Em coletiva à imprensa, o gestor disse a intenção de alguns membros do Legislativo municipal é travar a agenda de desenvolvimento do município
O prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede) manifestou, na tarde desta terça-feira (02), todo o descontentamento com a Câmara Municipal e disse estar sendo vítima de uma “tentativa de golpe” por parte do presidente da casa, Rodrigo Caldeiras (Rede). A razão dessa “perseguição” seria o não aceite por parte do chefe do Executivo em uma suporta intervenção na chamada na licitação da Parceria Público-Privada (PPP). Em coletiva à imprensa, o gestor disse a intenção de alguns membros do Legislativo municipal é travar a agenda de desenvolvimento do município.
“Nós estamos, há alguns meses, produzindo uma licitação através de uma PPP, que a gente chamou lá na prefeitura de ‘PPP do Lixo’ ou dos Resíduos Sólidos. Para os senhores terem uma ideia, o contrato mensal dessa PPP aproximadamente R$ 7 milhões. Era uma PPP de mais de 20 anos, totalizando quase R$ 2 bilhões. Seria a primeira PPP aqui no Estado do Espírito Santo no que diz respeita a questão dos resíduos sólidos. Ele [vereador Rodrigo Caldeira] me vez alguns pedidos do ponto de vista da interferência dele no processo e eu imediatamente falei que nesses 10 anos de prefeito, 20 anos de secretário […], eu não participo de licitação”, relatou o prefeito.
A segunda questão que o presidente do Poder Legislativo municipal havia pedido ao administrador seria o pagamento de determinada empresa cujo processo de pagamento havia ultrapassado o prazo legal.
“Na questão da PPP, Rodrigo Caldera lidera e faz, no dia 25 de fevereiro, um projeto de lei 31 aprovada em dois turnos onde coloca que todas as Parcerias Público-Privadas deverão ter anuência e aquiescência obrigatoriamente do Poder Legislativo da Serra”. Para Audifax, essa lei é inadmissível. “Eu imediatamente a minha equipe e disse: vamos anular essa PPP, porque eles estão fazendo um projeto obrigando que eles têm que participar. Não existe isso”, destacou o gestor na coletiva.
“Eu estou sendo vítima de uma tentativa de golpe do presidente da Câmara da Serra”, disse o prefeito. “Tenho totais indícios que o crime organizado, que nós já conhecemos essa história no Espírito Santo algumas décadas atrás, na presidência da Câmara da Serra”, completou. O prefeito disse não poder entrar em detalhes, porque atrapalharia os “órgãos de controle” com os quais vem mantendo contato nos últimos dez dias, inclusive com a entrega de documentos. “Eu espero que esses órgãos apurem essa minha expectativa”.
Em retorno ao contato da ES BRASIL, a Câmara Municipal da Serra respondeu que o presidente está surpreso com essa situação e que “a casa acatou imediatamente a ordem do judicial, e encaminhou para a procuradoria para que tome as devidas providências”, disse a nota enviada. O processo tratado em questão foi o abertura de oito procedimentos investigatórios com base em uma denúncia feita no dia 25 de março pelo ex-motorista da casa de leis serrana Daniel Ribeiro Luz. Em despacho realizado no dia 01 de abril, a juíza da Vara Fazenda Pública Municipal, Telmelita Guimarães Alves, expediu mandado de segurança para suspensão dos trabalhos das comissões processantes por avaliar irregularidades no procedimento.