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quinta-feira, 28 março, 2024

2017: mercado financeiro volta a crescer

Inflação baixa, juros em queda e reformas aprovadas ajudaram a inflar o otimismo no mercado financeiro

Se por um lado a política em 2017 continuou estampando as capas de jornais e revistas, com denúncias de corrupção, por outro a redução substancial da taxa de juros, a manutenção da inflação próxima do centro da meta e o êxito do governo em aprovar medidas consideradas prioritárias (como a lei que impõe um teto para os gastos públicos e a reforma trabalhista) parecem ter restituído a confiança dos investidores no país.

Para a coordeanadora do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Daniela Negri, contudo, o mercado ainda tem ressalvas, e a maior delas repousa agora sobre a indefinição em relação à aprovação da reforma da Previdência. “Apesar da trajetória de queda dos juros e da inflação nos últimos meses, parece-me que no Brasil o componente político tem exercido significativamente o seu protagonismo diante das demais variáveis”, avalia.

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Espírito Santo

No Estado, a procura e a oferta de crédito ensaiam tomar força novamente. No Banestes, a carteira de crédito teve um crescimento de 12,1% no terceiro trimestre, se comparado a igual período de 2016 – o dobro da projeção feita inicialmente. O montante de financiamentos foi de R$ 4,8 bilhões, em 2016, para R$ 5,4 bilhões este ano, atingindo o maior valor desde 2002. Já o Bandes aumentou em cerca de 25% a liberação de créditos em comparação a 2016.

“As contas estão em dia, barragens vêm sendo construídas de norte a sul do Estado, e ações inovadoras estão sendo implantadas: os programas Reflorestar e Ocupação Social, apenas para citar alguns exemplos que envolvem diretamente a atuação do Bandes”
Aroldo Natal Silva Filho, diretor-presidente do Bandes

A carteira de crédito do Sicoob ES também cresceu em 2017 e deve fechar o ano próxima de R$ 3,5 milhões – aumento de 2% em relação a dezembro de 2016. Em novembro, a cooperativa reduziu os juros para as operações de crédito imobiliário de 10,86% para 9,48% (ambos sem contar com a Taxa Referencial). “É uma oportunidade para os associados obterem imóveis próprios, para moradia ou fins empresariais, e para que as empresas administradoras de condomínios possam buscar novos negócios”, enfatiza Bento Venturim, presidente da entidade.

Com os juros mais baixos, a tendência é que o crédito se recupere naturalmente com o tempo. Pelo menos é o que avalia Eduardo Velho, economista-chefe do Banestes. “Os bancos estão mais críticos na hora de realizar os empréstimos, mas acreditamos que os financiamentos para empresas e pessoas físicas, assim como o consumo das famílias, voltem com mais força no ano que vem”, afirma.

Já os financiamentos para o setor rural foram os que mais caíram no Espírito Santo em 2017. Ainda sofrendo com as consequências da estiagem de 2016, os produtores tiveram que reduzir os investimentos. Com isso, a porcentagem de financiamentos rurais do Banestes baixou de 7,6% para 5%. No Bandes, a expectativa é fechar 2017 com cerca de R$ 45 milhões em operações de crédito para produtores rurais – menos da metade dos R$ 107,590 milhões disponibilizados em 2016.

Bandes – Liberação de crédito - 2015 a 2017
Fonte: Bandes
Banestes: lucro líquido maior
Banestes
O lucro líquido do Banestes em 2017 foi de R$ 124,2 milhões

Após um ano complicado em 2016, o Banestes obteve lucro líquido de R$ 124,2 milhões, crescendo 4,9% em comparação ao ano passado – que, por sua vez, havia apresentado queda de 2,9% sobre 2015. Como resultado, a remuneração aos acionistas também teve elevação de 9%, comparada ao mesmo período do ano passado.
“Desenvolvemos produtos comercialmente atrativos e melhoramos nosso serviço ao cliente. Mesmo quando houve uma retração de créditos no Brasil, conseguimos fazer crescer a oferta. Ficamos em um ponto fora da curva nesse sentido”, afirmou o presidente do banco, Michel Sarkis.

“Eu sinto um misto de esperança e preocupação. Sabemos que 2018 vai ser melhor que 2017, que por sua vez foi melhor que 2016. Mas tudo dependerá do componente político e dos rumos que a economia tomará a partir disso”
Michel Sarkis, presidente do Banestes

Bandes: mais crédito para o setor terciário

O presidente do Bandes, Aroldo Natal, pontuou que o banco decidiu priorizar os setores de comércio e serviços e de indústria, disponibilizando mais recursos para capital de giro. O primeiro representou, por exemplo, 54% de todos os investimentos aprovados, passando de quase R$ 50 milhões em 2016 para R$ 118 milhões este ano.
Natal também lamentou que a pior crise hídrica da história do Espírito Santo, em 2016, tenha levado a inadimplência média a subir de 7%, naquele ano, para 10,2% em 2017. “Com a volta da chuva, a tendência é de queda, pois o homem do campo tem excelente histórico de adimplência”, ressalta o presidente.

Sicoob-ES: mais consórcios em 2017

No Sicoob ES, a venda de consórcios cresceu 173,5% de janeiro a julho, em relação ao mesmo período do ano passado. A linha com maior adesão foi a de imóveis, com aumento de 350,2% nos primeiros sete meses do ano, seguida pelo segmento de motocicletas (+209,7%). Já para automóveis a evolução foi de +56,8%, enquanto a de serviços avançou +106%.
Com a taxa Selic mais baixa, mas com a população ainda bastante endividada, a expectativa é que a demanda por consórcios continue crescendo em 2018. “Nas cooperativas, as taxas são ainda menores, pois essas instituições não visam ao lucro; então, a operação se torna ainda mais vantajosa”, destaca Nailson Dalla Bernadina, diretor executivo da entidade.


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