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quinta-feira, 25 abril, 2024

Assassinato de vereadora carioca gera grande repercussão

Marielle Franco era militante política e investigava a conduta de policiais em atuação nas comunidades do Rio. Foi morta com munição da Polícia Federal

As investigações do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol) serão acompanhadas de perto pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos. O crime ocorreu na última quarta-feira (14), quando a parlamentar e o motorista Anderson Pedro Gomes foram atingidos por disparos. Ela morreu com quatro tiros na cabeça.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) repudiou o assassinato. O organismo aponta a vereadora como “reconhecida defensora de direitos humanos”. Para a Comissão, o Estado brasileiro “tem a obrigação de investigar o lamentável crime”. E isso deve ser feito “de maneira séria, rápida, exaustiva, independente e imparcial, e punir os responsáveis intelectuais e materiais”.

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A comissão defendeu que seja considerada a atuação da vereadora como militante. O assassinato pode ter sido motivado pela atuação como mulher, afrodescendente, vereadora e defensora de direitos humanos.

Durante essa quinta-feira (15), diversos protestos foram organizados em vários estados. Uma onda de indignação e repúdio mobilizou a população, instituições e entidades da sociedade civil.

A perícia realizada pela polícia verificou que 13 disparos atingiram o carro, sendo nove na lataria e quatro no vidro. A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson foram mortos na Rua Joaquim Palhares, no Centro do Rio, por volta das 21h30.

A Delegacia de Homicídios trabalha com hipótese de execução, já que os atiradores não roubaram nada. Inclusive, a participação de policiais é considerada. A munição era de calibre 9mm é, segundo a perícia, foi adquirida pela Polícia Federal de Brasília em 2006.

Marielle Franco havia denunciado nas redes sociais abusos de policiais no último sábado (10). O 41º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Acari é o que mais mata no Rio.

Políticos e candidatos mortos

Por motivações diversas, mandatários e pré-candidatos foram assassinados nos últimos anos, principalmente no estado do Rio de Janeiro. Em 2016, pelo menos 11 pessoas com intenções de concorrer à eleição foram mortas em poucos meses. Uma das vítimas foi Aga Lopes, 49, que entraria na disputa por uma vaga na Câmara de Magé. Ela foi morta em julho de 2016.

Também faleceu naquele ano o líder comunitário Berém do Pilar, morto a tiros em Duque de Caxias. Em Nova Iguaçu, a vítima foi o policial militar Manoel Primo Lisboa, de 52 anos. No mesmo município, Anderson Vieira Gomes, 38, foi morto a tiros na frente do colégio particular em que era diretor.

Repercussão

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos classificou como “profundamente chocante” o assassinato da vereadora. Em nota, a porta-voz Liz Throssel lembrou que Marielle Franco era defensora dos direitos humanos e que atuava contra a violência policial, pelos direitos das mulheres e de afrodescendentes em áreas pobres.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, garantiu que está vendo de perto o trabalho de investigação. Para ela, a violência contra lideranças políticas é exemplo de atentado à democracia.

O prefeito Marcelo Crivella anunciou que dará o nome da vereadora Marielle Franco a uma escola municipal em Pedra de Guaratiba. A escola fica na zona oeste do Rio. Ele fez o anúncio antes de detalhar o Plano de Recuperação da Rede Municipal de Ensino do estado.

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