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sexta-feira, 7 DE fevereiro DE 2025

Avicultura capixaba rumo à recuperação

A produção de ovos teve uma redução de 24% no volume produzido entre 2020 e 2022

Por Gustavo Costa

Uma potência nacional, a avicultura de postura comercial no Espírito Santo alcançou importantes números em 2024. A produção de ovos no Estado vem se recuperando após uma redução de 24% no volume produzido entre 2020 e 2022. Em 2023, o Espírito Santo produziu 4,6 bilhões de ovos e, entre janeiro e agosto deste ano, registrou um crescimento de 5,5%. Atualmente, a produção gira em torno de 14,5 milhões de ovos por dia, indicando que, em 2024, o volume pode ser cerca de 10% maior que o do ano passado.

Já na área de aves para abate, os volumes nesta década têm oscilado entre 11 mil e 12 mil toneladas mensais, com exportações para Europa, Ásia e América. Observou-se uma redução de 6% entre 2022 e 2023, tendência que deve se manter em 2024. Apesar de o setor apresentar capacidade ociosa, enfrenta dificuldades de crescimento devido aos altos custos e à concorrência desleal com outros estados, beneficiados por vantagens tributárias que não se aplicam à produção local.

Para Nélio Hand, diretor executivo da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves), 2024 tem sido um ano relativamente estável para a avicultura, especialmente após o período crítico de custos exorbitantes vivenciado no início dos anos 2020, que resultou em prejuízos sem precedentes. “Outro aspecto que pode-se mencionar, relacionando ao ano de 2023, é a menor intensidade de incidência da influenza aviária, o que traz certo alívio ao setor, embora não possa gerar acomodação quanto às ações que precisam ser constantes para proteger os plantéis avícolas”, falou.

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Espírito Santo produziu 4,65 bilhões de ovos

Segundo Hand, o mercado vem sendo alvo de maior atenção nessa etapa final do ano, já que em alguns momentos do ano as margens foram curtas, e até negativas, especialmente no contexto da carne de frango. “O que vem se acompanhando com maior atenção neste momento é a elevação dos custos de produção. É um fator de preocupação, já que os custos dos insumos recebidos no Espírito Santo são, atualmente, os mais caros do país”, explicou.

Avicultura capixaba rumo à recuperação

Desafios

A avicultura capixaba tem historicamente questões relacionadas ao custo de produção, principalmente em decorrência dos insumos, que são todos praticamente oriundos de fora do Estado. Grande parte do milho e da soja, que são os principais componentes da ração animal, vem do Centro-Oeste brasileiro, e isso gera custos maiores.

Além disso, segundo Hand, questões institucionais, políticas e técnicas afetam diretamente o setor, incluindo temas relacionados à indústria, abastecimento, tributação e logística.

“Nos últimos tempos, o setor vem buscando viabilizar a ferrovia como um modal alternativo, mas em função de custos maiores em relação ao rodoviário, isso não vem sendo possível”, disse.

A avicultura capixaba segue persistente na produção, sendo exemplo em termos de organização, inclusive sanitária, desde a produção, até aos meios institucionais e políticos.

O dever de casa feito pelo setor produtivo, sobretudo nas últimas duas décadas, mostra os bons resultados.

*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.

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