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quinta-feira, 28 março, 2024

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?

É chegada a hora de rever pontos importantes. Entre eles, como manter uma boa saúde financeira

Em todo final de ano, é comum fazermos um balanço das diversas áreas da vida. Em meio a essa “reflexão”, a questão financeira é, sem dúvidas, um dos principais pontos de atenção em busca de equilíbrio e de um ano melhor.

Se você chegou a este fim de 2019 com as finanças equilibradas, parabéns, pois o sufoco nas contas tira o sono de muita gente. Mas, se sua situação anda ruim, acalme-se, você não está sozinho. Especialistas apontam que é pouco provável chegar ao próximo ano sem “dívidas”, já que 2019 tem sido realmente um ano difícil.

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Embora os meses de outubro e novembro tenham apresentado quedas de endividamento do brasileiro, interrompendo uma sequência de nove meses consecutivos de alta, setembro registrou números recordes, com 65,1% das famílias declarando-se com tais pendências, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Após um
período de forte crescimento do crédito, os recursos extras advindos do FGTS e PIS/Pasep, somados à sazonalidade positiva no mercado de trabalho, favoreceram a redução do endividamento”, explicou à época o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?
“Tudo que possuímos pertence ao Senhor, e devemos gastar de forma a agradá-lo, não com propósitos egoístas. Buscar a direção do Senhor para os gastos não significa que jamais gastaremos em algo que não seja nossa necessidade básica” – Pastor Paulo C. Maximiano, diretor do Ministério Crown Finanças

Na comparação mensal, entre outubro e setembro, foi registrado crescimento no grupo de famílias com dívidas ou contas em atraso (24,9% contra 24,5%). Em relação àquelas que declararam não ter condições de pagar suas contas ou estão com dívidas atrasadas, mantendo-se inadimplentes, o percentual foi de 10,1% ante 9,6%. Esses indicadores também alcançaram alta no comparativo com outubro do ano passado: de 23,5% para
24,9% e de 9,9% para 10,1%, respectivamente.

Neste contexto, qual seria a solução para se ter um ano tranquilo e em dia com as finanças? Jesus, em um de Seus ensinamentos, questiona sobre a qual senhor servir: a Deus ou ao dinheiro? E enfatiza: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mateus 6:24).

O primeiro passo seria estar em dia com os compromissos com Cristo, ser um dizimista fiel; e o segundo, livrar-se das dívidas. Neste ponto, o financista Rodrigo Coutinho alerta sobre tomar cuidado na hora de negociar a quitação das dívidas. Isso porque, no “afã de resolver tudo”, as pessoas acabam fazendo acordos ruins.

“Não há que se falar em ‘entrar’ em 2020 sem ‘dívidas’, uma vez que o indivíduo não se programou nem se organizou em 2019. Tenho dito largamente em nossas palestras e mentorias pessoais que há de se promover organização financeira para 2020”, pontuou.Ele orienta que o primeiro passo é fazer uma avaliação de o quanto custa para aquela pessoa viver. O segundo, traçar um orçamento doméstico envolvendo todos os residentes do lar, inclusive crianças. Em seguida, se necessário, reduzir despesas para equilibrar as contas. O especialista indica não promover cortes bruscos, que afetem a qualidade de vida e a saúde física-emocional da família. “Nesse caso, lembrar que a ‘máquina’ produtiva do lar não pode parar de trabalhar. Ao contrário, quanto mais satisfeitas e felizes as pessoas estiverem, mais serão capazes de produzir.”Entre as dicas “de ouro” de Coutinho, está a avaliação acerca de como “sobrar” recursos mensalmente. “Realizado o orçamento doméstico/pessoal, será possível verificar sua capacidade de pagamento e, neste momento, é hora de renegociar as dívidas, colocando todas as parcelas dentro de um orçamento ‘pagável’. Com a reserva financeira, pode-se começar a investir.”“Foram sete meses de economia radical: sem comprar roupas ou sapatos, fazendo só passeios gratuitos … Fiz bolos para vender na escola onde dou aula. Meu marido também levava-os para o trabalho. Não foi nada fácil, mas vamos entrar em 2020 sem dívidas, para honra e glória do Senhor” – Luciana (nome fictício), advogadaTambém especialista em finanças, Breno Bonani igualmente vê na quitação de boa parte das dívidas uma forma interessante de entrar bem 2020. Ele orienta que existem hábitos que ajudam bastante a melhorar a saudade financeira, tais como: rever dívidas e questões de consumo, poupar e estabelecer metas.Breno explica que poupar seria uma boa solução para quem quer fazer um 2020 diferente, pois garante calção na hora das necessidades e dos casos de emergências. Entretanto, só isso não é suficiente, destaca. “Investir o dinheiro é mais do que essencial. A quem tem possibilidade e recursos extras, oriento investimento em meios conservadores de renda, como Tesouro e Fundos de Renda Fixa, e até em produtos como CDB, LCI e LCAs são
aconselháveis.”Larry Burket, fundador do Ministério Crown de Finanças, dizia: “A maneira como lidamos com o dinheiro é uma demonstração externa, de uma condição espiritual interna”. Dessa forma, entendemos que devemos alinhar nossas vidas com o padrão financeiro bíblico e, assim, seremos exemplo para a sociedade”, finalizou.O professor de finanças para casais da Igreja Evangélica Vida, Edson Costa Aildelfonso, sempre ensina os alunos a usarem a regra de ouro: gastar menos do que se ganha. “A falta de disciplina na área financeira gera muita infelicidade.É importante saber o que é compromisso e o que é dívida. Se você tem parcela, esse gasto deve ir para o orçamento, ser inserido na planilha de pagamentos. Agora, se você assume um compromisso que não pode pagar, isso se transforma em dívidas. Orientamos em nosso curso que as pessoas se desfaçam delas buscando alternativas para honrá-las.”

