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sexta-feira, 19 abril, 2024

Ex-deputado é preso na Lava Jato

Líder na Câmara dos governos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Cândido Vaccarezza é acusado de receber 500 mil reais em propina.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (18) duas fases da Operação Lava Jato. Nas 43ª e 44ª fase, agentes cumprem mandados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos.

Um dos pedidos de prisão temporária expedidos pelo juiz federal Sérgio Moro tem como alvo o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza. O político foi líder na Câmara dos governos dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

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As operações foram denominadas Sem Fronteiras e Abate. Agentes cumpriram 46 ordens judiciais – seis prisões temporárias, 29 buscas e apreensões e onze conduções coercitivas. Os presos estão sendo transferidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Lava Jato

A Sem Fronteiras – 43ª fase – investiga a relação suspeita entre executivos da Petrobras e um grupo de armadores estrangeiros para obtenção de informações privilegiadas e favorecimentos em contratos milionários com empresas.

Responsável pela prisão de Vaccarezza, a Operação Abate, é a 44ª fase da Lava Jato, investiga a contratação de grandes empresas pela Petrobras. Investigações relacionadas a crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de ativos

Propina

Vaccarezza foi preso em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-deputado recebeu cerca de 500 mil dólares em propinas. Para isso, intermediou a contratação da empresa norte-americana Sargeant Marine, fornecedora de asfalto.

Os procuradores dizem a influência de Vaccarezza, em decorrência do cargo de deputado, culminou na celebração de 12 contratos, entre 2010 e 2013. Os contratos da estatal com a Sargeant Marine teve o valor aproximado de US$ 180 milhões. “As evidências indicam ainda que sua atuação ocorreu no contexto do esquema político-partidário que drenou a Petrobras, agindo em nome do Partido dos Trabalhadores (PT)”, disse o MPF em nota.

Vaccareza deixou de exercer a função legislativa ao não conseguir se reeleger em 2014. O político virou um crítico do PT depois que se desfiliou do partido, em 2016. Ele presidiu o diretório paulista do PTdoB e vinha declarando apoio ao presidente Michel Temer (PMDB) em entrevistas.

Outros alvos

Também foi decretada a prisão do representante da Sargeant Marine no Brasil e dos dois gerentes da Petrobras à época.

Já na operação Sem Fronteiras, o MPF investiga um esquema que contaria com a participação do cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, para facilitar a contratação de navios gregos, mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

Grupos empresariais — dos quais Kotronakis é sócio ou tem vínculos indiretos — formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras. Entre os anos de 2009 a 2013, os valores superam 500 milhões de dólares. “Ao menos 2% desses valores era destinado ao pagamento de propina a funcionários públicos corrompidos, operadores financeiros e agentes políticos”, afirmou o MPF.

O MPF investiga suspeita de favorecimento às empresas gregas Olympic Agencies, Perosea Shipping, Tsakos, Aegean Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas.

“Estas novas operações deixam um recado claro: empresas estrangeiras não serão poupadas na Lava Jato. Muitas multinacionais têm tradição de cooperar com as investigações, mas é uma vergonha que várias delas não tenham atuado proativamente para investigar os fatos e contribuir com a Justiça brasileira”, afirma o procurador da República Athayde Ribeiro Costa.

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