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sexta-feira, 29 março, 2024

Sai Parente. Entra casuísmo de país subdesenvolvido

Será que ninguém explicou para essa turma que a internacionalização de mercados é uma realidade irreversível?

Por que Pedro Parente saiu?

De novo, enfrentamos nova onda de ruídos que desviam a atenção do cerne do problema: o baixo dinamismo da economia do País que dificulta a rentabilidade de suas atividades produtivas.

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Chegou-se a esse ponto devido à sucessão de erros de decisões, de política econômica, de ordem política dos poderes da república; à miopia da plutocracia brasileira que ainda tem dificuldades para enfrentar adversidades dos mercados.

Tornou-se um impasse devido aos interesses eleitoreiros do momento – principalmente daqueles ameaçados de perder o foro privilegiado quando acabar o mandato em 31 de dezembro de 2018.

Misture isso e chega-se no pedido de demissão de Pedro Parente.

Ingenuidade?

Infelizmente, a visão de economia do século XIX dos ocupantes do poder público da República Brasileira e da plutocracia enrustida, parece ter conseguido fincar o bode no meio da sala, para justificar o anacronismos de seus comportamentos: Pedro Parente.

Resolveram que a forma como a empresa vem sendo gerida, principalmente seu critério para formação de preço, não protege o consumidor brasileiro. Que a Petrobrás deveria construir uma forma para contornar as oscilações de mercado dos preços do barril de petróleo, para protegê-los.

Quanta ingenuidade! Ou seria presunção?

Será que ninguém explicou para essa turma que a internacionalização de mercados é uma realidade irreversível; e que no seu rastro veio o influxo de capital, que financia empresas como a Petrobrás?

E que neste contexto, a Petrobrás, que recebe aporte inclusive e, principalmente, do capital estrangeiro, deve prestar contas, também inclusive, e principalmente, aos seus acionistas estrangeiros, cujo mundo também está sobre os reflexos dos aumentos do preço do barril de petróleo, e eles não estão preocupados com isso, somente com seus rendimentos?

E que essa prestação de contas, não é desconsideração de direitos de consumidores domésticos? Que é resultado do padrão de comportamento dos mercados internacionalizados que têm mercados de capitais interligados?

E que a Petrobras, ao ser uma empresa de capital aberto lucrativa, atrai investimentos que possibilitam produzir e disseminar dinamismo no mercado interno através da cadeia produtiva que sustenta, “protege”, o cidadão brasileiro ao ser uma fonte de geração de empregos, que gerarão renda, através das quais esses cidadãos podem adquirir os bens e serviços que desejam, mesmo se os preços alterarem-se?

E, finalmente, o fato de que os cidadãos/trabalhadores brasileiros estarem se sentindo desconsiderados, como mencionou um líder sindical, pela decisão da Petrobrás de aumentar preços dos combustíveis – devido o aumento do preço do barril de petróleo e da taxa de câmbio, que representaram aumento de custo de produção – é porque a economia brasileira está tão esfacelada em termos de, infraestrutura, mercado de trabalho, aparato regulatório segurança jurídica, que não consegue impingir um ritmo de crescimento que aumente as ofertas de emprego e as rendas?

E que este estado deprimente em que se encontra é resultado da forma como o País foi conduzido pelos poderes da república, e o casuísmo da plutocracia?

Acorda, gente! O buraco é mais embaixo.

Arilda Teixeira – Economista e professora da Fucape (ES)

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