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terça-feira, 22 DE abril DE 2025

A agenda política depois do carnaval

Os próximos meses serão de intenso trabalho no mundo da política. No âmbito dos três poderes, a pauta é extensa e com muitos temas delicados em debate

Por André Pereira César

Os próximos meses serão de intenso trabalho no mundo da política. No âmbito dos três Poderes, a pauta é extensa e complexa, com muitos temas delicados em debate. O pano de fundo desse quadro é a eleição de 2026, que já domina corações e mentes. Afinal, o presidente Lula (PT) tentará a recondução ao cargo? Eis a pergunta que não quer calar.

No Planalto, entre aliados e também na oposição, a incógnita sobre a decisão final do petista baliza movimentos de toda ordem. A avaliação corrente é a de que, dado o atual cenário de incertezas, há espaço para novos nomes entrarem no jogo eleitoral. Tudo está em aberto.

Dada essa realidade, o objetivo principal do governo, hoje, é conter a erosão da popularidade de Lula, que atingiu o nível mais baixo de seus três mandatos. O presidente, no entanto, parece tatear o terreno, sem encontrar, até o momento, soluções efetivas para virar a partida. A anunciada reforma ministerial, considerada essencial para reforçar os laços com os partidos da base, avança a passos de cágado. O Centrão, em especial o PP, demonstra publicamente sua insatisfação, e cresce a pressão interna para que deixe o governo. O custo político para a conclusão das mudanças no primeiro escalão subiu, e o Planalto parece sem recursos para concluir o projeto.

Antes, no entanto, é preciso aprovar o Orçamento de 2025, com bastante atraso, diga-se. Já estamos praticamente na metade de março e somente agora o Congresso Nacional sinaliza que apreciará a matéria, o que pode representar um alívio (temporário) para o Executivo federal.

Outro tema importante é a conclusão da regulamentação da reforma tributária, que é discutida há meses entre os parlamentares e a equipe econômica, mas que necessita ainda de alguns ajustes. A esperada aprovação final da matéria, quando ocorrer, será um êxito a ser comemorado pelo Planalto. Também a isenção do IR para quem receba até cinco mil reais está no radar governistas, mas a questão é polêmica e deverá sofrer resistência entre os parlamentares.

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A oposição, por seu lado, terá alguns focos específicos em sua atuação. Além da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, os oposicionistas apostarão suas fichas em uma agenda que priorizará a segurança pública, hoje a maior preocupação dos brasileiros, e também em questões de caráter mais conservador – a chamada “pauta de costumes”. Os partidos contrários a Lula, PL à frente, poderão se aproveitar da dissidência na base aliada e conseguir derrotar o governo em determinadas votações. A conferir.

Por fim, o julgamento dos envolvidos no 8 de janeiro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) atrairá as atenções de todos muito em breve. O ambiente já carregado da polarização em curso deverá ganhar novos elementos, com os defensores de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados defendendo com veemência a absolvição de todos. O clima será de tensão.

Como se vê, emoções e duros embates serão a tônica dos próximos meses. Espera-se alguma serenidade por parte dos diretamente envolvidos nos debates.

André Pereira César é cientista político e sócio da Hold Assessoria Legislativa.

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