As duas únicas iniciativas nacionais foram levadas a 14ª reunião de cúpula do G20, grupo das maiores economias do mundo, realizada no final de junho, no Japão
O Brasil segue sendo destaque internacional, desta vez, por conta da promoção das Indicações Geográficas (IGs) – que buscam auxiliar no desenvolvimento das micro e pequenas empresas administradas pelo Sebrae – e da Estratégia Nacional para Negócios e Investimentos de Impacto (Enimpacto), coordenada pelo Ministério da Economia.
As duas únicas iniciativas nacionais foram levadas para a 14ª reunião de cúpula do G20, grupo das maiores economias do mundo, realizada entre em 28 e 29 de junho na cidade de Osaka, no Japão. Além disso, o Brasil será inserido em um inventário com diversos exemplos de políticas dos membros do G20, chamado de “Exemplos de Negócios e Políticas voltadas ao Crescimento Sustentável e Inclusivo por Meio do Comércio e do Investimento”, publicação organizada pelo governo japonês.
E o Sebrae se destaca por realizar projetos de Indicações Geográficas, que visa a promover ações para fortalecer e estruturar outras no país, consolidando sua importância como estratégia para o desenvolvimento e para a ampliação da competitividade das pequenas empresas. Ao todo, são 63 IGs registradas, sendo que 70% delas estão ligadas ao agronegócio, principalmente no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Minas Gerais.
“Estamos construindo o futuro da participação dos produtos das IGs nos mercados interno e externo. Isso é realidade na Europa, onde os produtos provenientes delas responderam por 15% das exportações em 2010. Vamos priorizar a elaboração da proposta de uma lei específica e a criação do selo para elas”, afirma a analista do Sebrae Nacional Hulda Giesbrecht.
Espírito Santo
A aceitação de produtos com reconhecimento de origem nacional abre a oportunidade para que o setor foque a produção com maiores qualidade e valor agregado, alcançando percentuais melhores. De acordo com a analista do Sebrae-ES, Carine Thomazi, o Espírito Santo possui grandes potencialidades em produtos para o mercado externo, como café, cacau, socol, pimentas, mamão, granito e mármore.
“Todos são exportados, mas sofrem alguma usurpação ao serem misturados com produtos de baixa qualidade para gerar volume.” Entre os fatores há ainda o risco de terem sua origem alterada para entrar no mercado ou de produtos de outras regiões levarem chancela de origem.
“Diante deste cenário, o registro e reconhecimento de uma Indicação Geográfica protegem a origem dos produtos e, já no processo de preparação para reconhecimento, há uma melhoria na qualidade da produção. Os controles de rastreabilidade implementados garantem a origem do produto e a visibilidade da região que o produz”, disse Carine.
Já a gerente de Agronegócio do Sebrae, Christiane Castro, acredita que a iniciativa fomenta a atividade turística das regiões produtoras. Isso porque os consumidores passam a ter mais informações sobre os locais, o que desperta maior interesse. Dessa forma, há um ganho adicional que ultrapassa a cadeia e gera perspectivas e possibilidades. “Estamos falando em desenvolvimento territorial, tema que corre nas veias da nossa instituição, visto que possuímos diversas ferramentas e soluções com esse propósito”, afirmou.
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