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quinta-feira, 18 abril, 2024

Renato Dolabela, advogado especialista em terceiro setor e propriedade intelectual

Renato Dolabela, advogado especialista em terceiro setor e propriedade intelectualNa última quinta-feira (16), foi realizado no Espírito Santo o “Encontro de ONGs do Espírito Santo”. Promovido pela Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e pelo Instituto Ecos, o encontro teve o objetivo de trocar ideias e conhecimentos sobre a atuação das ONGs no Estado.

Um dos palestrantes do encontro foi o advogado especialista em terceiro setor e propriedade intelectual, Renato Dolabella, que ministrou uma palestra com o tema “Aspectos Jurídicos Polêmicos do Terceiro Setor”, além de abordar problemas comuns nessa área. Nesta entrevista, ele fala sobre terceiro setor.

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1) Por que realizar um encontro de ONGs no Espírito Santo?
Esse tipo de evento é muito importante para as ONGs, pois lhes permite ter acesso a informações importantes para seu funcionamento. Além disso, as entidades podem promover uma articulação e debater os temas que são relevantes hoje para o Terceiro Setor.

2) Quais foram os principais temas debatidos no encontro?
Foram abordados os principais aspectos jurídicos relativos ao terceiro setor, inclusive com a apresentação das polêmicas que hoje são discutidas nessa área, como questões tributárias, trabalhistas, remuneração de dirigentes e obtenção de títulos e certificados. Além disso, as entidades debateram sobre o acesso a recursos públicos e privados e construíram estratégias para atuação das ONGs no Espírito Santo.

3) Hoje, as ONGs são vistas como um novo tipo de mercado, e não mais como sinônimo de trabalho ligado à assistência? Por que ocorreu essa mudança?
O terceiro setor passa por um movimento de profissionalização, não perdeu o foco na realização de ações de interesse público, mas a cada dia fica mais evidente que os seus resultados somente serão eficientes se as entidades forem adequadamente capacitadas e estruturadas. Nesse sentido, as ONGs buscam modelos de atuação sustentável, inclusive por meio da geração de recursos através da prestação de serviços e parcerias públicas e privadas. Todos esses fatores geraram modificações significativas no Terceiro Setor.

4) Como as ONGs, do Espírito Santo e do Brasil, são vistas nos dias de hoje?
É possível perceber ainda alguma resistência eventual contra as ONGs, em função de casos pontuais de mau uso de entidades, especialmente no que diz respeito ao repasse de recursos públicos. É preciso esclarecer que não se pode penalizar todas as instituições por fatos isolados, sobretudo porque não é somente o terceiro setor que está sujeito a esse tipo de irregularidade. Os mecanismos de fiscalização devem ser aperfeiçoados e aplicados para evitar desvios, mas é um equívoco ignorar que a grande maioria das ONGs atua de forma séria e comprometida. A sociedade precisa ter noção clara dessa situação, pois precisa compreender a importância das entidades, que exercem atividades relevantes do ponto de vista social.

5) Qual a participação das ONGs na economia capixaba e nacional?
Nos últimos anos, estudos indicam que as ONGs respondem por 2% a 5% do PIB. São números significativos e demonstram que o papel do terceiro setor atualmente vai além da questão social, possuindo também relevância econômica. Há geração de empregos e progresso com a atuação das ONGs.

6) Qual a importância do terceiro setor?
Hoje, há mais de 400 ONGs capixabas cadastradas como Oscips ou entidades de utilidade pública federal junto ao Ministério da Justiça. Já os números para todo o Brasil chegam a cerca de 18.500 entidades, atuando nas mais diversas áreas, como educação, saúde, cultura, meio ambiente, assistência, pesquisa e esporte. Nesse sentido, o Terceiro Setor exerce uma função muito relevante, pois as ONGs representam a atuação da sociedade civil em atividades de interesse público. Podem também ser parceiras estratégicas do Estado, na realização de projetos comuns. Dada essa importância, é preciso que todos busquem conhecer e debater os temas relacionados ao Terceiro Setor, pois este exerce atividades de interesse de toda a sociedade.

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