Maioria dos empresários estão preocupados com a crise hídrica, acham que racionamento de energia é certo e que crise pode prejudicar recuperação da energia
Por Samantha Dias
Nove em cada dez empresários estão preocupados com a crise hídrica, e o maior temor dos industriais é o aumento do custo da energia – 83% apontaram essa como a principal preocupação. Outros 63% se dizem preocupados com o risco de racionamento e 61% com a possibilidade de instabilidade ou de interrupções no fornecimento de energia.
A consulta realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela também que 98% dos empresários acreditam que haverá aumento dos preços da energia e 62% consideram que é provável ou certo que haverá racionamento ou restrições de fornecimento de energia em 2021.
- Dicas para economizar e driblar os aumentos na conta de energia
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
Os impactos da crise hídrica sobre o mercado de energia elétrica ocorrem em razão da limitação da geração das usinas hidrelétricas, que representam cerca de 60% da geração no Brasil e são as fontes mais baratas de energia do país.
“Há uma preocupação clara com o risco de racionamento e do aumento de custo da energia. Isso pode ter impacto na retomada da produção do segmento industrial, em um momento em que a indústria começa a recuperar a sua produtividade”, afirma o especialista em energia da CNI Roberto Wagner Pereira.
Investimentos em eficiência energética e autogeração
As principais medidas que os empresários disseram que adotarão em resposta à crise hídrica são a intensificação de investimentos em ações de eficiência energética (34%) e em autogeração/ geração distribuída de energia (26%).
Parte dos empresários também manifesta preocupação com a possibilidade de racionamento de água (34%), aumento no custo da água (30%) e na instabilidade ou interrupção no fornecimento de água (23%). Alguns empresários também manifestaram preocupação com o potencial de uma crise hídrica e energética de frear o crescimento econômico e prejudicar a recuperação da economia.
Entre os empresários consultados, 22% afirmam que pretendem mudar o horário de funcionamento de suas empresas para reduzir o consumo de energia em horário de pico em resposta à crise hídrica. No entanto, quase dois terços das empresas consideram que implementar essa alteração de horário é difícil ou muito difícil.
Outro dado que chama a atenção é que mais da metade (52%) dos empresários acreditam que a crise hídrica reduzirá a competitividade de suas empresas. Segundo os dados, 39% consideram essa situação provável e 13% dizem que a perda de competitividade ocorrerá com certeza.
Com informações da CNI