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terça-feira, 23 abril, 2024

Brasil tem estrutura para não ser assolado pela crise européia

Brasil tem estrutura para não ser assolado pela crise européiaA Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu, na segunda-feira (24/05), em sua sede no Centro de São Paulo, mais um seminário “Perspectivas da Economia”, apresentando especialistas como Gustavo Loyola, Ulisses Gamboa e Marcel Solimeo. O presidente da ACSP e FACESP, Alencar Burti, abriu o evento, comentando sobre os prognósticos que os especialistas estavam prestes a dar, sobre a crise européia. “Em tempos de crise, ou vamos muito mal, ou conseguimos nos blindar”, comentou.

“A crise que atualmente assola a Grécia também se arrastou à Espanha, Portugal, Itália e Irlanda. Esses países respondem por 30% do PIB da União Européia, daí a preocupação em escala global”, aponta o economista, sócio da Tendências Consultoria e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola.

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De acordo com Loyola, o elevado “default” (a possibilidade de dar calote na dívida) é outro fator que volta as preocupações do mercado mundial à Europa. “Com isso, a Alemanha, que apresenta uma das políticas fiscais mais austeras da Europa, é que será uma das responsáveis por reerguer a Grécia. E deverá fazer isso pelo bem da comunidade européia, caso contrário eles também serão impactados pela crise”, alerta Loyola acrescentando a improbabilidade da Grécia sair da zona do Euro: “para o país, o custo político é muito alto, o que inviabiliza essa possibilidade”, pondera.

Para o especialista, mais uma vez serão os países emergentes que sustentarão o cenário de crise, mantendo o ritmo forte de crescimento. Dentro dessa conjuntura, Loyola comenta a situação do Brasil: “O País está mais resistente a crises: contamos com um sistema financeiro mais sólido, menos exposto às ondas de turbulência da economia mundial”. Segundo o economista, essa solidez é sustentada pelo seguinte tripé: “O câmbio flutuante absorve os choques externos, enquanto o Banco Central autônomo mantém as metas de inflação e, por fim, o regime fiscal robusto ajuda a gerar superávit primário”, aponta.

Quanto às perspectivas para 2010, o especialista aposta nos seguintes números: PIB crescendo a 6,5%, massa salarial a 5,6%, produção industrial a 11%, vendas no varejo a 9,7%, crédito a pessoa física a 11% e a pessoa jurídica a 8%. “A inflação ficará acima da meta de 4,5%, porém ainda dentro da banda de tolerância”, comenta.

“Hoje o Brasil tem capacidade de crescer mais do que na década passada e estamos indiscutivelmente mais preparados para enfrentar turbulências externas. Contudo, ainda estamos muito atrasados em termos de reformas, além de contarmos com um sistema tributário ineficiente e uma reinserção do Estado nas questões empresariais”, finalizou Loyola.

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