O Brasil atingiu a marca de mais de meio milhão de mortos pela infecção do novo coronavírus apenas 15 meses após a confirmação da primeira morte pela doença.
Por Munik Vieira
Além dos mais de 500 mil óbitos, já foram registrados também quase 20 milhões de casos da doença. Isso deixa o país na segunda posição do mundo em números de mortes pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 600 mil vítimas perdidas.
Atualmente, dos 27 estados brasileiros, onze estão em alta de mortes e 13 estão em estabilidade. Os únicos que registraram queda foram Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Acre.
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Vale ressaltar que, durante a pandemia, foram registrados diversos momentos críticos no país, como por exemplo, a falta de oxigênio no Amazonas, a demora na compra de imunizantes e a escassez de medicamentos para o chamado “kit intubação”.
De acordo com o infectologista capixaba Paulo Peçanha, o reflexo negativo da pandemia escancara a má gestão da crise no país. “O Brasil não enfrentou a pandemia seguindo as recomendações da ciência. Nós não conseguimos evitar e nem conter a pandemia de forma adequada. São 500 mil mortes em pouco mais de 15 meses de pandemia. Os números, infelizmente, chocam a todos nós”, destaca.
Para o especialista, as medidas efetivamente comprovadas de combate à doença, como o uso de máscaras, distanciamento social e medidas de higiene não foram reforçadas pelos órgãos públicos e, consequentemente, a população foi prejudicada pela falta de informação necessária.
“O Brasil adotou uma postura ambígua. Os governos estaduais insistiam nas medidas comprovadamente eficazes contra a doença e o governo federal recomendava um comportamento totalmente inverso àquilo que os estados viviam”, destacou Peçanha.
O infectologista listou três pontos cruciais de falhas cometidas pelo Brasil no combate à pandemia.
Falta de orientação
Não enfrentamos a pandemia com atitudes coordenadas e concretas. A falta de orientação por parte do governo federal, em conflito com os governos estaduais, orientando atitudes contrárias às medidas de distanciamento social contribuiu para o comportamento inconstante e inadequado da população no combate ao vírus.
Falta de testagem
Países que apostaram na testagem em massa da população, como por exemplo Reino Unido e Coreia do Sul, conseguiram enfrentar melhor a pandemia e tiveram bons resultados. Estes países investiram na testagem e isolamento dos pacientes, uma postura que deu certo. Entretanto, o Brasil não o fez.
Falta de vacinas
As vacinas não chegam na velocidade que o Brasil precisa. Se o país tivesse adquirido os imunizantes com antecedência, como foi oferecido no ano passado, teríamos vacinado mais precocemente a população e, com certeza, teríamos melhores resultados.