Entre janeiro e julho, a produção agropecuária capixaba comercializou 1,6 milhão de toneladas de produtos
Por Otávio Gomes*
As exportações do agronegócio do Espírito Santo alcançaram a máxima histórica de valor e volume comercializados para o período de janeiro a julho, em 2024. As negociações ultrapassaram o valor de US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 10 bilhões), o que representa um crescimento de 81% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do governo do Estado (Seag).
O volume comercializado também acompanhou o crescimento, com 1,6 milhão de toneladas de produtos embarcados para o exterior nos primeiros sete meses do ano, um aumento de 10% em relação a 2023. Segundo a Seag, os índices capixabas superam a média nacional, que registrou apenas 0,95% de alta no valor total comercializado e 5,3% no volume.
“Os preços internacionais continuam bons para boa parte de nossos produtos. A quantidade comercializada pelo Espírito Santo cresceu quase o dobro da média nacional e o café continua com volumes recordes exportados, principalmente o Conilon, que está se consolidando como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemorou o titular da Seag, Enio Bergoli.
No acumulado do ano, o agronegócio é responsável por 30,12% das exportações capixabas. Os produtos foram enviados para 116 países, sendo o Estados Unidos (EUA) o principal destino, com 25% do valor comercializado. “Esses dados mostram como estamos avançando com competitividade no cenário internacional e isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, explica Bergoli.
Café segue na liderança
O complexo cafeeiro assumiu o posto de líder das exportações do agro capixaba no ano passado, após o aumento de mais de 300% no volume de sacas de café conilon vendidas ao exterior. Nos primeiros sete primeiros meses deste ano, já foram exportadas, aproximadamente, 4,16 milhões de sacas de grãos de conilon e 329,7 mil sacas do solúvel, além de 296,8 mil sacas de café arábica, totalizando 4,79 milhões de sacas de café.
O desempenho capixaba superou o Estado de São Paulo na comercialização de café cru em grãos, solúvel e torrado e moído, conquistando a segunda posição no ranking nacional das exportações totais de café e derivados.
“O complexo cafeeiro continua sendo o grande destaque das exportações do agronegócio, consolidando o principal arranjo produtivo agrícola como o primeiro em geração de divisas, superando, e muito, as exportações de celulose. E o café conilon, presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas, foi o grande responsável por impulsionar esse resultado do primeiro semestre, visto que essa espécie representa mais de 87% do volume exportado do complexo cafeeiro do Espírito Santo. No acumulado do ano, de todo o café conilon exportado pelo Brasil, cerca de 81% teve origem capixaba”, complementa Bergoli.
Do total da produção agropecuária do ES comercializada com o exterior, 95% correspondem aos cultivos do complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino. O café garantiu o primeiro lugar com US$ 1 bilhão (55,9%), seguido por celulose, com US$ 622,3 milhões (33,9%), e pimenta-do-reino, com US$ 94,6 milhões (5,2%). Já as maiores variações positivas em valor e volume, respectivamente, ficaram para café cru em grãos, com 192,5% e 180,4%; álcool etílico, 106,8% e 112,8%; e carne bovina, com 101,3% e 123,8%.
O Espírito Santo também foi o maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão no período de janeiro a julho, com participação em relação ao total nacional de 83%, 58% e 43%, respectivamente.
*Sob a supervisão de Erik Oakes