Artista será lembrado e homenageado na cerimônia de premiação da música capixaba no dia 29 de outubro
Por Jessica Coutinho
Com uma trajetória marcada por inovação e paixão pela música, Alexandre Lima é o grande homenageado do 3º Prêmio da Música Capixaba, que será realizado no dia 29 de outubro, às 19h, no Teatro Universitário da UFES.
O tributo celebra o legado do artista, reconhecido por sua contribuição única à cultura ao se tornar precursor do “rockcongo”, um ritmo que mistura congo, reggae e pop, e que influenciou uma nova geração de músicos brasileiros e capixabas, além de levar as raízes musicais do Espírito Santo para o cenário internacional.
Neste ano, 104 artistas, produtores e técnicos disputam o troféu em 26 categorias. Mais de 14 mil pessoas de mais de 300 cidades de todo o Brasil, votaram nos mais de 170 semifinalistas, entre artistas, instrumentistas, grupos, produtores, técnicos e projetos musicais de todo o Espírito Santo. Confira os indicados aqui.
Alexandre Lima
Alexandre esteve à frente do Manimal, formada em 1986, composta pelos irmãos Alexandre e Amaro Lima, Fabio Carvalho, Federico Nicolai, Queiroz e Ronaldo Rosman. O grupo foi um marco na cena musical capixaba e brasileira, alcançando palcos nacionais e internacionais com seu ritmo que combinava gêneros como ticumbi, música eletrônica, samba e reggae, realizou mais de 30 shows na Europa e chegou a integrar a programação cultural da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006.
O sucesso da banda começou a disparar em 1996, quando ganharam o prêmio de “Melhor Arranjo” no Festival Nacional de Música de Alegre-ES, além de serem finalistas no prestigiado “Les Decouverts de RFI”, que destacou a Manimal como um dos melhores trabalhos de pesquisa musical da América Latina e Caribe.
No ano seguinte, lançaram seu primeiro CD, com faixas como “Tequila Brown” e “De Que Vale Tudo Isso?”. Já em 1998, foram eleitos “Revelação da Expo 98”, em Lisboa, Portugal, conquistando também os prêmios de “Melhor CD” e “Trilha Sonora Original” no Festival de Cinema do Maranhão.
Após turnês pela Europa, a banda seguiu lançando novos trabalhos, incluindo o álbum “Espírito Congo” em 2002, e gravou seu primeiro disco ao vivo em 2005, no “Festival Oi Vitória Pop”, em Vitória. Músicas icônicas como “Encontrei” e “Água de Benzer” fizeram parte desse registro ao vivo, consolidando o nome da Manimal como referência na fusão de ritmos.
Além do sucesso nos palcos, Alexandre Lima e a Manimal se destacaram por seu engajamento social, especialmente nas comunidades da Grande São Pedro e Ilha das Caieiras, com os projetos “Congo na Escola” e “Manimal na Escola”. Essas iniciativas contribuíram para a formação de grupos como o Congo Mirim e a Orquestra de Percussão Manguerê, reforçando o compromisso da banda com a transformação social por meio da música.
Em 2008, a banda encerrou suas atividades após a morte do baterista Queiroz. Em 2013, Alexandre assumiu o cargo de secretário municipal de Cultura de Vitória, onde continuou a promover a cultura local. No entanto, sua carreira foi trágicamente interrompida por complicações de saúde, e em março de 2024, aos 54 anos, Alexandre Lima faleceu após uma década em coma, deixando um legado profundo na música capixaba e nacional.
O Prêmio da Música Capixaba, realizado pela MM Projetos Culturais e pela Secult ES, com apoio da UFES e TVE, além de patrocínio da ArcelorMittal, reconhece a importância da cena musical do Espírito Santo e celebra a memória de grandes artistas como Alexandre Lima.
SERVIÇO
3º Prêmio da Música Capixaba – Cerimônia de Premiação
Quando: 29 de outubro, a partir das 19 horas
Onde: Teatro Universitário da Ufes, Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória
Transmissão ao vivo pela TVE