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sexta-feira, 19 abril, 2024

As mulheres no marketing e na vida

Mulheres são sim criativas, são mais vendedoras que homens, mais ousadas e inovadoras, mais agregadoras nas funções de gestão de pessoas

Por Ronald Z. Carvalho

Quando me formei em Administração em 1966, na Escola de Administração de Empresas da FGV em São Paulo, então a primeira do Brasil, formou-se comigo a primeira administradora brasileira: Ciumara Mellone. Hoje, quando faço palestras ou dou aulas, as mulheres igualam-se ou até predominam sobre os homens na administração. No Marketing e na Publicidade então, nem se fala: elas dão “show”…

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De fato, elas salientam-se por qualidades  especiais em relação aos homens. Não o lugar comum da intuição, homens também podem ser intuitivos. Atribuir o monopólio da intuição às mulheres é até machista…

Mulheres são mais agregadoras, nas áreas de relacionamento, vendas, gestão de pessoas, sendo também mais criativas nessas áreas. Na área criativa propriamente dita, seja na publicidade ou em inovação, são mais ousadas, menos conservadoras do que os homens. Finalmente são multitarefas, enquanto que os homens são mais focados e menos versáteis.

Cuidado, porém, que homens e mulheres não são e não podem ser considerados diferentes como gestores. Somos todos iguais. Seres humanos, com qualidades e características iguais e habilidades semelhantes. A inglesa Beatrix Campbell chama a atenção em recente artigo, no jornal inglês “The Guardian”, para um novo machismo, um novo patriarcalismo como ela classifica. Uma sutil discriminação das mulheres…

Os gestores homens assumem um papel paternal e dominante e procuram proteger e salientar o feminismo das mulheres. No entanto, elas continuam ganhando menos do que os homens. Continuam, mesmo nos países desenvolvidos, ocupando menos cargos de direção do que os homens e são vistas pelos “machões” como mocinhas doces e simpáticas que devem ser tratadas com cavalheirismo e elegância… E muitas caem nessa armadilha…

O mundo moderno não é o mundo da igualdade. É o mundo da diversidade. Somos diferentes todos, homens, mulheres, brancos e negros, hispanos e saxões, ricos e pobres, mas temos – isto sim – direitos iguais. Cotas, atenções especiais, proteção exagerada, são formas sutis de dominação e discriminação.

A mulheres são muito boas em muitas coisas que os homens não são. Exemplos não faltam: planejamento, promoção ou “trade marketing”, inovação, pesquisa, criação, jornalismo etc. Devem porém ser tratadas como iguais, e – principalmente – ganhar igual. As estatísticas brasileiras mostram que nos cargos superiores de gerência e direção as mulheres ainda ganham menos.

Beatrix Campbell fala de um novo sexismo e recomenda uma nova revolução feminista. Fala da violência e assédio contra mulheres, e relatos recentes mostram isso. Fala dos salários e do protecionismo entre homens. Fala-se também  que as mulheres continuam na jornada dupla, fato reconhecido pela precursora feminista  Betty Friedam antes de morrer. Trabalham de dia nas empresas e de noite em casa.

Mulheres são sim criativas, são sim mais vendedoras que homens, são sim mais ousadas e inovadoras, mais agregadoras nas funções de gestão de pessoas.

Somos, porém, homens e mulheres, cinquenta por cento cada um da humanidade e somos iguais. Qualquer coisa fora disso é o machismo moderno, o novo patriarcalismo,  contra o qual todos temos que lutar. Principalmente as novas feministas!

Ronald Z. Carvalho é consultor de marketing, estratégia e desenvolvimento humano, professor convidado da Fundação Dom Cabral e palestrante.

Este artigo foi publicado originalmente em 26 de Julho de 2014 no portal da Revista ES Brasil. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

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