“O turismo começa nos hotéis. Se não tiver hotelaria, não tem como deslanchar o turismo”, alerta Fernando Otávio Campos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (Abih-ES)
Por Kikina Sessa
Estamos na estação mais importante para o setor de hotelaria, que é o verão. Há otimismo com o movimento de turistas no Espírito Santo e uma expectativa positiva, de crescimento em relação ao verão 2023/2024, afirma Fernando Otávio Campos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-ES).
Para a alta temporada, o setor espera de 2 milhões a 2,5 milhões de turistas visitando o Espírito Santo. A maior parte, 80%, chega ao Estado pelo modal rodoviário e passa em torno de quatro a cinco dias hospedado na rede hoteleira, que tem em torno de 100 mil leitos, incluindo hotéis, motéis e pousadas.
Veja a entrevista:
Nesta entrevista, o presidente da Abih-ES fala sobre a necessidade de um inventário que aponte o real tamanho da rede hoteleira no Estado.
“Há uma estimativa de algo em torno de 100 mil unidades, mas é preciso ter um inventário. A gente sabe que tem 1.800 CNPJs, entre hotéis, motéis, pousadas e pequenos, sendo que 97% são micro e quase 800 deles são MEIs. Com cadastro no Cadastur são apenas 457. Ou seja, que estão totalmente regularizados, com alvarás e documentação para compor o mapa do turismo no Estado. É importante que tenhamos um inventário para traçar esse perfil e entender a dinâmica do mercado”.
Campos comentou que 70% da hotelaria do Espírito Santo estão no litoral. “O turismo começa nos hotéis, se não tiver hotelaria não tem como deslanchar o turismo”.
O número atual de leitos é suficiente, segundo ele, para o turismo que se tem hoje, mas para o turismo que o Espírito Santo precisa, não. “Precisamos investir e ampliar essa rede. Mas precisamos traduzir isso em rentabilidade para os hotéis”.
O presidente da Abih-ES disse que o gasto médio do turista no Estado é em torno de R$ 1.500, metade do que é gasto no Nordeste. Já a diária média da hotelaria de Vitória está entre as três menores do país, entre as capitais. “Nossa ocupação é alta, mas a rentabilidade é baixa”.

