões de contas, que acumulavam saldo de R$ 436,2 bilhões no fim de 2020.
O valor de R$ 8,129 bilhões corresponde a 96% do lucro líquido de R$ 8,467 bilhões do fundo em 2020. Os trabalhadores poderão consultar o valor do crédito da distribuição dos lucros a partir de 31 de agosto no aplicativo ou site do FGTS. A distribuição ocorre de forma proporcional ao saldo da conta do trabalhador em 31 de dezembro do ano anterior. Quanto maior o saldo, maior o lucro recebido.
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
- Parcelamento melhor que Refis perdoa até 100% de multas e juros
De acordo com os ministérios do Trabalho e Previdência e da Economia, em informações divulgadas pela Agência Brasil, essa distribuição oferecerá ao trabalhador um ganho real de 0,4%, diante de uma inflação de 4,52% em 2020. O objetivo é “além de preservar o poder de compra dos quotistas, incentivar a manutenção de recursos sob as contas vinculadas do FGTS ao ser mais atrativa aos trabalhadores brasileiros, especialmente àqueles que optaram por migrar para a modalidade de saque aniversário, por meio da qual é facultada a movimentação de uma parcela do saldo anualmente no mês de aniversário do trabalhador”.
A economista Arilda Teixeira chama a atenção sobre a possibilidade de saque de recursos do FGTS: “É o que eu chamo de ‘canto da sereia’. Parece que o governo está ajudando o trabalhador, mas o FGTS deve ser um amparo para a aposentadoria ou para casos de doenças graves. Vejo que essa possibilidade de saque é na verdade uma ameaça ao trabalhador”, disse.
Arilda também disse que o ganho real de 0,4% para o trabalhador é ridículo diante do choque inflacionário pelo qual passa o Brasil e a muitos outros países, segundo ela.
Com rentabilidade fixa de 3% ao ano, o FGTS tem os rendimentos engordados com a distribuição dos lucros. Dessa forma, para o ano-base 2020, a rentabilidade das contas alcançará 4,92%.