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sexta-feira, 19 abril, 2024

Varejo

As tão polêmicas previsões do presidente Lula feitas no final do ano passado, de que a crise internacional chegaria como uma marola na “praia brasileira”, podem ser definidas como otimistas em demasia, mas não ficaram tão distantes da verdade para alguns segmentos. O varejo no país cresceu mais que o esperado, puxado principalmente pelos setores de automóveis e supermercados.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto as vendas no país registraram um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

De fato, 23 estados registraram bons resultados na comparação, com destaque para o Piauí e Sergipe, com alta, respectivamente, de 23,9% e 17,5%, respetivamente. O Espírito Santo foi um dos poucos a ter uma ligeira queda (-4,0%), mas nada que pareça preocupar o mercado. Afinal, perto de uma catástrofe anunciada pelos mais pessimistas no início da crise, a queda no varejo capixaba não foi tão significativa. Na análise feita pelo IBGE em outubro, as vendas subiram 1,4% em relação a setembro, e surpreendentes 8,4% se comparadas a outubro de 2008.

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“O ano de 2009 foi de surpresas. Começamos temendo uma tempestade que, felizmente, acabou não chegando. Sobretudo nos últimos meses, aconteceu uma aceleração nas vendas. Características atuais como diminuição da burocracia e mais facilidade para o crédito não deixaram que os pequenos lojistas ficassem em situação difícil”, disse Estanislau Ventorim, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória.

Segundo ele, também ficou estável o nível de inadimplência, contrariando o que se pensava no início da crise. “Acho que os brasileiros, que já passaram tantos apertos com planos, pacotes e uma inflação imensa, se habituaram a passar por crises. Por isso, acabou nos atingindo pouco. As pessoas se endividaram menos do que era previsto neste cenário. Problemas com cheques diminuíram, mas é preciso frisar que a própria aceitação de cheques no comércio também caiu. No varejo capixaba, se paga principalmente com cartão, depois dinheiro vivo, cheque e, em quarto lugar, o crediário próprio”, explicou.

Supermercadistas comemoram bom ano

O ano de 2009 foi de celebração para os supermercados do Espírito Santo. Em uma comparação dos 10 primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2008, o crescimento das vendas chega a 5,59% . E não é só isso. Se as previsões do setor para as compras de Natal e Ano Novo se confirmarem, 2009 deverá ser fechado com um crescimento de 7%. Nada mal para um setor que tem que lidar com o grande desafio da alta carga tributária e seus impactos, com o aumento de produtos, serviços e custos de operação em geral.

“Não houve pessimismo no setor, mas sim incertezas quanto ao melhor posicionamento frente ao mercado que saía de uma crise. Os supermercados vendem itens de primeira necessidade, como alimentos, e o que esperávamos não era uma queda brusca de vendas, mas sim uma pesquisa maior por menores preços. Em tempos de crise, o consumidor busca diminuir seus gastos com itens de segunda necessidade, além de reduzir as despesas com alimentação fora do lar e com outras opções de lazer. Cabe ao supermercadista saber agir, trabalhando sua loja para receber esse cliente, de forma que o mesmo sinta prazer em fazer suas compras e encontre um mix de produtos que atenda a todas as suas expectativas”, frisou Hélio Hoffmann Schneider, superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps).

Segundo Hélio, as empresas do varejo de alimentos capixaba já estavam estruturadas para consolidar as metas e não postergaram seus planos. “Esse ano foram abertas novas lojas em todo o Estado, de norte a sul, além de reformas e ampliações. O autosserviço tem atendido uma demanda crescente de mercado, inovando em conceitos e em tecnologia e acompanhando o comportamento do consumidor”, explicou.

De acordo com o superintendente, o fenômeno por trás do aumento das vendas é explicado ainda por outros fatores. “O período de chuvas pelo qual passamos esse ano e a ocorrência de muitos feriados prolongados também fizeram com que o consumidor procurasse o supermercado para garantir o entretenimento em sua própria casa. Estimamos crescer 7% em 2009, e as classes D e E foram importantes propulsores desse percentual. A demanda também foi sustentada pelo crescimento da massa salarial. Ao contrário do que se previa, o desemprego não foi um contratempo esse ano”, disse Schneider.

 

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