Indicadores do setor apontam que a movimentação no Espírito Santo cresceu 41,2% de janeiro a junho de 2024, em comparação a igual período de 2023. O volume das importações se destacou, com aumento de 72,2%
Por Kikina Sessa
Apesar de apresentar um saldo negativo na balança comercial, o comércio exterior no Espírito Santo cresceu 41,2% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte da primeira edição do Panorama do Comércio Exterior, estudo lançado pelo Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Dos itens que são enviados para o exterior, destacam-se o minério de ferro e produtos semiacabados de ferro e aço, café não torrado, celulose, óleos brutos crus de petróleo ou de minerais, cal e cimento, ou seja, basicamente dos setores de mineração, agricultura, indústria petrolífera e manufatura.
No geral, os dados de produtos mais exportados destacam a diversificação das exportações pelo Espírito Santo, com uma presença significativa nos setores de mineração, agricultura, indústria petrolífera e manufatura. Isso sugere uma economia com várias fontes de receita, o que é fundamental para a resiliência econômica da região, disse A coordenadora do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio.
Já na lista dos importados, os automóveis, veículos para transporte de mercadorias e usos especiais, aeronaves e seus equipamentos e carvão lideram. A coordenadora do Observatório do Comércio explica que, mesmo com o saldo negativo na balança comercial capixaba, isso não significa que o desempenho das exportações está fraco.
“O saldo negativo na balança comercial capixaba no primeiro semestre deste ano foi de US$ 2,31 bilhões. Isso ocorreu porque o valor das importações chegou a US$ 7,54 bilhões enquanto as exportações somaram US$ 5,23 bilhões. Esse resultado é devido ao grande aumento no volume de importação de veículos a partir de setembro de 2023, tanto de passageiros quanto de transporte de mercadorias e de aeronaves, que são produtos de alto valor agregado”, explicou Ana Carolina Júlio.
Outra observação importante da coordenadora é que a importação no Espírito Santo tem vantagens interessantes para os empresários como a alíquota interestadual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para importação, de 4% –menor do que em outros estados –, o que reduz consideravelmente a carga tributária. Além disso, o estado tem uma posição estratégica no país, facilitando o acesso a importantes mercados consumidores e fornecedores, com custo logístico atrativo.