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sexta-feira, 19 abril, 2024

PF age contra crimes financeiros em 5 estados

Crimes financeiros: organização criminosa investigada movimentou mais de R$ 5,7 bilhões de origem ilícita no período de 2012 a 2016. 

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na manhã desta terça-feira, a Operação Hammer-on, em cinco estados, contra crimes financeiros. Na mira da operação, um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que envolve um núcleo no Espírito Santo.

As empresas controladas pela organização criminosa investigada movimentaram mais de R$ 5,7 bilhões de origem ilícita no período de 2012 a 2016.

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De acordo com a Assessoria de Comunicação da PF de Campo Bonito, no Paraná, que coordena a Operação, até as 11h20, 19 prisões já tinham sido efetuadas. Ao todo, 153 mandados estão sendo cumpridos em cidades do Espírito Santo (Vitória, Serra e Vila Velha); Paraná ( Foz do Iguaçu, Curitiba, Almirante Tamandaré, Piraquara, São José do Pinhais, Assis Chateaubriand e Renascença), Santa Catarina (Itapema, Balneário Camboriú e São Miguel do Oeste), São Paulo (Guarulhos e Franca) e Minas Gerais (Uberlândia).

Desses mandados, dois são de prisão preventiva, 17 de prisão temporária, 53 de condução coercitiva e 82 de busca e apreensão.

Investigações

Iniciadas em 2005, as investigações tiveram como foco um grupo criminoso – com cinco núcleos interdependentes – que utilizavam contas bancárias de várias empresas, geralmente fantasmas. Contas nas quais eram recebidos vultosos valores de pessoas físicas e jurídicas, resultantes da venda de mercadorias, drogas e cigarros provenientes do exterior, especialmente do Paraguai.

PF age contra crimes financeiros em 5 estados

O dinheiro “sujo”, após ser creditado nas contas das empresas controladas pela organização, seguia para o exterior de duas maneiras. Uma delas pelo sistema internacional de compensação paralelo, sem registro oficial (operações dólar-cabo). Outra forma era por intermédio de ordens de pagamento internacionais emitidas por algumas instituições financeiras brasileiras, duas já liquidadas pelo Banco Central.

Ordens de pagamento realizadas com base em contratos de câmbio fraudulentos, celebrados com empresas “fantasmas”, que nem sequer possuíam habilitação para operar no comércio exterior.

Crimes Financeiros

A operação, batizada de Hammer-on, é um desdobramento das operações Sustenido e Bemol. Ambas deflagradas pela PF e pela Receita de Foz do Iguaçu/PR, respectivamente, em 2014 e 2015.

Na teoria musical, o “sustenido” e o “bemol” são notas intermediárias entre outras duas notas musicais. Analogicamente, as organizações criminosas desarticuladas, intermediavam as negociações entre criminosos brasileiros e paraguaios. Eram responsáveis por garantir o pagamento de fornecedores paraguaios de drogas, cigarros e mercadorias, além de ocultar dinheiro de origem criminosa.

Na operação Hammer-on, os demandantes dos serviços prestados pelos intermediários também foram investigados. Segundo a PF, os brasileiros que contrataram a organização criminosa para pagar os fornecedores paraguaios, bem como para ocultar dinheiro de origem criminosa, também foram alvos de investigação.

O Hammer-on é uma técnica usada em instrumentos de corda para ligar duas notas musicais com uma mesma mão. Fazendo-se novamente referência à teoria musical, na operação Hammer-on, numa só toada, “com uma só mão”, ligaram-se duas “notas musicais” (intermediários e demandantes).

Sobre os acusados pesam cinco crimes. Organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão temerária, operação irregular de instituição financeira e uso de documento falso.

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