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quinta-feira, 28 março, 2024

Padre João Clímaco de Alvarenga Rangel (1852)

Não somente por ser o catolicismo religião oficial com forte influência sobre governantes e governados, a recorrente presença de membros do clero nos negócios do Estado é também consequência principalmente de sua formação cultural, adquirida em seminários aqui e além-mar.

João Clímaco de Alvarenga Rangel, depois padre João Clímaco, é um exemplo dessa constatação. Nasceu no dia 30 de março de 1799, na Vila de São José do Queimado, então pertencente à cidade de Vitória, hoje município da Serra, filho de Antônio de Alvarenga Rangel e de Paula Nunes dos Santos.

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Em 8 de maio de 1822, aos 21 anos de idade, já estudante, recebeu no Rio de Janeiro as Ordens Sacras. E graduou-se em bacharel em Direito, título conferido pela Universidade de Coimbra (Portugal). Seu curso foi concluído na Universidade de São Paulo, em outubro de 1833.

Durante o período de estudos, em Coimbra, numa antecipação do que conquistaria no futuro, foi eleito para as Cartas Constituintes de Lisboa nos anos de 1833 e 1834.

A História registra ter sido ele também o primeiro presidente da Assembleia Provincial, onde atuou na primeira e na terceira legislatura, respectivamente nos anos de 1835 a 1837 e 1840 a 1841. Nessa eleição foi o 11º mais votado, com 35 votos. Nesse período exerceu também o cargo de deputado geral (1834-1837).

Foi professor eminente, renomado orador, inclusive sacro. Deixou variada produção literária, em que se destaca a de natureza poética. Lecionou Filosofia e Latim em vários colégios, com destaque para o Liceu Provincial. Foi nomeado pela Resolução nº 42, de 12 de novembro de 1852, para o cargo de diretor-geral das Escolas da Província.

Como deputado provincial, elaborou o projeto de criação na Capital, da primeira cadeira de primeiras letras para meninas em 1835. Legalista com forte sentimento de humanidade, foi em Vitória advogado dos escravos na Insurreição do Queimado, em março de 1849.

Exerceu o cargo de primeiro diretor do Colégio Liceu, criado pela Lei nº 4, de 24 de julho de 1843.


Poeta de rara sensibilidade, seu “Soneto de Despedida” está inserido em várias antologias editadas, no Brasil e em Portugal.

Já afastado do sacerdócio, faleceu aos 67 anos de idade, em 23 de junho de 1866, na cidade do Rio de Janeiro, deixando viúva a senhora Quitéria Maria Lapa da Luz, com quem ser casara em São Paulo.

A memória de um dos grandes nomes da nossa História foi reverenciada pela municipalidade, denominando Praça João Clímaco importante logradouro na Cidade Alta, atrás do Palácio Anchieta.

(Copidesque: Rubens Pontes)

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