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sexta-feira, 29 março, 2024

Aeroporto: será que agora sai?

Aeroporto: será que agora sai?Um misto de esperança e descrença está atingindo a classe política e empresarial do Espírito Santo com o novo cronograma das obras de ampliação e reforma do aeroporto de Vitória. Desta vez, de acordo com o planejamento do Governo Federal, a promessa é a de que o aeroporto ficará pronto, definitivamente, até 2014.

Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), as obras de instalação do Módulo Operacional do aeroporto ficam prontas até setembro. Ainda de acordo com a Infraero, a licitação das obras da nova Torre de Controle e Grupamento de Navegação Aérea foi concluída. Nos próximos dias, a estatal deve, inclusive, emitir a ordem de serviço para o início dessas melhorias.

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Os projetos de revisão e complementação – abrangendo as etapas de estudo preliminar, projeto básico e executivo de infraestrutura do sistema de pistas, pátio de aeronaves, estacionamento de veículos, vias de serviço, vias de acesso e macro drenagem – já estão contratados junto ao Departamento de Engenharia e Construção do Exército. O prazo de conclusão é outubro deste ano.

Os projetos de revisão e complementação das etapas preliminar, básica e executiva do Terminal de Passageiros e das obras complementares estão em processo de nova licitação. As propostas foram abertas no dia 28 de março e estão em fase de análise. Já as obras do sistema de pista, pátio de aeronaves, estacionamento de veículos, vias de serviço, vias de acesso e macro drenagem estão previstas para conclusão em novembro de 2012. As obras do Terminal de Passageiros e obras complementares serão divididas em duas etapas, segundo a Infraero.

Novo compromisso
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já havia garantido a finalização das obras do aeroporto até 2014 ao senador Magno Malta (PR), em um encontro no início de abril. Logo depois foi a vez do vice-presidente da República, Michel Temer, em audiência com o governador do Estado, Renato Casagrande, e a bancada capixaba, em Brasília, reforçar a estratégia do governo federal em acelerar as obras do aeroporto de Vitória.

No dia 8 de abril, em uma coletiva de imprensa sobre os 100 dias de mandato, Casagrande comentou sobre a retomada das obras do aeroporto. Ele manteve a esperança de ver as obras concluídas, mas lembrou as inúmeras vezes em que os projetos e o cronograma divulgados pela mesma Infraero foram rasgados. ‘‘Acompanho a questão das obras do aeroporto desde quando assumi o mandato de deputado federal em 2003, desde que Lula veio aqui e assinou ordem de serviço. Aí chegamos a uma vitória, mas entramos num emaranhado do Tribunal de Contas, de Justiça [irregularidades nas licitações], que parecia que não tinha caminho. A Infraero divulgou para mim, pelo menos, uns 20 cronogramas, todos furados. Parecia não haver solução. Agora, estamos vendo uma solução, um caminho. Tudo parece fazer com que a gente acredite que o trem foi colocado nos trilhos e que temos uma direção”, disse Casagrande.

Na audiência que teve com o senador Magno Malta, o ministro Nelson Jobim entregou a assinatura da ordem de serviço para a construção da Torre de Controle e Grupo de Navegação Aérea, dando início às obras, paralisadas desde 2007. Jobim comunicou ao senador que a nova pista de pouso e decolagem e o pátio de aeronaves terão o edital publicado em novembro deste ano, sendo que a empresa será contratado até dezembro e o início da obra está previsto para janeiro de 2012.

O senador saiu da audiência satisfeito com a confirmação da retomada das obras: “É a palavra de um homem sério, honrado. Temos em mãos documentos e o cronograma, que vão tranquilizar os capixabas que reivindicam há muito tempo um novo aeroporto”, comentou Magno Malta.

A Infraero garante também que tem realizado todos os esforços para a retomada e a conclusão das obras de construção do novo aeroporto de Vitória, que é um dos projetos prioritários da empresa. Para o projeto do novo aeroporto, a Infraero considera o atendimento da demanda operacional até 2020. Após a conclusão das obras, em 2014, o aeroporto terá condições de atender a demanda projetada para até 2020 (até 5 milhões de passageiros por ano, o dobro do movimento atual). Em número de passageiros, hoje o aeroporto de Vitória ocupa a posição de 15º colocado.

Sem aeroporto, desenvolvimento é menor
“Nós não temos um aeroporto; temos um ponto de avião, assim como temos pontos de ônibus e de táxis”, resume o empresário Maely Guilherme Botelho Coelho, presidente do Convention Vistors & Bureau, criado em 1998 para ajudar o Estado a aumentar o fluxo turístico através de projetos que visam à atração de eventos nacionais e internacionais, fomentando negócios para o Estado.

O crescimento do Estado é acima da média nacional e a previsão é de que receba mais investimentos impactantes nos próximos anos. Entretanto, o crescimento econômico precisa estar acompanhado de uma estrutura adequada, sobretudo dos meios de transporte. E o sistema aeroportuário capixaba é hoje um dos principais entraves para um crescimento ainda maior. “Infelizmente, neste momento, as condições do nosso aeroporto não atendem à movimentação de hoje nem as demandas futuras”, lamenta o economista Clóvis Vieira.

Já a subsecretária de Gestão Urbana da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade de Vitória, Clemir Regina Pela Meneghel, tem esperança de que a ampliação do aeroporto acelere ainda mais o crescimento do Estado, mas também faz parte do coro dos que defendem que a falta de um aeroporto bem estruturado prejudica o desenvolvimento capixaba: “A falta de um aeroporto adequado para nossa cidade faz o Estado perder a capacidade de receber mais empresas e, consequentemente, deixa de gerar mais empregos. Perdemos também a competitividade com o turismo de negócios”, resume a subsecretária.

Também o governador do Estado admite que o Espírito Santo perde muito por causa da defasagem do aeroporto de Vitória: “É difícil calcular o que se perde com a falta de um aeroporto estruturado, porque as pessoas vêm para cá mesmo tendo um aeroporto ruim. As empresas aéreas já ampliaram linhas, mas poderiam ampliar muito mais. Não podemos calcular se é grande o prejuízo financeiro, mas em termos de imagem o prejuízo é grande. Se a imagem pode ser transformada também em prejuízo econômico, então o prejuízo é mesmo grande. Em termos de autoestima, esse prejuízo também é muito grande para todo o povo capixaba”.

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