Enrolando-se nas dívidas

Muitas são as pessoas que têm problemas com a saúde financeira. Mas poucas são as que se dispõem a contar. Moradora da cidade de São Paulo, Luciana (nome fictício) e o marido, casados há 12 anos, começaram a “se enrolar” em outubro de 2017. Primeiro deixaram atrasar uma conta de luz; no mês seguinte pagaram apenas o valor mínimo do cartão de crédito; e no terceiro mês já havia também uma mensalidade do plano de saúde
vencida. “Aí chegou dezembro, com as compras dos presentes de Natal, e depois vieram as férias das crianças, que não podiam passar o tempo todo sem sair de casa para nada. E, para piorar, a volta às aulas. Não tínhamos de onde tirar dinheiro para comprar o material e uniformes das crianças”, conta Luciana.

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?
“A falta de disciplina na área financeira gera muita infelicidade. Isso pode acontecer com qualquer pessoa. Orientamos em nosso curso que as pessoas se desfaçam das dívidas buscando alternativas para honrá-las” – Edson Costa Aildelfonso, professor de Finanças

O casal então decidiu recorrer a uma instituição financeira. “Fizemos um empréstimo. Foram os R$ 5 mil mais caros da minha vida. Não conseguimos pagar todas as dívidas, e os juros viraram uma bola de neve”, lembra ela. No desespero, os dois decidiram recorrer à Palavra. “Oramos ao Senhor pedindo que nos orientasse para solucionar um problema que estava até afetando a felicidade de nossa família. Eu e meu marido chegamos a brigar algumas vezes porque estávamos muito nervosos.”E foi em Lucas 12:15 – “Então lhes disse: Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” – que o casal se despertou para a solução.“Entendemos que havíamos nos enrolado porque o dinheiro diminuiu, mas não quisemos abrir mão de nossos gastos”, comentou. Então, Luciana e o esposo fizeram uma lista com tudo o que deviam e também com os gastos fixos mensais. E outra lista com todos os itens que iriam economizar para usar o dinheiro no pagamento das dívidas. “Ficamos sete meses numa economia radical mesmo: sem comprar roupas ou sapatos, fazendo só passeios gratuitos em parques e outros locais públicos.Fiz bolos para vender na escola onde dou aula. Meu marido também levava-os para o trabalho.” Hoje eles celebram a vitória: “Não foi nada fácil, mas vamos entrar em 2020 sem dívidas, para honra e glória do Senhor”, comemora o marido, que preferiu não se identificar também.

