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sexta-feira, 19 abril, 2024

2021: o lugar da comunicação

Estamos, há quase dois anos, contabilizando perdas e ganhos, nesta que é uma das mais devastadoras crises de saúde deste século

Por Claudia Sabadini

Que a pandemia do Coronavírus trouxe novos olhares para diferentes formas de empreender, liderar e se relacionar está mais que comprovado. Ninguém sai ileso de uma crise, seja pessoal, profissional ou governamental.

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Estamos, há quase dois anos, contabilizando perdas e ganhos, nesta que é uma das mais devastadoras crises de saúde deste século, em que lideranças, de todos os níveis, foram, fortemente, testadas.

São tempos de estar à frente de grupos, de equipes, em mar revolto, com incertezas e medos. Assim, caminhamos para o final de 2021. Um ano de decisões difíceis e impopulares, que exigiu das lideranças, cada vez mais, empatia, gestão emocional e, sobretudo, clareza na comunicação.

Como gerir o medo da doença, da morte, do desemprego, da fome? Como se relacionar com o ódio e a divisão, na vida real e virtual? Como tratar a insegurança das equipes, estimular a criatividade e a produtividade, diante da impessoalidade da tela de computador, cada um trabalhando de casa? Como comunicar com simplicidade, orientar com responsabilidade, dialogar e diminuir ruídos, quando a desinformação e a pressa nas apurações agravam, ainda mais, o pânico, deixando a todos sem ação?

Transparência, objetividade, clareza e agilidade na comunicação estão sendo fundamentais na gestão desta e de todas as demais crises que se instalaram pela falta de coerência e decisões rápidas, além do uso político da pandemia para ganho de poder e posição, colocando em risco o propósito maior da comunicação, que é a busca da saída para a crise.

A comunicação percebe, muito rápido, a proximidade de uma adversidade, por isso, alerta e cobra ações daqueles que têm o poder de decisão, comprometidos com o interesse coletivo. Não há saída mágica, tem de ter planejamento e estratégias, ainda que não conheçamos o tamanho e a força do adversário, no caso, um vírus desconhecido. A falta de informações precisas fortalece notícias falsas e redes mal intencionadas.

Diferente de 2020, esse ano trouxe  aprendizados mais sólidos com relação ao papel da comunicação, da imprensa, dos profissionais de mídia, em relação à apuração das notícias sobre o coronavírus, combatendo as Fake News, nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, mostrando o quanto o jornalismo, sério e profissional, ainda é um dos pilares da democracia e da informação de confiança. Há uma nova realidade na relação com as fontes e uma adaptação rápida no uso de novas tecnologias, a fim de checar informações e fazê-las chegar, o mais rápido possível, à sociedade, ouvindo todos os lados. Como tem de ser.

Ainda que sob ataques, a comunicação com credibilidade se espalha mais rápido que o vírus, conscientiza e mobiliza pessoas, daí o perigo de uma informação mal apurada, tendenciosa e ideológica.

O jornalismo crítico e fundamentado se constituiu em um trabalho que também salvou muitas vidas durante esta pandemia.

Claudia Sabadini é jornalista  e escritora.

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