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quinta-feira, 25 abril, 2024

A Economia Brasileira Freada pelas Conveniências Políticas

Esses resultados são, em parte, explicados pelo aumento da taxa de câmbio, seus reflexos no PIB, e pelo esforço hercúleo que a equipe de técnicos do Tesouro

Por Arilda Teixeira

O Brasil é um país reconhecido por seu potencial para crescimento devido ao tamanho do seu mercado, ter recursos naturais, clima e vegetação. Mas, também, é lembrado por sua fragilidade institucional – subproduto de seus erros de escolha.Por isso está incapaz de organizar um ambiente institucional favorável ao crescimento e/ou desenvolvimento econômico.Assim, persiste no padrão voo de galinha, com suas inconsistências traduzidas nas estatísticas.

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O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) sinaliza crescimento em todas as regiões do País – 2,4% para o Norte; 1,9% para o Centro-Oeste; 0,7% para Sudeste; 0,5% para Nordeste; e 0,2% para o Sul. São taxas baixas para o que sua economia precisa para decolar, mas, por serem positivas, acalentam esperança de que a retomada do crescimento esteja na alça de mira da economia brasileira.

Pelo lado fiscal, as estatísticas para o período jan-set/2021 indicam que a NFSP está relativamente controlada – no período jan-set/2019 era 5,79% do PIB, no mesmo período em 2020 foi 4,37% e em jan-set/2021 4,37%.

O fluxo de 12 meses, da NFSP em set/2021 foi 4,84% do PIB.

A DLSP(total)/PIB que em dez/2020 estava em 62,7% do PIB, em set/2021 fechou em 58,5% do PIB.

Esses resultados são, em parte, explicados pelo aumento da taxa de câmbio, seus reflexos no PIB, e pelo esforço hercúleo que a equipe de técnicos do Tesouro (que se demitiu na última semana de outubro) fez entre 2019 e outubro/2021, para gerir o orçamento com responsabilidade fiscal. Não é o ótimo, mas, com o Ministro da Economia que se tem, e o fisiologismo do Legislativo, é o possível.

Como equilíbrio fiscal, sozinho, não reduz desemprego – as estatísticas da PNAD apontam taxa de desocupação do trimestre jan-fev-mar/2021 de14,7% – no mesmo período em 2020, era 12,2%. No trimestre abr-maio-jun de 2021 foi 14,1%; no mesmo período de 2020 foi 13,3%.

Seu subproduto é a queda da renda – no trimestre jan-jul-ago/2020 era R$2770, e no mesmo trimestre de 2021 foi para R$2489, e aumento da pobreza.

O agravante é que, neste momento, não se pode contar com o impulso da economia internacional para puxar a economia brasileira porque ela também está em desaceleração.

As projeções das taxas de crescimento real do PIB mundial são 5,9% em 2021; 4,9% 2022; e 3,3% 2026. Para os emergentes são de 6,4% em 2021; 5,1% 2022; e 4,4% 2026. Para os emergentes da América Latina: 6,3% 2021; 3,0% 2022; e 2,4% 2026. Para o Brasil, 5,2% em 2021; 1,5% 2022 e 2,1% 2026. E seus pares na América Latina – Chile 11% em 2021; 2,5% em 2022; 2,5% em 2026; Peru 10% em 2021; 4,6% em 2022; 3,2% em 2026; Colômbia 7,6% em 2021; 3,8% em 2022; 3,5% em 2026;

México 6,2% em 2021; 4% em 2022; e 2,0% em 2026.

Essas estatísticas sugerem fôlego para a economia brasileira para retomar o crescimento; mas não captam os obstáculos – a negligência do Legislativo para aprovar as reformas estruturais (Tributária, Regulatória e do Funcionalismo Público) – imprescindíveis para um crescimento sustentado. Sem elas, o mercado brasileiro corre o risco de ser uma economia do século XIX vagando no século XXI.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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