Gasto sem propósito

A tendência natural do fim de ano é o gasto além do orçamento. São presentes, viagens a casas de parentes ou amigos e comidas mais caras, entre outros custos. Mas esses excessos não podem se tornar regra.Diretor do Ministério Crown Finanças, o pastor Paulo C. Maximiano relata que, no currículo dos cursos ministrados pela instituição, o ensinamento sobre a propriedade de Deus tem sido muito importante para os casais.“Não há que se falar em ‘entrar’ em 2020 sem ‘dívidas’, uma vez que o indivíduo não se programou nem se organizou em 2019” – Rodrigo Coutinho, financista“Ensinamos as pessoas a ficarem livres das dívidas e a poupar para as adversidades e também para os projetos de vida. O brasileiro tem um péssimo hábito de pensar que precisa das coisas ‘para ontem’, não consegue controlar a ansiedade. Assim, acaba entrando em dívidas somente para satisfazer os seus desejos.O desejo não é algo ruim, mas devemos ter ‘domínio próprio’, e isso se dá através do exercício do Fruto do Espírito.” O pastor compara a situação com um ato visto no século XII. Durante as Cruzadas, os expedidores usavam mercenários para lutarem no lugar deles. “Como se tratava de guerras religiosas, os cruzados insistiam que os mercenários fossem batizados antes da luta. Durante o batismo, mantinham suas espadas fora da água, simbolizando o único ponto sobre o qual Jesus Cristo não tinha controle. Assim, tinham a liberdade de usar suas espadas da maneira que desejassem”.

Lidando com dinheiro

Hoje em dia, acrescenta, mesmo não sendo de forma tão óbvia, muitas pessoas lidam com o dinheiro de modo semelhante: seguram suas carteiras “fora da água”, dizendo, com efeito: “Deus, podes ser o Senhor de tudo em minha vida, exceto do dinheiro”.Mas é preciso ter em mente o autocontrole: “Tenho capacidade total para lidar com o dinheiro por mim mesmo. Em oração, submeta ao Senhor suas decisões quanto aos gastos”, reforça Maximiano.O pastor Paulo aponta que é preciso entender que não somos donos de nada, e sim administradores do que temos em nossas mãos. “Os pronomes pessoais possessivos fazem parte de nossa vida: minha casa, meu carro, nossa igreja… E dessa forma acabamos carregando um peso desnecessário, pois o ‘dono’ tem os seus sentimentos enraizados na propriedade, o administrador não. O que Deus deseja é que sejamos bons e fiéis mordomos, tendo a consciência de que Ele é o nosso Provedor e de que um dia prestaremos contas a Ele de tudo o que nos confiou”, explica.A Bíblia é o maior e melhor manual de administração que existe. Nela há 2.350 versículos que falam sobre finanças, mas a forma como a maioria das pessoas lida com o dinheiro contrasta com os princípios financeiros de Deus. “Se aplicarmos os princípios das Escrituras para lidar com o dinheiro, ficaremos mais próximos de Cristo e aprenderemos a viver contentes em qualquer circunstância”, disse o pastor Paul, que também ressalta o grande papel da família na administração financeira. “Casais que trabalham como um time financeiro crescem e prosperam de modo exponencial.

 


Dicas de leitura

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?O Seu Dinheiro
Howard Dayton

 

 

 

 

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?Casamento Livre de
Conflitos Financeiros

Chuck Bentley

 

 

 

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?

Os Maiores Erros
Financeiros da Bíblia

Chuck Bentley

 

 

 

Um novo ano chegando. Mas e as finanças, tudo bem?Negócios à Luz
da Bíblia

 

 

 

 


Outro aspecto é ensinar os filhos a lidarem com o dinheiro, pois o caráter financeiro se estabelece nos primeiros anos de vida. Daí em diante somos uma reprodução daquilo que nos foi implantado. Se ensinarmos nossos filhos agora, com certeza eles evitarão os erros financeiros que muitos de nós cometemos ao longo da vida”, complementa.

Não é difícil fazer um planejamento e apresentar uma boa educação financeira familiar. Para que o dinheiro seja empregado corretamente e a família não passe por sufocos, vale a pena ser bem realista e economizar.

Assim, fica mais fácil manter o padrão de vida sem ter que desembolsar mais dinheiro. Portanto, caneta e papel na mão, comece a identificar cada centavo que sai de suas mãos e seja feliz.

Esta matéria foi publicada na revista Comunhão nº 266

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