24.4 C
Vitória
quinta-feira, 28 março, 2024

Vivo para trabalhar ou trabalho para viver?

Vivo para trabalhar ou trabalho para viver?Por que trabalhamos? O trabalho é a maneira proposta pela sociedade para conseguir uma remuneração que proporcione uma vida mais digna e confortável. Além disso, trabalhamos para desenvolver uma carreira, sermos bem-sucedidos profissionalmente e felizes com aquilo que escolhemos fazer. Se antes trabalhávamos para sobreviver, hoje a lógica se inverteu e muitos estão vivendo para o trabalho e esquecendo que a vida tem muito mais a oferecer. Será que esse é o seu caso? Que tal parar e rever suas atitudes, antes que seja tarde demais?

Nos dias de hoje, qualificar-se para ter um bom emprego tornou-se o principal objetivo de vida de muitos. O sucesso é visto, cada vez mais, como sinônimo de um emprego de qualidade e uma boa remuneração. Nesse contexto, muitos são os que se dedicam exclusivamente à vida profissional, esquecendo-se de dar atenção à família, aos amigos e ao seu próprio bem-estar.

- Continua após a publicidade -

A prática do “vivo para trabalhar” tem sido a realidade de muitos profissionais, que se dedicam intensamente ao trabalho e a outras coisas que não deveriam ser, verdadeiramente, suas prioridades. Para o psiquiatra Jovino Araújo, comportamentos extremos, como o vício no trabalho e o consumismo, são grandes riscos para o ser humano. “De um lado, temos a adoção de posições fundamentalistas, radicais; de outro, encontramos o consumismo sem limites, o que é um grande exemplo da indiferença entre os seres humanos. Nos dois lados, o ser humano se afasta de si mesmo e dos outros, num rumo contrário ao sentido da vida”, enfatiza.

E Por causa da rotina intensa de trabalho, alguns profissionais acabam não tendo “tempo” para desenvolver sua vida pessoal e social, deixando de fazer muitas coisas que têm vontade. É comum, quando chegam ao final da vida, que essas pessoas percebam o quanto perderam, deixando, por exemplo, de passar mais tempo com os filhos, de ver o crescimento deles, de fazer uma caminhada na praia ou até mesmo de dedicar umas horinhas aos seus melhores amigos. “A maior herança que podemos deixar para nossos filhos é a possibilidade de viver livremente a vida afetiva. E esse ensinamento é transmitido diretamente, no cotidiano, com tempo disponível, atenção sincera, espaço para o diálogo e carinho”, ensina o psiquiatra.

Muitos até acreditam que o conceito de felicidade e bem-estar está ligado ao dinheiro, sendo por isso necessário trabalhar excessivamente para conseguir o que se deseja e tornar-se uma pessoa feliz. Segundo o diretor-executivo da Acroy Consultoria em RH, Elias Gomes, essa visão é totalmente enganosa. “Para ter êxito profissional, é necessário também ter êxito familiar, saúde, de crescimento pessoal, e não ir em busca apenas do consumo. De que adianta, por exemplo, dar a casa mais luxuosa para a sua família, sendo que você nunca poderá estar presente?”, questiona.

Equilíbrio
No entanto, ao contrário do que o mundo pós-moderno sugere, é possível sim reorganizar o tempo e conseguir manter o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A dica é distribuir sua energia entre todos os campos de interesse, sendo que o trabalho deve ser apenas um deles. O espaço dedicado à família, aos amigos, ao crescimento espiritual, ao corpo e a todas as outras áreas deve ser reservado e preservado, sempre.

Elias Gomes explica que, para quem não consegue se desligar do trabalho, a solução pode ser determinar metas. “É importante programar que uma vez na semana vai jantar fora, ou vai levar os filhos ao cinema… A questão é abrir o calendário e marcar na agenda. Com o tempo, essas ações vão se tornando um hábito, que, depois de adquirido, não é mais desfeito”, conta Elias.

Ainda segundo o executivo, as pessoas já passam a maior parte da vida trabalhando e, por isso, é necessário se organizar para aproveitar o resto do tempo. “A maior parte da vida a pessoa passa dentro do escritório, realizando o seu trabalho. Para aproveitar o restante dela, o profissional tem que saber equilibrar todas as áreas de interesse”, aconselha.

Identificação
A questão principal é: você sabe se está passando dos limites no trabalho? Está, afinal, vivendo para trabalhar? Comece a prestar atenção nos seus principais hábitos, como o sono e a alimentação. Se o sono está alterado, para mais ou para menos, ou então se há cansaço e indisposição para o trabalho e a vida pessoal, esses podem ser sinais de alerta.

Segundo o psiquiatra Jovino Araújo, essas observações são essenciais para perceber se a pessoa está ou não se excedendo. “A rigor, o padrão de trabalho que gira em torno de jornadas semanais de 40 a 45 horas já é um limite, e deveria sempre ser respeitado. Mas se as pessoas estão sentindo cansaço e indisposição, é necessária uma mudança urgente nos hábitos”, alerta.

Outro indício de que sua vida não está tão nos eixos assim é a manifestação do estresse, que pode causar danos psicológicos, como instabilidade emocional, ansiedade e depressão; danos físicos, como enxaqueca, disfunções circulatórias e alergias; e danos sociais, como queda no desempenho profissional, ausências, entre outros.

Agora, faça uma reflexão: onde você estará quando não estiver mais trabalhando? Desfrutando de uma velhice doente e solitária? Usando as economias para cuidar do estresse causado pelas exaustivas horas trabalhadas? Lamentando não ter passado mais tempo com a família? Ou vai estar com uma mente saudável, sem remorsos, porque viveu intensamente com amigos, família e, também, com o trabalho. O conselho é: trabalhe, dedique-se e dê o seu melhor, mas não deixe de aproveitar as coisas que realmente fazem bem para você. O tempo passa rápido, e quando você menos perceber vai querer fazer coisas que já não podem mais ser feitas.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA