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sexta-feira, 29 março, 2024

Proprietários de terra do Estado podem criar reservas da Mata Atlântica

Proprietários de terra do Estado podem criar reservas da Mata AtlânticaO Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da Mata Atlântica está com inscrições abertas para seu X Edital de Projetos até o próximo dia 20 (data de postagem no Correio). Coordenado pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy (TNC), o Programa destinará um total de R$ 500 mil a projetos de criação de RPPNs e projetos de elaboração ou implementação de planos de manejo para essas reservas.

Podem participar da seleção, proprietários de terra de todas as regiões de abrangência da Mata Atlântica, incluindo de 78 municípios do Espírito Santo, assim como organizações não governamentais. A iniciativa visa a contribuir para o aumento da área de Mata Atlântica protegida, fomentando a criação de novas Reservas Particulares, e para a efetiva gestão das RPPNs existentes no Bioma, fortalecendo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Confira o edital clicando aqui.

Atualmente o Espírito Santo tem 23 RPPNs na Mata Atlântica protegendo quase 4 mil hectares. “Estamos no Ano Internacional das Florestas e, a Mata Atlântica é uma das mais ricas em biodiversidade do mundo. Criar RPPNs é colaborar com a conservação do Bioma, pois 80% de seus remanescentes estão em áreas particulares. No X Edital queremos colaborar com a criação de mais reservas no Espírito Santo e também contribuir com a gestão das RPPNs já existentes”, explicou Mariana Machado, coordenadora do Programa.

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O X Edital de Incentivo às RPPNs conta com recursos do projeto Proteção da Mata Atlântica II – coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) – por meio do AFCoF II (sigla em inglês para Fundo de Conservação da Mata Atlântica) e do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), do Bradesco Capitalização e da The Nature Conservancy. O Programa ainda conta com o patrocínio do Bradesco Cartões e do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês).

O Brasil tem mais de mil reservas particulares que abrigam uma área de 690 mil hectares, sendo 68% delas na Mata Atlântica, protegendo 136 mil hectares. Entre as reservas apoiadas no Espírito Santo, duas tiveram projetos aprovados em 2010 e estão em processo de criação. São elas: a RPPN Fazenda Terra Nova, no município de Domingos Martins e RPPN Rio Fundo, em Marechal Floriano que juntas protegerão 20 hectares.

“Reservas Particulares contribuem diretamente para o aumento da área protegida e são fundamentais para a conservação de espécies ameaçadas e de importantes trechos de Mata Atlântica, aumentando a conectividade da paisagem. Nesse Edital, apoiaremos a implementação de planos de manejos, um importante instrumento de gestão para que as RPPN cumpram seus objetivos”, reforçou Mariana.

Em oito anos, o Programa de Incentivo às RPPNs já apoiou a criação de 440 reservas e a gestão de 71, somando mais de 56 mil hectares de mata protegida. Um hectare é o tamanho aproximado de um campo de futebol.

Categorias, inscrições e seleção

As propostas podem ser inscritas em três diferentes categorias:

Criação de RPPNs: os projetos submetidos devem ter o valor máximo de 10 (dez) mil reais, e podem ser propostos por pessoas físicas ou jurídicas, proprietária da área onde se pretende criar a Reserva, organizações ambientalistas sem fins lucrativos ou associações de proprietários.

Elaboração de plano de manejo: as propostas deste tipo não devem exceder o valor de 30 (trinta) mil reais por RPPN e podem ter como proponente a pessoa física ou jurídica proprietária da RPPN; ou ainda terceiros, sejam pessoa física (pesquisador, técnico, consultor, etc.) ou jurídica (ONG, OSCIP, empresa, universidade, associação, etc.). Essa categoria inclui o financiamento de atividades necessárias à elaboração do plano de manejo da reserva, como inventários, mapeamentos e oficinas. A proposta deve estar de acordo com roteiros metodológicos dos órgãos ambientais competentes, descritos no Edital.
Ganham pontos favoráveis propostas de plano de manejo integrado entre RPPNs e outras UCs.

Implementação de plano de manejo: projetos submetidos nessa categoria não devem exceder 30 (trinta) mil reais e podem ter como proponente a pessoa física ou jurídica proprietária da RPPN, e devem apresentar contrapartida. Poderão ser financiados quaisquer projetos de implementação dos programas e ações propostos no Plano de Manejo, em acordo com a legislação ambiental vigente, incluindo o SNUC.

Na seleção das propostas, o Programa não leva em consideração somente critérios como integridade da documentação apresentada, qualidade, coerência e pertinência do projeto, mas também a contribuição da área para a proteção da biodiversidade e de recursos hídricos, proximidade com outras unidades de conservação, beleza cênica e paisagística, presença de espécies ameaçadas de extinção e/ou endêmicas, grau de ameaça da região onde a RPPN será criada, entre outros.

Nos projetos de implementação de plano de manejo também serão avaliadas a relevância e inserção do projeto no contexto local e a capacidade de continuidade e ampliação das ações propostas. “Queremos apoiar a consolidação de ações de conservação e desenvolvimento socioambiental nas RPPNs da Mata Atlântica”, finaliza Mariana.

Conservação Internacional

A Conservação Internacional (CI) é uma organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza – nossa biodiversidade global -, amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo.

Como uma organização não governamental (ONG) global, a CI atua em mais de 40 países, distribuídos por quatro continentes. Em 1988, iniciou seus primeiros projetos no Brasil e, em 1990, se estabeleceu como uma ONG nacional. Possui escritórios em Belo Horizonte-MG, Belém-PA, Brasília-DF e Rio de Janeiro-RJ, além de unidades avançadas em Campo Grande-MS e Caravelas-BA.

Fundação SOS Mata Atlântica

Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica completa em 2011 seus 25 anos. É uma organização privada sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência. Assim, estimula ações para o desenvolvimento sustentável, promove a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobiliza, capacita e incentiva o exercício da cidadania socioambiental.

A Fundação desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do Bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável, proteção e manejo de ecossistemas.

Proteção da Mata Atlântica II

O Projeto “Proteção da Mata Atlântica II” se insere na Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima (IKI) do Ministério do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha (BMU). A iniciativa prevê apoio técnico da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) e apoio financeiro do Atlantic Forest Conservation Fund (AFCOF), através do KfW Entwicklungsbank (Banco Alemão de Desenvolvimento), por intermédio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

Coordenado pelo MMA, o projeto visa contribuir para a proteção, o manejo sustentável e a recuperação da Mata Atlântica, considerada um sumidouro de carbono de significância global para o clima e com relevante biodiversidade.

Funbio

O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) é uma associação civil sem fins lucrativos criada em 1996 com a proposta de ser um mecanismo financeiro inovador, com capacidade de aportar recursos para a conservação da biodiversidade e com o compromisso de pensar e desenvolver estratégias para contribuir para na implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) no Brasil.

Sua missão é aportar recursos estratégicos para a conservação da biodiversidade. Hoje está estruturado para Com esse objetivo, apontar oportunidades e necessidades de investimento em biodiversidade, elaborar arranjos financeiros e mecanismos econômicos que garantam a sustentabilidade de iniciativas de conservação em longo prazo e conceber e executar programas de fomento.

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