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quarta-feira, 24 abril, 2024

A Economia Brasileira tentando ficar em pé

As estatísticas da atividade econômica do primeiro trimestre de 2022 sugerem que a economia brasileira se esforça para crescer.

Por Arilda Teixeira

É o que os indicadores do PIB do 1º trimestre de 2022 sugerem.
Comparado ao do 1º trimestre de 2021, aumentou 1,7%. É pouco.

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Mas, nos últimos 4 trimestres, em relação aos 4 trimestres equivalentes do ano anterior, cresceu 4,7%.

Este seria o momento adequado para que agentes econômicos conscientes das possibilidades de crescimento da economia brasileira, e com acesso aos tomadores de decisão da Administração Pública, pressionassem os núcleos de decisão do Estado por implementação de uma Agenda para o desenvolvimento do País, rechaçando toda e qualquer atitude que obstaculize os esforços para cumpri-la.

Esse direcionamento despertaria em outros agentes a iniciativa de também pressionar para ampliar e melhorar a infraestrutura da economia brasileira. Esses possíveis grupos de pressão poderiam impulsionar a atividade econômica e ajudar a economia escapar da arapuca do baixo crescimento em que se encontra.

Essa atitude seria fundamental para tampar os ralos por onde estão escapando as oportunidades de crescimento do País.

Neste momento, um deles, é o Consumo das famílias – refém da taxa de desemprego (10,5%), que permanece elevada. Cresceu 2,2% em relação ao 1º trimestre de 2021.

Essa taxa, por sua vez, é reflexo da trava que, já a algum tempo, colocaram na economia, ao utilizar as Agências Reguladoras como cabide de emprego para os amigos do Estado.

Esse desvio de propósito, reduziu as Agências à condição de hospedeiras de indicados políticos para tomadas de decisões técnicas; distorceram e/ou anularam o papel do aparato regulatório como parâmetro para avaliar as possibilidades de um mercado.

Outro é o Gasto Público: cresceu 3,3% em relação ao período equivalente do ano anterior; mas permaneceu insuficiente para prestar os serviços que são da responsabilidade do

Estado, com a qualidade que o cidadão-contribuinte tem direito; e/ou impulsionar crescimento.

O padrão de escolha da Administração Pública brasileira precisa mudar. É anacrônico e, portanto, insuficiente para atender ao que a economia precisa. As estatísticas do desempenho ratificam essa percepção.

Já passou, em muito, a hora de sair desse vexatório modelo de Estado que o Brasil insiste em sustentar; seguramente um dos ralos por onde se esvai a qualidade dos gastos públicos e as chances de crescimento.

Sob seu julgo acomodou-se na visão de curto prazo como parâmetro de decisão. E a inadequação desse parâmetro se encarregou de afundar suas oportunidades de crescimento.

Enquanto isso, o setor produtivo perde dinamismo. Um retrocesso.
A Indústria de Transformação é a prova disso. Com crescimento de 2% nos últimos 4 trimestres, em relação ao que cresceu nos 4 trimestres do mesmo período do ano anterior, preocupa. A indústria extrativa cresceu 3,2%, mas é mercado de insumos básicos. O que se vê, nas entrelinhas dessas estatísticas, é uma economia, de uma perna só, tentando se manter em pé.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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