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terça-feira, 23 abril, 2024

Agronegócio: máquina de gerar divisas para o país

Agronegócio: máquina de gerar divisas para o país

De janeiro a julho deste ano, o setor teve um superávit comercial de US$ 53,97 bi

Por Enio Bergoli

O agronegócio se consolidou definitivamente como o setor mais estratégico para a socioeconomia do Brasil, gerando emprego, renda interna e divisas, mesmo em épocas difíceis devido à pandemia da Covid-19. De janeiro a julho deste ano, o setor teve um superávit comercial de US$ 53,97 bi, pois importou muito pouco, cerca de US$ 7,22 bi, e exportou fantásticos US$ 61,19 bi. Uma máquina de gerar divisas!

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É importante registrar que o saldo entre exportações e importações totais nacionais só é positivo devido ao agronegócio. Os demais setores geram déficit, que de janeiro a julho de 2020 ficou próximo de US$ 24 bi. Como o agronegócio teve balanço positivo de quase US$ 54 bi, o saldo geral da balança comercial brasileira foi superavitário em quase US$ 30 bi. Sem o agro, o Brasil fica no vermelho!

Nesse período, as exportações totais brasileiras, que incluem todos os setores inclusive o agronegócio, foram de US$ 120,89 bi, uma cifra negativa de 6,7% em relação aos primeiros sete meses de 2019, quando alcançaram US$ 129,60 bi. Na contramão da crise e dos demais setores da economia, o agronegócio teve crescimento positivo de 9,2% nos produtos exportados, atingindo US$ 61,19 bi, ante a US$ 56,05 bi no ano passado. O setor cresceu na crise!

Ressalta-se ainda que, somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o montante exportado pelo agronegócio ficou um pouco abaixo do registrado em 2019. Fato justificado principalmente pela Covid-19 na Europa, que limitou suas importações. Contudo, desde março até julho de 2020, recordes mensais em sequência foram batidos, com cifras próximas ou acima de US$ 10 bi/mês. Um gigante, mesmo na pandemia!

Apesar de uma pauta de exportações muito diversificada, destacam-se em valor e volumes exportados cinco grandes arranjos produtivos do agronegócio: soja, carnes, sucroalcooleiro, produtos florestais e café. Nesses, somos líderes ou estamos entre os principais players do comércio internacional. A eles se somam sucos, frutas, milho, algodão, pescados, lácteos, especiarias e tantos outros produtos que chegam à mesa de 1 bilhão de pessoas em mais de 150 países.  Segurança alimentar do planeta garantida! 

Segundo estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, a produção de alimentos terá que crescer pelo menos 20% nos próximos 10 anos para atender a demanda mundial. Por exemplo, em 2030 o planeta terá 600 milhões de pessoas a mais em relação à população atual, que é de 7,7 bilhões. E caberá ao Brasil suprir quase a metade dessa demanda alimentícia, por ser um país que tem área agrícola disponível, sem necessidade de derrubar uma árvore sequer,  além de competência tecnológica comprovada no agro. Cenário positivo para o agronegócio!

Caso nosso país acelere a superação de muitos gargalos que dificultam o dinamismo da agricultura e seus negócios associados, especialmente na área de infraestrutura e logística, o  setor vai crescer de forma mais acelerada e aproveitará com consistência o cenário de oportunidades que está posto. Garantir segurança alimentar com alimentos de qualidade, controlar a inflação e gerar divisas são contribuições estratégicas e fundamentais do agronegócio nacional que transcendem os limites geográficos do Brasil. Vida longa ao agronegócio brasileiro! 

Enio Bergoli é Engenheiro Agrônomo do Incaper, especialista em Administração Rural e Ex-secretário de Agricultura do Espírito Santo

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