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sábado, 20 abril, 2024

Agronegócio: setor obteve um bom desempenho em 2020

O agro contribuiu significativamente para a retomada da economia

Um dos principais desafios de 2020 foi o enfrentamento da crise sanitária provocada, em nível mundial, pelo Novo Coronavírus. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), desde o início, planejaram-se medidas para garantir o abastecimento de alimentos seguros para a população e diminuir os impactos da pandemia sobre a renda de produtores rurais, sobretudo dos pequenos e médios.

A balança comercial do agronegócio brasileiro teve superávit comercial e exportações recordes no acumulado de janeiro a novembro de 2020, segundo dados do Ministério da Economia compilados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O saldo positivo registrado foi de US$ 81,9 bilhões, enquanto a receita com as vendas externas somaram US$ 93,6 bilhões.

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Em relação ao mesmo período de 2019, as exportações cresceram 4,9% em valor e 10,6% em volume (204,5 milhões de toneladas). Os principais produtos da pauta neste ano foram: soja em grãos (US$ 28,5 bilhões), carne bovina in natura (US$ 6,8 bilhões), açúcar de cana em bruto (US$ 6,7 bilhões), celulose (US$ 5,6 bilhões) e farelo de soja (US$ 5,5 bilhões).

Agronegócio no ES

O agronegócio, de acordo com dados do Governo do Estado do Espirito Santo, absorve 33% da população economicamente ativa no Espírito Santo e é responsável por 30% do PIB Estadual, sendo a atividade econômica mais importante em 80% dos municípios capixabas. O setor engloba desde a produção agropecuária e extrativa não mineral até as atividades de transporte, comércio e serviços ligados à distribuição dos bens produzidos no campo.

 

De acordo com a Federação da Agricultura e Agropecuária do Espirito Santo (Faes), mesmo com a pandemia do novo coronavírus, o agronegócio capixaba vem colhendo bons resultados em 2020. Mesmo sem o ano acabar, o Espírito Santo já superou o seu recorde de exportação de café conilon e está a 12 mil sacas de alcançar também o seu maior volume de exportação de café solúvel.

Dados divulgados no relatório mensal do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), entidade que reúne os exportadores de café do Espírito Santo, entre janeiro a novembro, já foram exportadas 4,4 milhões de sacas de conilon e 347 mil sacas de café solúvel.

Para Márcio Candido Ferreira, presidente do CCCV, a razão para o bom desempenho sucessivo das exportações de conilon está na valorização do Dólar, aliado à maior disponibilidade do grão e à sua competitividade internacional em relação ao “robusta” do Vietnã, maior concorrente do conilon capixaba. Márcio acrescenta que as cotações na Bolsa de Londres, referência para o mercado de conilon, apresentaram preços razoáveis para o produtor rural.

“Os números da exportação confirmam nossa previsão do início deste ano de que teremos safra alta, somada a um grande volume de café remanescente da safra anterior”, declara o presidente do CCCV.

Agronegócio: setor obteve um bom desempenho em 2020
Pecuária – A carne bovina in natura foi um dos principais produtos da pauta esse ano

Além do café conilon, a exportação de setembro, incluindo embarques de arábica (90.734 sacas) e de café solúvel (29.943 sacas), totalizou 788.672 sacas. No acumulado do ano a exportação total está em 4,8 milhões de sacas aproximadamente (77% conilon; 17% arábica; 6% solúvel). Toda a receita cambial de 2020 soma cerca de 406 milhões de dólares. Os principais destinos do café capixaba em 2020 são Estados Unidos (17%), Bélgica (14%), México (14%), Turquia (7%) e Argentina (5%).

Por outro lado, se analisados apenas o café arábica, vê-se um declínio sucessivo dos volumes exportados. O CCCV comparou a produção com a exportação dessa variedade pelo Porto de Vitória em um período de 19 anos, de 2002 até 2020. Enquanto a produção de café arábica cresceu em média 5% a exportação caiu 4%.

Agronegócio: setor obteve um bom desempenho em 2020

No entendimento do presidente do CCCV, fica claro que o Espírito Santo vem perdendo cargas de café para outros portos, devido à falta de estrutura logística e portuária local, problema cuja solução é cobrada há anos por vários setores que atuam no comércio exterior do Espírito Santo.


Compras da agricultura familiar

Para apoiar o agricultor familiar durante a pandemia, o governo federal destinou R$ 500 milhões para a compra de produtos dessas famílias de produtores pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A medida beneficiou agricultores, cooperativas e associações que venderam seus produtos para órgãos públicos. Os alimentos foram encaminhados para hospitais, unidades assistenciais e pessoas em situação de vulnerabilidade. Também foi criado um canal para os agricultores relatarem a eventual perda de alimentos. Foram instituídas medidas facilitadoras com os supermercados e os municípios tiveram a opção de distribuir a merenda escolar para famílias dos alunos da rede pública, que não estavam frequentando a escola em razão da pandemia. O Mapa repassou à Conab R$ 35,8 milhões para a distribuição de 350 mil cestas básicas para indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais em situação de vulnerabilidade alimentar e nutricional durante a pandemia.


 

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