A sociedade exige cada vez mais que gestores públicos e empreendedores levem em conta os fatores socioambientais em seus processos decisórios. Nesse contexto, em se tratando da gestão das cidades, o planejamento e a integração de ações são as melhores formas de possibilitar o desenvolvimento sustentável, o maior desafio para um futuro com qualidade de vida para as populações das áreas urbanas.

A European Enviromental Agency (EEA) considera que para tornar uma cidade sustentável é necessária a adoção de cinco princípios

: minimizar o consumo de espaço e recursos naturais; racionalizar e gerenciar eficientemente os fluxos urbanos; proteger a saúde da população; assegurar igualdade de acesso a recursos e serviços, e manter a diversidade social e cultural.

Para se buscarem parâmetros para entender a dinâmica de uma cidade e mudar a direção dos fatos para melhor se faz necessário, então, ter indicadores de qualidade socioambiental. Esses indicadores são instrumentos fundamentais para conhecer e disponibilizar informações das especificidades e problemas presentes nos centros urbanos e construir mecanismos para solucioná-los.
A questão é como identificar indicadores que permitam entender bem o funcionamento e as necessidades de uma cidade. Isso é importante para que se possa fazer os ajustes administrativos, orçamentários e legais a fim de estabelecer um vetor necessário para a sustentabilidade, com monitoramento adequado dos fatores que impactam as condições de vida e a mobilidade urbana.

Com informação é possível traçar caminhos para criar uma cultura conservacionista da população, por meio de uma educação ambiental adequada e permanente. Além disso, podem ser desenvolvidos programas e ações que levem ao melhor planejamento das cidades, de forma a manter a proteção ambiental, a qualidade de vida e a geração de emprego e renda, eixos fundamentais para estabilidade social e desenvolvimento econômico.

A mobilidade urbana é um componente crucial para a sustentabilidade do planeta, pois significa falar do deslocamento de milhares ou milhões de pessoas por dia, de infindáveis números e toneladas de produtos, de milhares ou milhões de automóveis, caminhões, trens, metrôs, barcos etc. Ou seja, se o tema não for tratado adequadamente significa alto consumo de combustíveis, geralmente fósseis (com muita poluição); maiores custos nos produtos e serviços; perda de tempo em engarrafamentos (que são gerados pela cultura do uso individual do transporte e pela não-priorização dos transportes coletivos de massa de qualidade, eficientes, a custos compatíveis e cumpridores dos horários). Assim, prejudica-se a qualidade de vida e as condições de mobilidade urbana de nossas cidades, o que tem levado a pesados investimentos públicos para amenizar as situações, o que nem sempre traz soluções duradouras.

Urge, portanto, a necessidade de que os atores envolvidos com a problemática da mobilidade urbana (públicos e privados) trabalhem com determinação pela sustentabilidade das cidades, cientes de que o grande desafio é transformar o discurso em práticas realmente sustentáveis.