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quinta-feira, 28 março, 2024

Presos por suspeita de terrorismo são transferidos para Mato Grosso do Sul

Eles deverão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista e realização de atos preparatórios de terrorismo, previstos na Lei Antiterrorismo.

A Polícia Federal (PF) anunciou, na manhã desta sexta-feira (22), que os dez presos na Operação Hashtag, suspeitos de preparar atos terroristas, foram transferidos nesta madrugada para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Eles foram presos ontem (21) em dez estados diferentes.

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Eles deverão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista e realização de atos preparatórios de terrorismo, ambos previstos na Lei 13.260/2016, conhecida como Lei Antiterrorismo, que em seu Artigo 2º, especifica que “terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.

Ainda de acordo com a lei, atos de terror são: “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”. A legislação determina que caso o acusado seja condenado, ele estará sujeito a uma pena de 12 a 30 anos de prisão, “além das sanções correspondentes à ameaça ou à violência”.

Presos por suspeita de terrorismo são transferidos para Mato Grosso do SulPresos chegando a Brasília / Fotos tiradas de celulares 

As investigações da Operação Hashtag, de acordo com a PF, começaram em abril com o acompanhamento de redes sociais pela Divisão Antiterrorismo. Os suspeitos presos participavam de um grupo virtual denominado Defensores da Sharia e planejavam adquirir armamentos para cometer crimes no Brasil e até mesmo no exterior. Os mandados judiciais que autorizaram a prisão dos dez suspeitos foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba. As prisões e mandados de busca e apreensão e de conduções coercitivas foram cumpridos nos estados do Amazonas, Ceará, da Paraíba, de Goiás, Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná, de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul.

Segurança nos Jogos Olímpicos 

Mesmo com a prisão dos brasileiros suspeitos de planejar ações terroristas no país e de ligação com o EI, o planejamento da segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016 não será alterado, segundo o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que participou de uma reunião do Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional – Cesira/RJ, marcada para esta quinta-feira (21), antes da Operação Hashtag da Polícia Federal.

Presos por suspeita de terrorismo são transferidos para Mato Grosso do SulSecretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame

Segundo Beltrame, as forças de segurança do estado não participaram da operação nacional e não tinham informações a respeito. “A reunião do Cesir de hoje (ontem) já estava marcada, e mesmo com os integrantes de inteligência de âmbito estadual e federal que estão presentes na reunião, isso não trouxe e não muda de maneira nenhuma o quadro. Mas ainda estamos recebendo as informações da Polícia Federal. Ainda não temos todos os esclarecimentos e, mesmo que tivesse não teceria comentário sobre isso, porque precisamos efetivamente se preparar e antecipar esse fato”.

Beltrame destacou que ações da inteligência não são comentadas, mas que seria “leviandade” afirmar que não há preocupação nenhuma com terrorismo. Ele lembrou que a segurança integrada tem um centro de inteligência em Brasília, onde estão atuando 50 policiais de outros países em conjunto com a Polícia Federal e a Abin, e que, até o momento, não há indícios de nenhuma ação terrorista no país. O secretário garantiu que todo o planejamento para a Olimpíada está pronto, não será alterado e é fruto de um acúmulo de trabalho em grandes eventos desde 2007, como os Jogos Pan-Americanos, a Rio+20, os Jogos Mundiais Militares, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, e agora a Olimpíada.

Reforços da Polícia Rodoviária Federal chegaram nesta quinta-feira ao Rio de Janeiro e até a próxima segunda-feira (25) chegam as demais forças esperadas para os jogos, quando começa a atividade operacional relativa à Olimpíada. De acordo com o secretário, os R$ 2,9 bilhões liberados pelo governo federal para o estado possibilitaram a retomada de ações de segurança como o Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), Regime Adicional de Serviço (RAS) e o pagamento de horas extras, além de garantir um efetivo de 10.500 agentes da Polícia Militar por dia nas ruas para os Jogos Olímpicos.

Presos por suspeita de terrorismo são transferidos para Mato Grosso do SulMinistro da Justiça, Alexandre de Moraes

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que parte dos dez brasileiros presos nesta quinta-feira, após trocar mensagens preparatórias sobre a realização de atentado terrorista no Brasil, fez, via internet, um juramento de lealdade ao Estado Islâmico (EI). Conforme o ministro, trata-se de um grupo amador que, no entanto, não pode ser ignorado pelas forças de segurança pública. “Era uma célula amadora, sem nenhum preparo planejado. Uma célula organizada não tentaria comprar uma arma pela internet. É uma célula desorganizada”, acrescentou.

 

 

 

 

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